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6. Fármacos cardiovasculares na gestação e amamentação

FÁRMACOS CARDIOVASCULARES NA GESTAÇÃO E AMAMENTAÇÃO

6. Fármacos cardiovasculares na gestação e amamentação

Maria Hebe Nóbrega de Oliveira; Maria Elizabeth Navegantes Caetano Costa; Paulo Roberto Pereira Toscano; Citânia Lúcia Tedoldi

O maior problema terapêutico durante a gestação é o efeito adverso sobre o feto. O potencial efeito teratogênico é maior durante a embriogênese, que compreende as primeiras 8 semanas após a concepção. Entretanto, outros efeitos adversos podem ocorrer nos demais períodos da gestação. A Food and Drug Administration (FDA) classifica as drogas, considerando o risco para o feto, nas seguintes categorias:

A Estudos controlados em mulheres não demonstram risco para o feto no primeiro trimestre, não havendo evidência de risco nos demais;

BEstudos em animais não demonstraram risco fetal e não existem estudos controlados em mulheres no primeiro trimestre, não havendo evidência de risco nos demais;

CEstudos em animais não revelaram risco fetal, mas não há estudos controlados em mulheres nem em animais, e a droga deve ser administrada quando o risco potencial justifica o benefício;

DHá evidência de risco fetal em humanos, mas os benefícios são aceitáveis, apesar dos riscos;

XEstudos em animais e humanos demonstraram anormalidades fetais, sendo a droga contraindicada em mulheres que estão ou querem se tornar gestantes.

No momento do aleitamento, a farmacocinética das drogas no leite materno depende de vários fatores e o parecer em relação à segurança na amamentação é orientado pela Academia Americana de Pediatria1.

Neste capítulo, serão revisadas as drogas do arsenal cardiológico de uso mais frequente e algumas particularidades complementares serão abordadas nos capítulos onde seu uso é citado. As drogas serão relacionadas de acordo com sua indicação de uso, constando ao lado de cada nome a categoria de risco. Serão citadas principalmente as disponíveis no Brasil.

6.1 - Anti-hipertensivos

Hidralazina (C) - A hidralazina é um anti-hipertensivo simpaticolítico e vasodilatador arterial. Atravessa a placenta e não há relato de defeitos fetais quando usada no primeiro trimestre1. É utilizada por via IV no manuseio das emergências hipertensivas, na dose de 5 a 10 mg IV, em bolus2, a cada 15-30 minutos3. Como anti-hipertensivo VO, é considerada de segunda ou terceira opção, mas é vasodilatador de escolha para tratamento da ICC na gestação3. Compatível com a amamentação1.

Nitroprussiatode sódio(C) - Anti-hipertensivosimpaticolítico, vasodilatador arterial e venoso potente. Tem a vantagem da ação rápida, com o retorno da pressão arterial (PA) aos níveis pré-tratamento tão logo seja suspenso. Atravessa a placenta e pode levar ao acúmulo de cianeto no feto1. Utililizado quando não há droga mais segura e pelo menor tempo possível quando muito necessário. Nos casos de edema agudo de pulmão, redução da PA durante cirurgia de aneurisma cerebral e dissecção de aorta, por exemplo, diluir 50 mg em 250 ml de solução salina e administrar 0,5 a 5,0 µg/kg/min3. Não há dados disponíveis sobre aleitamento1.

Diazóxido (C) - Anti-hipertensivo simpaticolítico que atravessa a placenta1. Usado para tratamento da hipertensão grave, pode causar hipotensão materna importante, com hipoperfusão placentária, sofrimento fetal e inibição das contrações uterinas, requerendo uso de oxitócito e hiperglicemia no recém-nascido1. Não é considerado uma boa escolha para tratar pressão muito alta na gravidez4. Entretanto, se necessário seu uso, optar por pequenas doses, como 30 mg em bolus a cada 5-15 minutos. Não há dados sobre aleitamento1.

Metildopa (C) - Simpaticolítico de ação central, α2-agonista, atravessa a placenta1 e é o anti-hipertensivo de escolha para controle da hipertensão durante a gravidez5. Não compromete a maturidade fetal, o peso ao nascer ou o resultado neonatal6. É usada na dose de 750 mg a 2.000 mg/dia. Doses maiores podem provocar hipotensão postural, com comprometimento da perfusão placentária. Excretada no leite, é compatível com o aleitamento1,3.

