RESUMO
Racional:
No mundo ocidental, a população desenvolveu um perfil de excesso de peso corporal. Os obesos mórbidos geram custo mais alto para o sistema de saúde. Entretanto, observa-se um hiato no tocante aos indivíduos acima do eutrofismo, mas não considerados obesos mórbidos.
Objetivo:
Correlacionar estado nutricional, segundo o IMC, com custo de internação de colecistectomias videolaparoscópicas.
Método:
Coleta de dados dos prontuários sobre: avaliação de risco nutricional, estado nutricional e custo de internação de pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica eletiva no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014.
Resultados:
Foram analisados 814 procedimentos. A idade média foi de 39,15 (±12,16) anos; 47 (78,3%) eram mulheres. O custo de internação foi, em média, de R$ 6.167,32 (±1.830,85) para 4,06 (±2,76) dias de internação. Quarenta e um (68,4%) pacientes apresentavam algum grau de sobrepeso; o IMC médio foi 28,07 (±5,41) kg/m²; seis (10%) indivíduos apresentavam risco nutricional ≥3. Houve correlação fraca (r=0,2) e não significativa (p<0,08) entre o custo de hospitalização e o tempo de permanência. No entanto, em indivíduos com IMC normal, a correlação foi forte (r=0,57) e significante (p<0,01).
Conclusão:
Sobrepeso não demonstrou correlação entre custo e tempo de internação. Entretanto, os indivíduos com sobrepeso apresentaram custo maior de internação em relação aos que não tiveram intercorrência, mas sem correlação com o estado nutricional. Em relação aos com IMC normal, houve correlação forte e estatisticamente significante com o custo para tempo de internação, reforçando que há provável distribuição normal envolvendo estado nutricional adequado e sucesso do procedimento cirúrgico com consequente impacto no custo de internação.
DESCRITORES:
Gastos em saúde; Colecistectomia; Obesidade; Laparoscopia