RESUMO
RACIONAL: A incidência das lesões de vias biliares (LVB) permanece maior na colecistectomia laparoscópica (CL) em comparação à colecistectomia aberta. A Visão Crítica de Segurança (VCS) foi introduzida por Strasberg como estratégia para redução dessa catastróficas complicação.
OBJETIVOS: Avaliar com que frequência a VCS adequada é alcançada durante a CL, os fatores determinantes e as complicações cirúrgicas associadas.
MÉTODOS: É um estudo prospectivo. Fotografias da VCS de todas as CL realizadas consecutivamente pelo mesmo cirurgião entre 2020 e 2023 foram feitas. O sucesso na obtenção da VCS foi analisado pela própria cirurgiã e, posteriormente, por cirurgiões hepatobiliares. Os pacientes foram classificados em dois grupos: VCS obtida e VCS não obtida. Foi utilizada regressão logística multivariável para avaliar a associação entre fatores pré-operatórios e complicações cirúrgicas em ambos os grupos.
RESULTADOS: Trezentos e nove pacientes foram submetidos a CL. Desses, 73,5% foram cirurgias eletivas e 26,5% apresentavam colecistite aguda. A idade variou entre 14 a 87 e 76,8% eram mulheres. O IMC médio foi 26,7. Cirurgias abdominais prévias ocorreram em 64%. A VCS foi obtida em 79,9% dos pacientes e não houve complicações cirúrgicas neste grupo. Os fatores associados à não obtenção da VCS foram colecistite aguda (p=0,007), sexo masculino (p=0,014) e cirurgias abdominais prévias (p=0,021). Três pacientes necessitaram de colecistectomia subtotal devido à inflamação grave. Não houve correlação estatística entre a obtenção da VCS e complicações cirúrgicas.
CONCLUSÕES: A VCS é obtida na maioria dos pacientes. Colecistite aguda, sexo masculino, e cirurgias abdominais prévias estão associados a dificuldades na obtenção da VCS.
DESCRITORES
Colecistectomia laparoscópica; Colelitíase; Ducto colédoco; Colecistectomia; Colecistite aguda
Thumbnail