Clonidina (C) - Hipotensor simpaticolítico de ação central, α2-agonista, atravessa a placenta. Tem sido usada em todos os trimestres, embora a experiência no primeiro trimestre seja limitada1. Pode causar hipertensão de difícil controle se suspensa abruptamente. É do grupo da metildopa, mas com mais paraefeitos maternos (sonolência, boca seca, bradicardia). A dose preconizada é de 0,1 a 0,3 mg duas vezes ao dia com o máximo de 1,2 mg/dia3. Tem sido utilizada ainda para aumentar a duração da anestesia espinhal com opioides, que é realizada para analgesia durante a primeira fase do trabalho de parto. Nesses casos, pode aumentar a hipotensão e sedação materna7.É secretada no leite e não foi encontrada hipotensão nos lactentes1.

Pindolol (B) - É um bloqueador beta-adrenérgico não seletivo, com atividade simpaticomimética intrínseca. Atravessa a placenta, mas não provoca restrição de crescimento fetal. Usado para controle da hipertensão na gravidez, na dose de 5 a 30 mg/ dia, exige observação do recém-nascido nas primeiras 24-48 horas1. É considerado uma droga de segunda linha para o tratamento da hipertensão na gravidez8. É preferível como anti-hipertensivo, em relação aos demais betabloqueadores, por não alterar a hemodinâmica e a função cardíaca fetal9. É secretado no leite materno em quantidade desconhecida. Seu uso durante o aleitamento requer observação do lactente1.

Atenolol (D) - Betabloqueador cardiosseletivo, se associa ao aumento da taxa de restrição de crescimento intrauterino e de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional1. Apesar de reduzir a hipertensão materna, não há evidências que suportem seu uso no tratamento da hipertensão na gravidez10 . É excretado no leite materno em quantidades maiores que no plasma. Os lactentes devem ser observados para detecção de possíveis sinais de betabloqueio1.

Nifedipina (C) - É um bloqueador dos canais de cálcio. Apesar de estar associada à teratogenicidade, quando foi usada no primeiro trimestre em altas doses em animais, seu uso em humanos não mostrou risco aumentado de malformações11. É considerada droga de segunda linha para o tratamento da hipertensão crônica na gravidez8. É utilizada na dose de 30 mg a 120 mg/dia, via oral3. Nas emergências hipertensivas é comparável à hidralazina4, sendo utilizada na dose de 10-20 mg VO a cada 30 minutos até dose máxima de 50 mg em uma hora12. A absorção é máxima em 30 minutos. As preparações de liberação lenta têm absorção máxima em 60-70 minutos e, apesar de serem menos estudadas na gestação, parecem ser também eficazes13. Apresenta interação com sulfato de magnésio, podendo potencializar o bloqueio neuromuscular, aumentando o risco de hipotensão, parada das contrações uterinas, fraqueza muscular e dificuldade na deglutição. Na pré-eclâmpsia, reduz a pressão arterial sem reduzir a circulação placentária14. É compatível com aleitamento materno11 . Tem sido utilizada como agente tocolítico, sendo preferida em relação aos betamiméticos e em pacientes sem doença cardiovascular15.

Verapamil (C) - É um bloqueador dos canais de cálcio, não é teratogênico e é considerado um anti-hipertensivo seguro e eficaz na gestação. Pode ser usado na dose de 120 a 320 mg/dia VO. É eficaz na reversão de taquiarritmias supraventriculares por via IV (5-10 mg em 10 minutos)15. É compatível com aleitamento materno1.

Inibidores da enzima conversora da angiotensina-IECA (X) - Compreende uma classe de drogas (captopril, enalapril etc.) formalmente contraindicadas na gestação, independente da idade gestacional5,16. Além de associadas à malformação dos sistemas cardiovascular e nervoso central do feto, quando usadas no primeiro trimestre17 comprometem o desenvolvimento renal fetal nos demais períodos, além de provocarem oligohidrâmnio, malformações ósseas, hipoplasia pulmonar, hipotensão, anúria e morte neonatal16. São excretadas em baixa concentração no leite e liberadas para uso durante a amamentação11.

Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (X) - Compreendem um grupo de drogas (losartan, irbesartan, candesartan, valsartan, eprosartan, telmisartan etc.) usadas para hipertensão e insuficiência cardíaca. São, assim como as IECA, contraindicadas na gravidez por provocarem malformações fetais, além de natimortos ou neomortos ou ainda crianças sobreviventes com lesão renal18. No entanto, são liberadas para uso na amamentação11.

6.2 - Diuréticos

Furosemida (C) - Diurético de alça, com efeito mais potente, atuando também na presença de insuficiência renal. Utilizado no tratamento da insuficiência cardíaca e hipertensão grave, e para insuficiência cardíaca e teste de função renal fetal. É excretado no leite, mas sem efeito adverso para o lactente11.

Bumetanida (C) - Do mesmo grupo da furosemida, mas sem relato de uso na gestação e amamentação11.

Hidroclorotiazida (C) - Diurético tiazídico, menos potente que os de alça, e só atua quando a função renal está preservada.

Clortalidona (B) - Do grupo dos tiazídicos, com ação semelhante à da hidroclorotiazida. Os diuréticos de ambos os grupos atravessam a placenta, mas não alteram o volume do líquido amniótico. Podem provocar hiperuricemia, hipocalemia, hiponatremia, hipomagnesemia, hipocalcemia e hiperglicemia materna, e os tiazídicos podem levar também a trombocitopenia neonatal. Apesar de reduzirem a produção de leite materno, são compatíveis com a amamentação11.

Espironolactona (C) - É diurético poupador de potássio e apresenta ação antiandrogênica, podendo provocar feminilização de fetos masculinos. Mesmo em doses baixas, pode provocar alterações no aparelho reprodutor de fetos, tanto masculinos como femininos16. Seu uso é evitado na gestação, mas liberado durante a amamentação11.

Amilorida (B) - Do grupo poupador de potássio, com relato de uso em poucos casos na gestação e sem relatos durante a amamentação11.

6.3 - Antiarrítmicos

a) Classe IA

Quinidina (C) - É eficaz para suprimir tanto arritmias supraventriculares como ventriculares, incluindo as associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW), e tem sido usada na gestação desde 193015,19. Pode estar associada a um aumento da mortalidade materna, quando usada a longo prazo, pelo desenvolvimento de Torsade de Pointes ou pró-arritmia. A complicação é mais comum em pacientes com comprometimento miocárdico, quando é utilizada em associação à digoxina, e em situações de hipocalemia ou hipomagnesemia15,20. É considerada de uso seguro durante curtos períodos de tratamento, tanto para arritmias maternas como fetais. É secretada pelo leite materno em doses baixas, sendo compatível com a amamentação1.

Procainamida (C) - Possui ação semelhante à da quinidina e é usada para controle ou profilaxia de arritmias atriais e ventriculares. O uso durante a gestação não está associado a anomalias congênitas ou efeitos fetais adversos1. Pode ser administrada por VO ou IV e a presença de insuficiência cardíaca ou de insuficiência renal aumenta a meia-vida da droga. O uso prolongado deve ser evitado, pois além de sintomas digestivos pode causar também a síndrome tipo lúpus eritematoso (em até 1/3 dos casos), quando utilizada por período maior que 6 meses15 . Atravessa a barreira placentária e, apesar de ser secretada pelo leite materno, permite a amamentação1.

Disopiramida (C) - Possui ação semelhante à da quinidina e da procainamida. Atravessa a placenta, não é teratogênica, mas pode provocar contrações uterinas. Deve ser reservada para casos refratários aos demais antiarrítmicos e evitada no terceiro trimestre1,15. Apresenta marcado efeito inotrópico negativo, podendo causar descompensação em pacientes com disfunção sistólica ventricular, e como prolonga o QT pode também apresentar efeito pró-arrítmico. Outros efeitos indesejáveis são provocados pela atividade anticolinérgica, que inclui boca seca, constipação, borramento visual e retenção urinária. É encontrada no leite em concentrações iguais à sanguínea materna, mas é compatível com a amamentação1.

