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Tempo de trânsito oral: revisão crítica da literatura

Resumos

Introdução:

O tempo de trânsito oral é um dos parâmetros observados na avaliação clínica da deglutição. A importância se deve ao seu impacto na duração total da refeição, o que pode ter como consequência prognóstico nutricional desfavorável.

Objetivo:

Documentar os textos científicos internacionais que abordem o tempo de trânsito oral em sujeitos saudáveis.

Método:

Estudo de revisão crítica que segue os preceitos do Cochrane Handbook. Os artigos foram selecionados por meio da base de dados PubMed, com utilização de descritores relacionados à fase oral da deglutição e aos tipos de consistência alimentar.

Resultado:

Os trabalhos analisados divergiram quanto à definição de tempo de trânsito oral, bem como quanto aos volumes testados e às idades e gêneros dos sujeitos avaliados. Os tempos encontrados variaram de 0,35 s a 1,54 s para líquido, de 0,39 s a 1,05 s para a consistência pastosa e de 1 s a 12,8 s para a consistência sólida. Foi observado também que o tempo de trânsito oral é significativamente aumentado em idosos, em relação a adultos, independente de volume e consistência alimentar.

Conclusão:

Não há consenso na literatura quanto ao tempo de trânsito oral na população saudável. Ainda assim, entende-se que este parâmetro deva ser valorizado durante a avaliação da disfagia, uma vez que possui impacto negativo na dinâmica da deglutição, o que acarreta desgaste energético ocasionado pela alimentação.

Deglutição; Transtornos de deglutição; Avaliação; Fonoaudiologia; Estado nutricional


INTRODUCTION:

Oral transit time is one of the parameters observed during the clinical assessment of the swallowing function. The importance of this parameter is due to its impact on the total duration of a meal, whose consequence can be an unfavorable nutritional prognostic.

OBJECTIVE:

To document scientific papers that measure oral transit time in healthy subjects.

METHOD:

The review followed the steps proposed by the Cochrane Handbook. The search was done via the PubMed database through the use of descriptors related to the oral phase of swallowing, as well as to types of food consistency.

RESULTS:

The articles on the theme had different definitions for oral transit time, as well as heterogeneity of tested volumes, age and gender of the participants. The times found varied from 0.35 s to 1.54 s for liquids, from 0.39 s to 1.05 s for pasty foods and from 1 s to 12.8 s for solid foods. Also, regardless of volume or consistency, oral transit time in elderly people is significantly longer than in adults.

CONCLUSION:

There's no consensus in the literature about oral transit time in healthy subjects. However, this parameter should be valued during the assessment of the swallowing function due to its negative impact on the dynamics of swallowing, which can cause high energy expenditure during feeding.

Deglutition; Deglutition disorders; Evaluation; Speech; Language and hearing sciences; Nutritional status


INTRODUÇÃO

O tratamento da disfagia do paciente em leito deve ser multidisciplinar, de modo a minimizar o risco de complicações11 Abdulmassih EMS, Macedo Filho ED, Santos RS, Jurkiewicz AL. Evolução de pacientes com disfagia orofaríngea em ambiente hospitalar. Arq Int Otorrinolaringol. 2009;13(1):56-62.. Como integrante da equipe multidisciplinar no tratamento da disfagia, o fonoaudiólogo tem como objetivo o restabelecimento da eficiência da alimentação por via oral de forma segura, a diminuição do risco de aspiração e a manutenção do nível de nutrição e hidratação33 American Speech-Language-HearingAssociation [Internet]. Treatment Efficacy Summary: Swallowing Disorders (Dysphagia in Adults). [cited 2013 December]; Available from:http://www.asha.org/uploadedFiles/public/TESDysphagiainAdults.pdf
http://www.asha.org/uploadedFiles/public...
,2222 Silva RG. A eficácia da reabilitação em disfagia orofaríngea. Pró-Fono R Atual Cient. 2007;19(1):123-130..

