Fundamento:
A cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) é a opção cirúrgica padrão para pacientes com placas arteriais difusas e significativas. Tal procedimento, no entanto, não é desprovido de complicações pós-operatórias, especialmente distúrbios pulmonares e cognitivos.
Objetivo:
Comparar o impacto de duas abordagens fisioterapêuticas diferentes nas funções pulmonar e cognitiva de pacientes submetidos a CRM.
Métodos:
Testes de função pulmonar e neuropsicológicos foram aplicados, antes e após CRM, a 39 pacientes randomizados em dois grupos: Grupo 1 - 20 pacientes-controle submetidos a uma sessão de fisioterapia por dia; Grupo 2 - 19 pacientes submetidos a três sessões de fisioterapia por dia durante recuperação no hospital. Testes t de Student pareado e não pareado foram usados para comparar as variáveis contínuas. Variáveis sem distribuição normal foram comparadas entre os grupos usando-se o teste de Mann-Whitney, e, dentro do mesmo grupo em momentos diferentes, usando-se o teste de Wilcoxon. O teste do qui-quadrado avaliou diferenças das variáveis categóricas. Testes estatísticos com p valor ≤ 0,05 foram considerados significativos.
Resultados:
As alterações da função pulmonar não diferiram significativamente entre os grupos. Entretanto, o mesmo não ocorreu com a função neurocognitiva, que apresentou declínio no Grupo 1, mas não no Grupo 2 (p ≤ 0,01).
Conclusão:
Tais resultados reforçam a importância da fisioterapia após CRM e da realização de múltiplas sessões por dia, o que oferece aos pacientes melhores condições psicossociais e menos morbidade.
Revascularização Miocárdica / reabilitação; Cuidados Pós-Operatórios; Fisioterapia