b) Classe IB

Lidocaina (C) - É eficaz para suprimir extrassístoles ventriculares e taquiarritmias ventriculares. O início de ação via IV é imediato e o efeito dura de 10-20 minutos, mas a meia-vida é de 100 minutos. Atravessa a placenta e a concentração plasmática fetal é 50%-60% da materna15,19. Seu uso é seguro durante a gestação, mas deve ser evitado em situações que provocam acidose fetal, como trabalho de parto prolongado e sofrimento fetal, pois aumenta o nível sérico da droga no feto, agravando a depressão fetal15. É metabolizada pelo fígado e a dose deve ser reduzida em pacientes com função hepática comprometida. Uma pequena quantidade é secretada no leite e é compatível com a amamentação1,19.

Mexiletine (C) - É estruturalmente similar à lidocaína e está indicada para o tratamento VO de taquicardia ventricular sintomática. É limitado o seu uso na gestação, mas não é teratogênica. Atravessa a placenta e são relatados casos de bradicardia fetal, baixo peso para a idade gestacional, Apgar baixo e hipoglicemia neonatal19. É excretada no leite em concentrações maiores que as do plasma materno, mas é compatível com a amamentação1.

c) Classe IC

Propafenona (C) - Tem sido mais usada para tratamento de arritmias supraventriculares no segundo e terceiro trimestres, tanto para indicação materna como fetal. Existem poucos relatos de uso na gestação e não há maiores informações sobre o risco na amamentação11,19.

d) Classe II

Betabloqueadores - Os bloqueadores beta-adrenérigicos são divididos em várias categorias, baseado na especificidade betarreceptora, na atividade simpaticomimética intrínseca (ASI) e na presença de efeito α-receptor. Os com ASI (pindolol) são utilizados para tratamento da hipertensão, e não como antiarrítmicos, e os sem ASI são considerados como primeira opção para hipertensão arterial, quando associada à doença coronariana ou às arritmias cardíacas. Além de arritmias cardíacas, têm indicação em prolapso da valva mitral (PVM), estenose mitral, miocardiopatia hipertrófica, controle dos sintomas do hipertireoidismo e cefaleia de origem vascular. Todos atravessam a placenta, não são teratogênicos e no nascimento a concentração plasmática no neonato é semelhante à materna. São secretados no leite, mas liberados para uso durante o aleitamento.

Atuam nos receptores β1 (encontrados no coração) e/ou β2 (encontrados nos brônquios, vasos sanguíneos e no útero). Os não cardiosseletivos são: propranolol, nadolol, pindolol, sotalol e carvedilol (este com atividade de bloqueio α e β). Os cardiosseletivos são: atenolol, metoprolol e esmolol (este só por via IV)15.

Propranolol (C) - O pico plasmático ocorre em 90 minutos e tem duração de efeito de 6 a 12 horas. É muito usado durante a gestação e têm sido descritas complicações, como restrição de crescimento intrauterino (que parece estar relacionada com a dose e o tempo de uso e é também observada com o atenolol), hipoglicemia, bradicardia e depressão respiratória neonatais11,15. O recém-nascido deve ser observado por 24-48 horas em relação aos sintomas do betabloqueio11.

Metoprolol (C) - Por ser seletivo, não atuaria no tônus uterino e parece ter menos efeitos adversos sobre o feto15. É eliminado em concentrações maiores no leite materno e por isto é sugerido que a amamentação seja realizada depois de 3-4 horas do uso da droga11.

Esmolol (C) - De ação rápida via IV, é usado na gestação para controle de taquiarritmias supraventriculares e de hipertensão durante cirurgias11. O efeito inicia em 5-10 minutos e permanece por 20 minutos15. Pela possibilidade de provocar hipotensão, deve ser utilizado com cautela. Não há relatos de seu uso na amamentação11.

Sotalol (B) - É um bloqueador β-adrenérgico, com atividade antiarrítmica classe III. Sua potência de bloqueio β-adrenérgico é aproximadamente 1/3 da do propranolol. A depuração está reduzida em insuficiência renal. Não é teratogênico em animais, atravessa a barreira placentária e o neonato, quando exposto à droga próximo ao parto, deve ser observado nas primeiras 24-48 horas em relação aos efeitos β-bloqueadores. A concentração no leite é maior que a do plasma materno, mas é compatível com a amamentação11.

e) Classe III

Amiodarona (D) - É o medicamento mais eficaz para o tratamento de vários tipos de arritmia, e em pacientes recuperados de parada cardíaca mostrou ser superior a outras drogas, como a quinidina e a procainamida21, e superior à lidocaína em pacientes refratários à desfibrilação elétrica22.