A avaliação da disfagia compreende a análise das estruturas e funções orais, faríngeas e digestivas altas, podendo ser tanto clínica quanto instrumental. A avaliação clínica inclui: apreciação anatômica e postural das estruturas da face e região cervical; observação da fisiologia da musculatura e demais estruturas utilizadas na função da deglutição, à exceção daquelas contidas na faringe e laringe, cuja visualização requer instrumentos; análise funcional da deglutição; estimativa da adequação da proteção das vias aéreas inferiores e da coordenação entre respiração e deglutição e, por fim, avaliação do controle de saliva22 American Speech-Language-HearingAssociation [Internet]. Speech-Language Pathology Medical Review Guidelines. [cited 2013 October]; Available from:http://www.asha.org/uploadedFiles/SLP-Medical-Review-Guidelines.pdf
http://www.asha.org/uploadedFiles/SLP-Me...
. Um dos parâmetros da avaliação clínica da disfagia é o tempo de trânsito oral (TTO). A literatura define este termo de diferentes formas. Tanto pode ser entendido como o intervalo entre a captação completa do bolo alimentar e o disparo do reflexo da deglutição, como o intervalo entre o início da propulsão do bolo posteriormente até que sua porção inicial ultrapasse a base da língua1616 Padovani AR, Moraes DP, Mangili LD, Andrade CRF. Protocolo fonoaudiológico de avaliação do risco para disfagia (PARD). Rev Soc Bras Fonoaudiol.2007;12(3):199-205.,1919 Sdravou K, Walshe M, Dagdilelis L. Effects of Carbonated Liquids on Oropharyngeal Swallowing Measures in People with Neurogenic Dysphagia. Dysphagia.2012;27:240-250.. A importância da valorização deste parâmetro se deve a dois diferentes fatores. O primeiro, consiste na relação significativa entre TTO aumentado e presença de disfagia88 Daniels ST, Schroeder MF, McClain M, Corey DM, Rosenbek JC, Foundas AL. Dysphagia in stroke: development of a standard method to examine swallowing recovery. JRRD. 2006;43(3):347-356.,1212 Li B, Zhang T, Sun X, Xu J, Jiang G. Quantitative videofluoroscopic analysis of penetration-aspiration in post-stroke patients. Neurol India. 2010;58(1):42-47.,1414 Mann, G. Hankey GJ, Cameron D. Swallowing function after stroke: prognosis and prognostic factors at 6 months. Stroke. 1999;30:744-748.. O segundo, relaciona o impacto do TTO na duração da refeição, que tem como consequência prognóstico nutricional desfavorável1313 Lustre NS, Freire TRB, Silvério CC. Temporal measurements of oral transit time in children with cerebral palsy of different levels motors and the relationship with the severity of dysphagia. Audiol Commun Res. 2013;18(3):0.,2323 Silva RG, Jorge AG, Peres FM, Cola PC, Gatto AR, Spadotto AA. Protocolo para controle de eficácia terapêutica em disfagia orofaríngea neurogênica (PROCEDON). Rev CEFAC. 2010;12(1):75-81..

O objetivo desta revisão sistemática foi o de documentar os textos científicos que abordem a medida do TTO em pessoas normais.

MÉTODO

Trata-se este estudo de revisão qualitativa da literatura. Para o estabelecimento das estratégias de pesquisa, foram seguidos os preceitos do Cochrane Handbook2727 The Cochrane Collaboration [Internet]. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Intervention. [cited October 2013]; Available from:http://www.cochrane.org/training/cochrane-handbook
http://www.cochrane.org/training/cochran...
envolvendo: formulação da pergunta, localização, seleção e avaliação crítica dos estudos.

Os artigos analisados foram selecionados por meio da base de dados PubMed. Os descritores foram associados aos operadores booleanos, o que permitiu a inclusão de palavras-chave sinônimas, aumentando assim a abrangência da pesquisa. As buscas realizadas foram: "(oral phase AND (deglutition OR swallowing)) AND consistency", "(oral phase AND (deglutition OR swallowing)) AND liquid", "(oral phase AND (deglutition OR swallowing)) AND (puree OR pasty OR paste)", "(oral phase AND (deglutition OR swallowing)) AND (semisolid OR semi-solid)", "(oral phase AND (deglutition OR swallowing)) AND solid", "oral transit time AND consistency", "oral transit time AND liquid", "oral transit time AND (puree OR pasty OR paste)", "oral transit time AND (semisolid OR semi-solid)" e "oral transit time AND solid".

Foram aplicados filtros que limitaram os resultados a pesquisas realizadas com humanos a partir de 19 anos de idade, escritas nos idiomas inglês e espanhol e publicadas entre os anos de 2003 e 2013. A partir da busca dos textos no banco de dados, foram excluídos os artigos repetidos por sobreposição de palavras-chave e trabalhos que não se relacionavam ao tema.

Após análise dos artigos, os seguintes critérios de exclusão foram aplicados: artigos que não mencionavam a medida do TTO; aqueles cujo grupo controle não era composto por sujeitos saudáveis; e pesquisas realizadas apenas com indivíduos diagnosticados com alguma doença.

Todas as etapas do estudo foram conduzidas de maneira independente pelos pesquisadores. Quando houve discordância, só foram incluídos aqueles textos sobre os quais a opinião final foi unânime. O processo de seleção dos textos incluiu, inicialmente, 90 artigos. Destes, 81 foram excluídos, o que resultou total de nove artigos. Após, foi realizada leitura minuciosa para a identificação do tipo de estudo, número, gênero e faixa etária dos participantes, objetivo, avaliação instrumental escolhida, definição de TTO contemplada, consistência(s) alimentar(es) utilizada(s), volume de alimento ofertado, resultados obtidos e, por fim, conclusão da pesquisa. Assim, serão apresentados nove parágrafos, relativos a cada artigo incluído no presente estudo, seguidos de explanações sobre eles.

