RESUMO
RACIONAL: A esofagocardiomiotomia com fundoplicatura videolaparoscópica é uma técnica amplamente utilizada para o tratamento da acalasia. Este estudo avalia se esta técnica é segura e efetiva para o tratamento da acalasia não avançada (megaesôfago) em hospital público federal universitário.
OBJETIVOS: Avaliar em um hospital universitário público no Brasil os resultados imediatos e tardios do tratamento videolaparoscópico do megaesôfago não avançado pela técnica de esofagocardiomiotomia com fundoplicatura.
MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 44 pacientes submetidos ao tratamento da acalasia não avançada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG) no período de janeiro de 2001 até julho de 2021. Avaliou-se: sexo, idade, etiologia, classificação radiológica de Rezende-Alves e Ferreira-Santos, complicações imediatas e tardias (seguimento médio de 31,4 meses), necessidade ou não de conversão para via aberta, refluxo pós-operatório, realização ou não de dilatação endoscópica do esôfago no pré-operatório, mortalidade pós-operatória, frequência dos sintomas no pré e pós-operatório (disfagia persistente, regurgitação, pirose, vômitos, odinofagia e emagrecimento), tempos de cirurgia, internação hospitalar, disfagia, peso pré e pós-operatório e escore de Eckardt.
RESULTADOS: Entre os pacientes analisados, 23 (52,3%) eram do sexo masculino e 21 (47,7%) eram do sexo feminino, com média de idade de 50,8 anos. Não foram registradas complicações precoces e houve 27,2% de casos de refluxo gastroesofágico. O ganho de peso no pós-operatório foi de 81,8% e a taxa de sucesso da cirurgia segundo o escore de Eckardt foi de 84,1%.
CONCLUSÕES: A esofagocardiomiotomia com válvula antirrefluxo por videolaparoscopia é uma técnica eficaz e segura para o tratamento da acalasia não avançada.
DESCRITORES: Acalasia Esofágica; Miotomia de Heller; Laparoscopia