Além de apresentar efeitos tóxicos com o uso a longo prazo, sendo na maioria das vezes relacionados à dose utilizada (pulmonares, tireoidianos, neuromusculares, gastrointestinais, oculares, hepáticos e cutâneos), potencializa o efeito da varfarina e aumenta o nível sérico de drogas, como a digoxina, quinidina, procainamida, fenitoína e diltiazem, as quais necessitam ajuste de dosagem19,23. A amiodarona e seus metabólitos atravessam a placenta e podem provocar complicações fetais, como hipotireoidismo e hipertireoidismo neonatal (complicações descritas em dois entre 12 neonatos de mães que usaram dose média de 325 mg/dia de amiodarona)15 . Em outro relato do uso em 9 gestantes, com dose diária de 200 mg, foi observado um caso de hipotireoidismo transitório neonatal24. Outras possibilidades são bócio neonatal, peso pequeno para a idade gestacional, prematuridade, bradicardia transitória e prolongamento do intervalo QT19.

A droga deve ser usada com cautela durante a gestação e todo recém-nascido deve ter sua função tireoidiana monitorada. É excretada pelo leite em níveis maiores que os do plasma materno, não sendo recomendado seu uso durante a amamentação11,15.

f) Outros antiarrítmicos

Fenitoína (D) - Seu uso é limitado ao tratamento da arritmia induzida pela intoxicação digitálica, que não responde a outros agentes terapêuticos, e para arritmias ventriculares refratárias. Não provoca problemas fetais se usada por pouco tempo1. A longo prazo, pode provocar malformações craniofaciais e de membros, retardo de crescimento físico e mental e defeitos cardíacos. Também pode provocar deficiência de ácido fólico e hemorragia no neonato, sendo necessária a administração de vitamina K após o nascimento19. É compatível com a amamentação1.

Adenosina(C) - É muito eficazno tratamentodetaquiarritmias paroxísticas supraventriculares. Sua meia-vida é de 7 segundos, sendo os efeitos colaterais também breves, incluindo cefaleia, rubor, inibição excessiva do nó sinusal e atrioventricular, dor anginosa e broncoconstrição em pacientes asmáticas3. É utilizada na dose de 6 mg IV rápida, seguida por até duas doses de 12 mg15. A dose efetiva da adenosina em gestantes parece ser maior que a de em não gestantes, devido à expansão do volume plasmático. Como a meia-vida é muito curta, não é esperado que a droga possa passar para o leite11 .

Digitálicos (C) - Têm sido usados para tratamento de insuficiência cardíaca e taquicardia supraventricular, tanto materna como fetal, em qualquer período da gestação, sem causar efeito adverso1. O volume de distribuição encontra-se aumentado na gestação e os níveis séricos da digoxina podem diminuir em até 50%, devido ao aumento da depuração renal, necessitando de um ajuste de dose. Após o parto, as necessidades da droga diminuem devido à normalização dos parâmetros farmacocinéticos. As dosagens séricas próximas ao termo podem estar falsamente elevadas devido a substâncias semelhantes à digoxina, as quais aumentam os resultados da dosagem por radioimunoensaio25. A digoxina é excretada no leite em concentrações próximas a do plasma materno e seu uso é compatível com a amamentação1.

6.4 - Hipolipemiantes

Exceto nos casos de hipercolesterolemia familiar, parece não haver benefício materno com o tratamento hipolipemiante na gestação. A recomendação seria de iniciar o uso dessas drogas após a suspensão da amamentação. Estatinas (X), fibratos (C) e niacina (C) não devem ser administrados durante a gestação e a amamentação. Gestantes que usaram estatinas no primeiro trimestre apresentaram alta incidência de malformações fetais maiores, sendo algumas relacionadas com a inibição da biossíntese do colesterol. A colestiramina (B), por não ser absorvida, pode ser utilizada tanto na gestação como na amamentação, mas pode depletar também vitaminas como A, D, E e K. A ezetimiba (C), em doses altas, é teratogênica para ratos, mas não para coelhos, não havendo relatos do seu uso em mulheres grávidas. No entanto, se a terapia na gestação é mandatória, parece ser melhor opção do que as estatinas. Não há dados sobre o seu uso na amamentação26.