RESULTADO

Cassiani et al 77 Cassiani RA, Santos CM, Parreira LC, Dantas RO. The relationship between the oral and pharyngeal phases of swallowing. Clinics. 2011;66(8):1385-1388. avaliou a deglutição de 30 sujeitos saudáveis, 18 homens e 12 mulheres, em idades entre 29 e 77 anos. O objetivo foi o de investigar a relação entre a duração das fases oral e faríngea da deglutição. O método de avaliação instrumental escolhido foi a videofluoroscopia. O artigo define TTO como o tempo entre a incisão e a passagem da última porção do bolo pelas fauces. O sujeitos avaliados receberam ofertas duplicadas de 5 e 10 ml de bário líquido e 5 e 10 ml de bário pastoso. Não houve diferença significativa entre o TTO para as duas consistências testadas. Tampouco foi encontrada diferença entre o TTO para os dois diferentes volumes ofertados de cada consistência. O TTO para ambos os volumes de líquido foi de 0,42 s, enquanto que o TTO para os dois volumes de alimento pastoso foi de 0,41 s. O estudo concluiu que existe correlação entre TTO e a duração do clareamento faríngeo durante a deglutição de bolos alimentares pastosos.

Saitoh et al1717 Saitoh E, Shibata S, Matsuo K, Baba M, Fujii W, Palmer JB. Chewing and Food Consistency: Effects on Bolus Transport and Swallow Initiation. Dysphagia.2007;22:100-107. avaliou 15 adultos jovens saudáveis, dentre estes nove homens e seis mulheres, com idade média de 30 anos (desvio-padrão de ±5,2). Os objetivos do estudo foram o de examinar a hipótese de que o transporte de alimento para a faringe e a aglutinação do bolo alimentar nesta região estão relacionados com a função da mastigação, bem como o de reexaminar se o mecanismo do transporte do alimento para a faringe resulta da ação da língua ou da ação da gravidade. A deglutição da população foi avaliada por meio de videofluoroscopia. O artigo define TTO como o tempo entre a incisão do bolo alimentar e a passagem da porção inicial do mesmo sob a espinha nasal posterior. Os participantes ingeriram 10 ml de bário líquido, 8 g de bário com biscoito amanteigado e 8 g de bário com guisado de carne moída com batatas. O TTO encontrado para o bário líquido foi de 1,54 s, o encontrado para o bário misturado aos alimentos sólidos foi de 6,93 s para o guisado de carne e 12,8 s para o biscoito. O estudo concluiu que a mastigação e a consistência do bolo alteraram a relação entre o transporte do alimento e o início da deglutição. Além disso, concluiu que o transporte de alimento para a hipofaringe é altamente dependente da gravidade, enquanto que o transporte para valéculas de alimento sólido é ativo, dependendo primariamente do contato entre a língua e o palato.

Silva et al2020 Silva ACV, Dantas RO, Fabio SRC. Clinical and scintigraphic swallowing evaluation of post-stroke patients. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(3):317-324. em estudo caso-controle comparou a deglutição de 26 pacientes pós acidente vascular cerebral isquêmico, com idades entre 26 e 83 anos, a 15 adultos saudáveis, com idades entre 27 e 86 anos. O artigo não menciona o gênero da população, afirmando apenas existir compatibilidade deste aspecto entre os dois grupos comparados. O objetivo foi o de estudar a deglutição de pacientes pós acidente vascular cerebral por meio de avaliação clínica e cintilográfica. O TTO foi definido como o intervalo de tempo necessário para a passagem do bolo pela boca, ou seja, até que sua porção posterior saia da cavidade oral. Os participantes ingeriram 5 ml de líquido e 5 ml de alimento pastoso. Ambas as consistências foram preparadas com água e suco em pó. Para a obtenção da consistência pastosa, adicionou-se 4,5 g espessante alimentar a 50 ml do preparado de água e suco em pó. O TTO encontrado com o líquido foi de 0,97 s para o grupo controle e 0,98 s para o grupo estudo. O TTO para o alimento pastoso foi de 0,76 s para o grupo controle e 1,10 s para o grupo estudo. A diferença entre os tempos não foi significativa. O estudo concluiu que a associação entre a avaliação clínica e instrumental da deglutição de pacientes pós acidente vascular cerebral permitiu a obtenção de um diagnóstico correto, bem como a eficiência do processo de reabilitação.

