RESUMO
Racional:
Desde 2016 os EUA utilizam o MELD-Na para alocação de enxertos hepáticos, uma vez que o valor da natremia, quando adicionada ao MELD, aumenta a eficácia para prever a mortalidade na lista de espera. Entretanto, tal modificação não foi adotada no Brasil.
Objetivo:
Realizar uma simulação utilizando o MELD-Na como critério de ordenamento na lista de espera para transplante hepático no estado do Paraná.
Métodos:
O estudo utilizou os dados cadastrais de 122 inscritos na lista de espera para transplante hepático da Central Estadual de Transplantes do Paraná. Duas listas classificatórias foram montadas, uma utilizando o MELD e outra o MELD-Na. Foram analisadas as alterações na ordem classificatória dos pacientes comparando essas duas listas.
Resultados:
Entre todos os pacientes, 95,1% mudaram de posição: 30,3% apresentaram melhora, 64,8% apresentaram piora e 4,9% mantiveram a sua posição. Dos 19 pacientes com hiponatremia, 94,7% apresentaram mudança, todos para melhor posição. Dos 101 pacientes com sódio normal 95% apresentaram mudança de posição: em 18,8% houve melhora e em 76,2% houve piora da colocação. Dois pacientes apresentaram hipernatremia e ambos mudaram de posição para pior colocação. Houve diferença significativa entre os diferentes níveis de sódio em relação ao comportamento na lista de espera quando aplicado o MELD-Na.
Conclusão:
A inclusão do sódio sérico causou grande impacto na classificação, trazendo melhora na posição dos pacientes com hiponatremia.
DESCRITORES:
Transplante de fígado; Lista de espera; Hiponatremia; Mortalidade