6.5 - Anticoagulantes, antitrombóticos e trombolíticos

6.5.1 - Anticoagulantes

Heparina não fracionada (HNF-risco B) - Pode ser administrada por via IV ou SC, sendo que, por via SC e em doses ajustadas, a biodisponibilidade é 10% menor que a infusão IV contínua, e o início do efeito é retardado em até duas horas27. O efeito persiste até 28 horas após a última dose, o que limita o uso dessa via antes do parto28. É metabolizada em uma fase rápida pelo fígado e em outra fase lenta pelo rim29. Apresenta como principais complicações: trombocitopenia (monitorar plaquetas 2x/semana no primeiro mês e, posteriormente, 1x/mês quando usada por longo prazo)29, devendo ser suspensa quando as plaquetas caírem mais de 50% do valor basal30; osteoporose, também com tratamento a longo prazo (indicada densitometria óssea quando o uso for > 12 semanas)29; além de necrose de pele e anafilaxia30. Não atravessa a placenta nem é excretada pelo leite materno, sendo compatível com a amamentação11. A monitoração do efeito da HNF na gravidez é problemática, principalmente no final da gestação, quando ocorre uma aparente resistência à heparina, devido ao aumento do fibrinogênio e do fator VIII, que influenciam no resultado do TTPA. Isso pode levar a um aumento desnecessário da dose de heparina, aumentando o risco subsequente de hemorragias. Nessa situação, está indicada a determinação do nível do anti-Xa e, na impossibilidade deste controle, não deve se exceder a dose de 40.000 U/dia31.

Heparina de baixo peso molecular (HBPM - risco B) - As HBPM possuem 1/3 do peso molecular da HNF, além das seguintes vantagens: resposta anticoagulante mais previsível, melhor biodisponibilidade por via SC, maior meia-vida plasmática, menor risco de trombocitopenia e possivelmente um risco menor de osteoporose27.

Apresentam a desvantagem do custo ser bem mais elevado e de terem a reversão do efeito obtida só parcialmente com o uso da protamina32. Não alteram o TTPA, e sua atividade é medida pela dosagem dos níveis do antifator Xa. Em dose ajustada, são administradas de acordo com o peso da paciente, duas vezes ao dia, porque a meia-vida está reduzida na gestação. A monitorização do efeito está indicada em situações de risco de sangramento, como peso corporal < 50 kg ou > 90 kg e na presença de insuficiência renal. São considerados níveis terapêuticos quando o anti-Xa estiver entre 0.3 e 0.7 UI, medidas entre 3-4 horas após a administração SC. Para portadoras de prótese valvar cardíaca mecânica, os níveis devem ser em torno de 1,0 UI/ml33.

Derivados cumarínicos (D)* - São anticoagulantes orais que atuam diminuindo a concentração dos fatores II, VII, IX e X, os quais são sintetizados no fígado e dependentes da vitamina K16. Estão disponíveis no Brasil a varfarina e a femprocumona, sendo a varfarina a mais utilizada. A principal diferença entre as duas é a meia-vida: entre 36 e 42 horas para a varfarina e 160 horas para a femprocumona34. A resposta anticoagulante sofre flutuações com a dieta ou comorbidades, como disfunção hepática, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e anemia. O efeito é avaliado pelo tempo de protrombina (TP), estandartizado pelo INR. Os níveis terapêuticos são atingidos de 4 a 5 dias após o início do tratamento, e para uma anticoagulação moderada o TP deve ser de 20% a 25% do normal e o INR, entre 2 e 3. Pacientes de alto risco necessitam intensidade maior de anticoagulação, onde o INR é mantido entre 2,5 e 3,5. Valores menores que 2 aumentam o risco de trombose e quando maiores que 4 aumentam o risco de hemorragias35. Atravessam a placenta e podem causar embriopatia varfarínica quando utilizados no primeiro trimestre, entre a 6ª e 12ª semana de IG (ver cap. 7). São descritas também outras complicações fetais, como anormalidades do sistema nervoso central, lesões cerebrais mínimas com comprometimento do QI, aborto espontâneo, morte fetal e neonatal, prematuridade e hemorragia cerebral33 .