Silva et al2121 Silva ACV, Fabio SRC, Dantas RO. Scintigraphic Study of Oral, Pharyngeal, and Esophageal Transit in Patients with Stroke. Dysphagia. 2008;23:165-171. de maneira semelhante em outro estudo caso-controle, comparou a deglutição de 26 pacientes pós acidente vascular cerebral isquêmico, todos homens em idades entre 26 e 83 anos, à de 15 voluntários saudáveis, sendo sete homens e oito mulheres, com idades entre 27 e 86 anos. O objetivo foi o de verificar a hipótese de que o acidente vascular cerebral afeta o tempo de trânsito esofágico. O exame escolhido para a avaliação instrumental foi a cintilografia. O TTO foi definido como o intervalo de tempo necessário para a passagem do bolo pela boca até o início do reflexo da deglutição. Os participantes ingeriram 5 ml de líquido e 5 ml de alimento pastoso. Ambas as consistências foram preparadas com água e suco em pó. Para a obtenção da consistência pastosa, adicionou-se 4,5 g espessante alimentar a 50 ml do preparado de água e suco em pó. O TTO encontrado com o líquido foi de 0,97 s para o grupo controle e 0,98 s para o grupo estudo. O TTO para o alimento pastoso foi de 0,76 s para o grupo controle e 1,10 s para o grupo estudo. A diferença entre os tempos não foi significativa. O estudo concluiu que pacientes que tiveram acidente vascular cerebral e que se alimentam por via oral podem ter alterações no trânsito esofágico de líquidos.

Santos et al1818 Santos CM, Cassiani RA, Dantas RO. Videofluoroscopic Evaluation of Swallowing in Chagas' Disease. Dysphagia. 2011;26:361-365. em estudo caso-controle comparou 17 pacientes com doença de Chagas a 15 voluntários saudáveis. Os com Chagas, oito homens e nove mulheres, tinham idades entre 31 e 67 anos. Os sujeitos saudáveis, oito homens e sete mulheres, tinham idade entre 35 e 69 anos. O objetivo foi o de verificar a hipótese de que existem alterações no TTO e tempo de trânsito faríngeo na doença de Chagas. A pesquisa foi feita por meio de avaliação videofluoroscópica. O TTO foi definido como aquele entre o momento no qual a ponta da língua toca o palato, após a preparação e centralização do bolo, e o momento no qual a porção final do bolo ultrapassa as fauces. Os participantes receberam ofertas duplicadas de 5 e 10 ml de bário líquido e 5 e 10 ml de bário pastoso. Os valores de TTO encontrados para os voluntários saudáveis foram de 0,57 s para 5 ml de bário líquido, 0,47 s para 10 ml de bário líquido, 0,72 s para 5 ml de bário pastoso e 0,54 s para 10 ml de bário pastoso. Os valores de TTO encontrados para os pacientes com Doença de Chagas foram de 0,62 s para 5 ml de bário líquido, 0,62 s para 10 ml de bário líquido, 0,59 s para 5 ml de bário pastoso e 0,59 s para 10 ml de bário pastoso. A única diferença significativa entre os tempos dos dois grupos foi obtida com 10 ml de bário líquido. O estudo concluiu que o tempo de trânsito faríngeo é mais longo em pessoas com doença de Chagas quando comparado às pessoas saudáveis.

Ainda sobre a doença de Chagas, Gomes et al1010 Gomes FR, Secaf M, Kubo TTA, Dantas RO. Oral and Pharyngeal Transit of a Paste Bolus in Chagas' Disease. Dysphagia. 2008;23:82-87. em outro estudo caso-controle analisou a deglutição de 20 pacientes com a doença, 14 mulheres e seis homens com idades entre 27 e 81 anos, em comparação a 21 sujeitos saudáveis, dois homens e 19 mulheres, com idades entre 22 e 75 anos. Ambos os grupos foram subdividos de acordo com a faixa etária. Os pacientes com Chagas foram subdividos em um grupo de 10 adultos entre 27 e 57 anos e outro de 10 adultos entre 58 e 81 anos. O grupo controle foi subdividido em um grupo de 11 sujeitos entre 27 e 56 anos e outro de 10 sujeitos entre 57 e 65 anos de idade. O objetivo foi o de avaliar as fases oral e faríngea da deglutição de alimentos pastosos em pacientes com Chagas. O exame utilizado foi a cintilografia. O TTO foi definido como o intervalo entre o início e o término do esvaziamento oral. Os participantes ingeriram 10 ml de alimento pastoso, preparado com a adição de 4,5 g espessante alimentar a 50 ml de água. O TTO encontrado para 10 ml de alimento pastoso em pessoas jovens foi de 0,58 s no grupo controle e 0,56 s no grupo estudo. O TTO para 10 ml de alimento pastoso em pessoas mais velhas foi de 0,83 s para o grupo controle e 0,71 s para o grupo estudo. Não houve diferença significativa entre o TTO dos grupos. O estudo concluiu que pacientes com doença de Chagas podem apresentar maior quantidade de resíduo em cavidade oral, bem como maior duração de clareamento laríngeo.

