Resumos
RACIONAL: O número de neoplasias vem aumentando de maneira preocupante. O tratamento cirúrgico constitui-se em uma das modalidades terapêuticas mais eficientes para os tumores sólidos. O implante neoplásico em ferida operatória é complicação cujo percentual de ocorrência relatado na literatura é variável, porém configura alta morbidade e grande dificuldade terapêutica. A proteção da ferida operatória é um dos princípios de cirurgia oncológica recomendados, entretanto pouco estudado.
OBJETIVO: Avaliar a influência da proteção de ferida operatória no desenvolvimento de implante tumoral na ferida operatória.
MÉTODOS: Foram utilizadas linhagens de células tumorais do Sarcoma 180, com inoculação intraperitoneal em camundongos Swiss. Após o estabelecimento da ascite neoplásica, os animais foram randomizados em dois grupos de 10, cada grupo composto por cinco machos e cinco fêmeas. Nos dois grupos foi realizada laparotomia e manipulação de órgãos intra-abdominais. Em um grupo a laparotomia foi realizada utilizando a proteção da ferida abdominal e no outro grupo sem proteção. No 9º dia pós-operatório foi realizada avaliação macroscópica da cicatriz operatória, sendo esta removida posteriormente para avaliação microscópica.
RESULTADOS: Houve infiltração microscópica de células tumorais na ferida operatória em todos animais. Porém, no grupo em que se realizou a proteção da ferida a infiltração foi menos intensa quando comparado ao grupo sem proteção. A infiltração também foi mais intensa nas fêmeas do que nos machos do mesmo grupo.
CONCLUSÃO: A infiltração tumoral na ferida operatória foi mais intensa no grupo em que não foi realizada a proteção da ferida operatória e nas fêmeas quando comparadas aos machos do mesmo grupo.
Ascite; Sarcoma 180; Modelos animais