As anormalidades do sistema nervoso central atribuídas aos cumarínicos, quando usados nos segundo e terceiro trimestres36, têm sido observadas também com uso de heparina37 e mesmo sem uso de anticoagulante38 . Em estudo observacional realizado no Brasil, a frequência de malformações encontradas em neonatos de gestantes em uso crônico de anticoagulante oral foi igual à esperada em população de gestantes de alto risco37, conclusão já sugerida em outra publicação39. Num grupo de crianças expostas aos cumarínicos no período pré-natal, a avaliação das funções cognitivas não mostrou diferença na média do QI entre os expostos e os controles40. O aborto espontâneo é esperado em até 15% das gestações clinicamente diagnosticadas, e o uso de anticoagulante oral não se associou a aumento da frequência de aborto nessa população estudada37. São considerados compatíveis com a amamentação11.

* Classificados pelos fabricantes como risco X.

6.5.2 - Antitrombóticos

Aspirina (C) - Resultados recentes demonstraram que é segura tanto para a mãe como para o feto, quando administrada em baixas doses (< 150 mg/dia), durante toda a gestação41,42. O uso crônico ou intermitente em altas doses (> 325 mg/dia) deve ser evitado, principalmente próximo ao termo, pois pode causar fechamento prematuro do ducto arterioso, comprometimento da coagulação, tanto materna como no neonato, além de intoxicação congênita por salicilato11. É excretada pelo leite em baixas doses, e efeitos adversos na função plaquetária do lactente não têm sido descritos. A recomendação é de que seu uso na amamentação seja realizado com cautela11.

Clopidogrel (B) - Não é teratogênico em animais e existem apenas relatos de casos de uso em gestantes, e sem complicações43. Como o implante de stent coronário necessita de adequada proteção que evite a trombose, o uso de clopidogrel associado à aspirina tem sido a melhor opção comprovada nos ensaios clínicos. Em gestantes, o parto é um período crítico, pelo risco aumentado de hemorragias. Em um relato de caso em que não houve a suspensão do clopidogrel num período de 7 a 10 dias antes do parto, a paciente, submetida a parto cesáreo, teve complicação com hemorragia intra-abdominal, necessitando de uma transfusão de sangue para estabilizar o quadro de oligúria e baixo débito44 .

Ticlopidina (B) - Fetotóxica em animais, mas não teratogênica. Há um relato de uso em gestação que evoluiu para aborto, mas sem condições de se saber se houve relação com o tratamento43 (vide cap. 9).

6.5.3 - Trombolíticos

Os trombolíticos já utilizados em gestantes são: estreptoquinase(C), uroquinase(B) e alteplase(C)45 . Os dois primeiros não são seletivos e produzem um estado fibrinolítico generalizado. A estreptoquinase tem meiavida de 23 minutos, pode provocar reação alérgica ou hipotensão e, após seu uso, o fibrinogênio demora de 36 a 48 horas para retornar ao normal46. A alteplase é um ativador direto do plasminogênio, seletiva para o coágulo, com meia-vida de 5 minutos, e não é antigênica nem causa hipotensão45. Na gestação, os trombolíticos têm sido utilizados para tratamento de trombose venosa profunda proximal, tromboembolia pulmonar, trombose de prótese valvar, trombose de veia axilar, embolia arterial cerebral e infarto agudo do miocárdio45,47. Não há comprovação de que sejam teratogênicos, mas sabe-se que podem causar hemorragia materna, se utilizados por ocasião do parto, em 8,1% dos casos45. Para diminuir esse risco, seu uso deve ser evitado até 10 dias após partos cesáreos47. As poucas perdas fetais relatadas não parecem estar relacionadas a sua utilização, apesar de que alguma associação não pode ser excluída. A possibilidade do uso durante a amamentação e a consequente exposição do lactente são mínimas, mas não se sabe se passam para o leite materno11.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Ago 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009
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