Yoshikawa et al 2828 Yoshikawa M, Yoshida M, Nagasaki T, Tanimoto K, Tsuga K, Akagawa Y, et al. Aspects of Swallowing in Healthy Dentate Elderly Persons Older Than 80 Years.J Gerontol Ser. A-Med. Sci. 2005;60A(4):506-509. em estudo caso-controle comparou a deglutição de 19 idosos dentados saudáveis, sem queixas de mastigação, com idades entre 80 e 87 anos, 12 homens e sete mulheres, à deglutição de 14 adultos saudáveis, nove homens e cinco mulheres, com idades entre 24 e 32 anos. O objetivo foi o de esclarecer a influência primária do envelhecimento na deglutição de idosos dentados e saudáveis, com mais de 80 anos e que possuíam mais de 20 dentes. O exame utilizado foi a cinefluografia. Neste estudo, o TTO foi definido como o intervalo entre o início da movimentação da língua no começo da fase oral voluntária da deglutição e o momento em que o bolo alimentar atinge o ponto de cruzamento entre a mandíbula e a base da língua. Os participantes receberam três ofertas de 10 ml de bário líquido. O TTO para 10 ml de bário líquido encontrado no grupo de adultos foi de 0,74 s. O TTO encontrado para 10 ml de bário líquido no grupo de idosos foi significativamente maior, de 1,05 s. O estudo concluiu que há prejuízo da função fisiológica da deglutição mesmo em idosos saudáveis e dentados.

Dantas et al99 Dantas RO, Cassiani RA, Santos CM, Gonzaga GC, Alves LMT, Mazin SC. Effect of Gender on Swallow Event Duration Assessed by Videofluoroscopy.Dysphagia. 2009;24:280-284. em estudo clínico avaliou a deglutição de 30 voluntários saudáveis, entre eles 18 homens com idades entre 33 e 77 anos e 12 mulheres com idades entre 29 e 72 anos. O objetivo foi comparar a deglutição entre homens e mulheres assintomáticos por meio de videofluoroscopia. Neste artigo, o TTO foi definido como o intervalo entre o momento no qual a ponta da língua toca o palato, após a preparação e centralização do bolo, e o momento no qual a porção final do bolo ultrapassa as fauces. Os participantes receberam ofertas duplicadas de 5 e 10 ml de bário líquido e 5 e 10 ml de bário pastoso. Para a obtenção da consistência pastosa, adicionou-se 4,5 g espessante alimentar a 50 ml de bário líquido. O TTO encontrado para 5 ml de bário líquido foi de 0,41 s para os homens e 0,59 s para as mulheres. O TTO encontrado para 10 ml de bário líquido foi de 0,36 s para os homens e 0,35 s para as mulheres. O TTO encontrado para 5 ml de bário pastoso foi de 0,39 s para os homens e 0,59 s para as mulheres. O TTO encontrado para 10 ml de bário pastoso foi de 0,35 s para os homens e 0,38 s para as mulheres. Houve diferença significativa entre o TTO de 5 ml das consistências líquida e pastosa para homens e mulheres. O estudo concluiu que existe diferença entre a deglutição de homens e mulheres, uma vez que mulheres têm tempo de trânsito orofaríngeo aumentado em relação a homens, para um bolo de 5 ml de alimento pastoso.

Por fim, Baulieu et al66 Baulieu F, Boiron M, Bertrand P, Guilloteau D, Baulieu JL, Metman EH.Evaluation of a Solid Bolus Suitable for Esophageal Scintigraphy. Dysphagia.2007;22:281-289. em estudo clínico analisou a deglutição de 30 sujeitos saudáveis, com idades entre 21 e 77 anos. O gênero da população não foi especificado. O objetivo foi o de selecionar um bolo alimentar sólido adequado para o exame cintilográfico do esôfago. O TTO foi definido como o intervalo de tempo necessário para a passagem do bolo pela boca até a saída deste da cavidade oral. Os indivíduos ingeriram 1 e 3 ml de ovo mexido (somente clara e ovo inteiro). O TTO encontrado para 1 ml e 3 ml de ovo mexido feito somente com a clara foram de 1,7 e 2,7 segundos, respectivamente. O TTO encontrados para 1 ml e 3 ml de ovo mexido feito com o ovo inteiro foram de 1,0 e 1,6 s, respectivamente. O estudo concluiu que um bolo alimentar de 3 ml de ovo mexido (ovo inteiro) radiomarcado parece ser o mais adequado para o exame do trânsito esofágico, e seu uso pode aumentar o potencial da avaliação cintilográfica das desordens do esôfago.

Os estudos apresentados evidenciam que o TTO é parâmetro considerado importante na avaliação da deglutição por se tratar de medida objetiva de fácil obtenção, tanto durante a avaliação clínica quanto objetiva1313 Lustre NS, Freire TRB, Silvério CC. Temporal measurements of oral transit time in children with cerebral palsy of different levels motors and the relationship with the severity of dysphagia. Audiol Commun Res. 2013;18(3):0..No entanto, a análise destes estudos demonstra que existe divergência quanto às definições de TTO utilizadas.

Cassini et al.77 Cassiani RA, Santos CM, Parreira LC, Dantas RO. The relationship between the oral and pharyngeal phases of swallowing. Clinics. 2011;66(8):1385-1388., Saitoh et al.1717 Saitoh E, Shibata S, Matsuo K, Baba M, Fujii W, Palmer JB. Chewing and Food Consistency: Effects on Bolus Transport and Swallow Initiation. Dysphagia.2007;22:100-107., Silva et al.2020 Silva ACV, Dantas RO, Fabio SRC. Clinical and scintigraphic swallowing evaluation of post-stroke patients. Pró-Fono R Atual Cient. 2010;22(3):317-324., Silva et al.2121 Silva ACV, Fabio SRC, Dantas RO. Scintigraphic Study of Oral, Pharyngeal, and Esophageal Transit in Patients with Stroke. Dysphagia. 2008;23:165-171., Yoshikawa et al2828 Yoshikawa M, Yoshida M, Nagasaki T, Tanimoto K, Tsuga K, Akagawa Y, et al. Aspects of Swallowing in Healthy Dentate Elderly Persons Older Than 80 Years.J Gerontol Ser. A-Med. Sci. 2005;60A(4):506-509.. e Baulieu et al. 66 Baulieu F, Boiron M, Bertrand P, Guilloteau D, Baulieu JL, Metman EH.Evaluation of a Solid Bolus Suitable for Esophageal Scintigraphy. Dysphagia.2007;22:281-289. descrevem o TTO como sendo o tempo da fase preparatória oral da deglutição adicionado ao tempo da fase oral propriamente dita. O estágio preparatório oral é definido como a fase de preparação do alimento para o transporte, o que inclui a incisão, a mastigação e a centralização do bolo, então coeso, na língua. O estágio oral propriamente dito é definido como aquele no qual o bolo é impulsionado para a orofaringe33 American Speech-Language-HearingAssociation [Internet]. Treatment Efficacy Summary: Swallowing Disorders (Dysphagia in Adults). [cited 2013 December]; Available from:http://www.asha.org/uploadedFiles/public/TESDysphagiainAdults.pdf
http://www.asha.org/uploadedFiles/public...
. Estes autores concordam que o TTO se inicia com a introdução ou incisão do alimento na cavidade oral. Porém, descrições diferentes são dadas ao ponto de término do intervalo. Cinco dos artigos definem este ponto como sendo a passagem do bolo por alguma estrutura anatômica, como fauces, espinha nasal posterior, limite posterior da cavidade oral e ponto de cruzamento entre a mandíbula e a base da língua. No entanto, sabe-se que a resposta da deglutição pode ser desencadeada não só pelo contato do bolo ou saliva com os as fauces anteriores, mas também com diferentes locais da laringe, dentre eles valécula, epiglote e seios piriformes33 American Speech-Language-HearingAssociation [Internet]. Treatment Efficacy Summary: Swallowing Disorders (Dysphagia in Adults). [cited 2013 December]; Available from:http://www.asha.org/uploadedFiles/public/TESDysphagiainAdults.pdf
http://www.asha.org/uploadedFiles/public...
. Apenas Silva et al.2121 Silva ACV, Fabio SRC, Dantas RO. Scintigraphic Study of Oral, Pharyngeal, and Esophageal Transit in Patients with Stroke. Dysphagia. 2008;23:165-171. considera esta variação, uma vez que definem o ponto de término do TTO de forma funcional, ou seja, como o início do reflexo da deglutição.

O TTO encontrado em artigos que utilizam esta definição foi: 0,42 s e 0,97 s (para 5 ml de líquido em grupos indiscriminados de adultos e idosos); 0,42 s e 1,54 s (para 10 ml de líquido em grupos de adultos e idosos); 0,74 s (para 10 ml de líquido em um grupo de adultos); 1,05 s (para 10 ml de líquido em um grupo de idosos); 0,41 s e 0,76 s (para 5 ml de pastoso em grupos de adultos e idosos); 0,41 s (para 10 ml de pastoso em grupos de adultos e idosos); 1 s e 1,7 s (para 1 ml de sólidos em grupos de adultos e idosos); 1,6 s e 2,7 s (para 3 ml de sólidos em grupos de adultos e idosos) e 12,8 s (para 8 g de sólidos em grupos de adultos e idosos).

Os demais grupos de autores, Santos et al.1818 Santos CM, Cassiani RA, Dantas RO. Videofluoroscopic Evaluation of Swallowing in Chagas' Disease. Dysphagia. 2011;26:361-365., Dantas et al.99 Dantas RO, Cassiani RA, Santos CM, Gonzaga GC, Alves LMT, Mazin SC. Effect of Gender on Swallow Event Duration Assessed by Videofluoroscopy.Dysphagia. 2009;24:280-284. e Gomes et al.1010 Gomes FR, Secaf M, Kubo TTA, Dantas RO. Oral and Pharyngeal Transit of a Paste Bolus in Chagas' Disease. Dysphagia. 2008;23:82-87. descrevem o TTO como sendo o tempo da fase oral propriamente dita. Os autores mencionados especificam que o TTO se inicia após a preparação e centralização do bolo. Todos eles utilizam marcadores anatômicos em suas definições, enunciando o TTO como o intervalo necessário para a propulsão do bolo para a orofaringe, ou seja, entre o contato da ponta da língua com o palato duro e a passagem do bolo pelas fauces, ou entre o início e o término do esvaziamento da cavidade oral.

O TTO encontrado em artigos que utilizam esta outra definição foi: 0,57 s (para 5 ml de líquido em adultos e idosos de ambos os gêneros); 0,41 s (para 5 ml de líquido em adultos e idosos do gênero masculino); 0,59 s (para 5 ml de líquido em adultas e idosas do gênero feminino); 0,47 s (para 10 ml de líquido em adultos e idosos de ambos os gêneros); 0,58 s (para 10 ml de líquido em adultos de ambos os gêneros); 0,83 s (para 10 ml de líquido em idosos de ambos os gêneros); 0,36 s (para 10 ml de líquido em adultos e idosos do gênero masculino); 0,35 s (para 10 ml de líquido em adultas e idosas do gênero feminino); 0,39 s (para 5 ml de pastoso em adultos e idosos do gênero masculino); 0,59 s (para 5 ml de pastoso em adultas e idosas do gênero feminino); 0,71 s (para 10 ml de pastoso em idosos de ambos os gêneros); 0,56 s (para 10 ml de pastoso em adultos de ambos os gêneros); 0,35 s (para 10 ml de pastoso em adultos e idosos do gênero masculino) e 0,38 s (para 10 ml de pastoso em adultas e idosas do gênero feminino).

Outro aspecto passível de comentário é o fato de que nenhum dos artigos analisados no presente trabalho fornece medidas objetivas para as consistências testadas. Informações exatas sobre consistência do bolo alimentar ofertado durante a avaliação são de grande valia, uma vez que esta característica tem impacto conhecido na deglutição1111 Lee J, Sejdic E, Steele CM, Chau T. Effects of liquid stimuli on dual-axis swallowing accelerometry signals in a healthy population. Biomed Eng Online.2010;9:7.,2626 Taniguchi H, Tsukada T, Ootaki S, Yamada Y, Inoue M. Correspondence between food consistency and suprahyoid muscle activity, tongue pressure, and bolus transit times during the oropharyngeal phase of swallowing. J Appl Physiol. 2008;105:791-799.. Quanto mais consistente e viscoso é um alimento, maior será também o TTO e, consequentemente, o tempo total da deglutição1111 Lee J, Sejdic E, Steele CM, Chau T. Effects of liquid stimuli on dual-axis swallowing accelerometry signals in a healthy population. Biomed Eng Online.2010;9:7.,2626 Taniguchi H, Tsukada T, Ootaki S, Yamada Y, Inoue M. Correspondence between food consistency and suprahyoid muscle activity, tongue pressure, and bolus transit times during the oropharyngeal phase of swallowing. J Appl Physiol. 2008;105:791-799.. A medida objetiva recomendada por modelos de avaliação videofluoroscópica fornecidos pela American Speech-Language-Hearing Association - ASHA é a viscosidade, expressa em centipoise (cP)44 American Speech-Language-HearingAssociation [Internet]. Videofluoroscopic Swallowing Exam Template for Infants and Children Consuming Purees Through Table Foods. [cited 2013 November]; Available from:http://www.asha.org/uploadedFiles/VFSS-Exam-Template-Infants-Consuming-Purees.pdf
http://www.asha.org/uploadedFiles/VFSS-E...
,55 American Speech-Language-HearingAssociation [Internet]. Videofluoroscopic Swallowing Exam Template for Infants with Liquid Intake Only. [cited 2013 November]; Available from: http://www.asha.org/uploadedFiles/VFSS-Exam-Template-Infants-Liquid-Intake-Only.pdf
http://www.asha.org/uploadedFiles/VFSS-E...
,2424 Sordi M, Mourão LF, Silva, LBC. Comportamento reológico e nomenclatura dos alimentos utilizados por fonoaudiólogos de serviços de disfagia. Rev CEFAC. 2011;14(5):925-932..

Sobre a diferença entre o TTO de homens e mulheres, o estudo de Dantas et al.91 Abdulmassih EMS, Macedo Filho ED, Santos RS, Jurkiewicz AL. Evolução de pacientes com disfagia orofaríngea em ambiente hospitalar. Arq Int Otorrinolaringol. 2009;13(1):56-62., analisado no presente trabalho, encontrou diferença significativa entre os sexos para 5 ml de líquido e 5 ml de alimento pastoso. A literatura, na qual se inclui o próprio estudo, propõe a hipótese de que estas diferenças se devam às variações anatômicas e fisiológicas entre homens e mulheres99 Dantas RO, Cassiani RA, Santos CM, Gonzaga GC, Alves LMT, Mazin SC. Effect of Gender on Swallow Event Duration Assessed by Videofluoroscopy.Dysphagia. 2009;24:280-284.. No entanto, outros artigos sobre o tema demonstram a ausência de padrões de deglutição distintos entre os sexos1515 Molfenter SM, Steele CM. Variations in temporal measures of swallowing: sex and volume effects. Dysphagia. 2013;28(2):226-233..

Outra variável comparada em dois dos artigos analisados foi a idade. Um destes estudos, Yoshikawa et al.2828 Yoshikawa M, Yoshida M, Nagasaki T, Tanimoto K, Tsuga K, Akagawa Y, et al. Aspects of Swallowing in Healthy Dentate Elderly Persons Older Than 80 Years.J Gerontol Ser. A-Med. Sci. 2005;60A(4):506-509., encontrou diferença significativa entre o TTO de adultos saudáveis (de 24 a 32 anos) e de idosos saudáveis (de 80 a 87 anos) para a consistência testada (líquida). Este mesmo estudo concluiu que existe prejuízo da função fisiológica da deglutição em idosos saudáveis. O outro estudo de Gomez et al., dedicou-se a identificar os padrões de deglutição dos dois grupos e não relatou diferença significativa entre eles. Estes autores compararam dois grupos de pessoas saudáveis, o primeiro deles com indivíduos entre 27 e 56 anos de idade, e o segundo, dito o grupo de pessoas idosas, com indivíduos entre 57 e 65 anos de idade. A diferença da idade máxima entre os dois grupos foi pequena, de 56 para 65 anos, o que pode explicar os achados obtidos.

É necessário considerar a diferença entre os padrões de deglutição de adultos e idosos saudáveis para que não se incorra em erros durante a avaliação, uma vez que a presbifagia, ou envelhecimento fisiológico da deglutição, é entidade reconhecida e comum2525 Sura L, Madhavan A, Carnaby G, Crary MA. Dysphagia in the elderly: management and nutritional considerations. Clin Interv Aging. 2012;7:287-298.. Os efeitos do envelhecimento na fisiologia da deglutição incluem a redução da massa muscular e da elasticidade do tecido conjuntivo, o que acarreta perda de força e mobilidade das estruturas envolvidas25. Os impactos destas mudanças incluem o aumento do TTO2525 Sura L, Madhavan A, Carnaby G, Crary MA. Dysphagia in the elderly: management and nutritional considerations. Clin Interv Aging. 2012;7:287-298..

Assim, o TTO encontrado, levando-se em conta todos os artigos analisados, variara de 0,35 s a 1,54 s para líquido, de 0,39 s a 1,05 s para alimentos na consistência pastosa e de 1 s a 12,8 s para alimentos na consistência sólida.

A importância de se ter dados precisos sobre o TTO se encontra, justamente, em sua relação com o estado nutricional de pacientes disfágicos. Embora o aumento do TTO não seja um preditor para a aspiração, existe impacto negativo na condição nutricional do paciente1212 Li B, Zhang T, Sun X, Xu J, Jiang G. Quantitative videofluoroscopic analysis of penetration-aspiration in post-stroke patients. Neurol India. 2010;58(1):42-47.,2525 Sura L, Madhavan A, Carnaby G, Crary MA. Dysphagia in the elderly: management and nutritional considerations. Clin Interv Aging. 2012;7:287-298..

CONCLUSÃO

Não há consenso na literatura quanto ao TTO na população saudável. No entanto, independente da definição adotada, o aumento deste intervalo causará o aumento do tempo total da refeição que tem repercussões desfavoráveis no estado nutricional devido ao desgaste energético ocasionado pela função. Portanto, entende-se que este parâmetro deva ser valorizado durante a avaliação da deglutição.

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  • Fonte de financiamento: não há

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2015

Histórico

  • Recebido
    21 Ago 2014
  • Aceito
    09 Dez 2014
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