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EXISTE RECUPERAÇÃO NEURAL E FUNCIONAL APÓS A RETIRADA DE CLIPE QUANDO DA INDUÇÃO DE SIMPATECTOMIA CERVICAL EXPERIMENTAL?

RESUMO

Racional:

O tratamento cirúrgico da hiperidrose pela simpatectomia torácica trouxe além do alívio sintomático para muitos, também seu principal efeito adverso: o suor compensatório ou reflexo. A técnica de clipagem do nervo simpático no lugar de sua secção deu margem à esperança de reversão do procedimento; porém, os resultados mostram-se bastante divergentes e pouco conclusivos

Objetivo:

Observar a lesão provocada pelo clipe de polímero em nervo simpático de coelhos sete dias após sua clipagem, comparando-a com os achados após três semanas da retirada do clipe.

Método:

Estudo experimental, com amostra formada por 20 coelhos, divididos em dois grupos de 10, sendo o grupo 1 chamado clipagem e o 2, desclipagem. Todos foram submetidos à clipagem do nervo simpático cervical direito com clipe polimérico, e no grupo 2 realizou-se a desclipagem sete dias após. Os coelhos do grupo 1 foram submetidos à eutanásia no 7º dia de pós-operatório, e os do grupo 2 no 21º dia após a remoção do clipe. Observou-se na macroscopia o aspecto do clipe, a presença de lesão de descontinuidade, infecção e aderências ao redor do nervo. Para estudo microscópico utilizou-se a coloração H&E na avaliação das fases, grau do processo inflamatório e presença de necrose, e a de picrosirius red F3BA para quantificação de colágeno.

Resultados:

O nervo simpático cervical foi identificado íntegro, sem necrose ou infecção em todos os animais do experimento; havia aderências em ambos os grupos, sendo mínimas em oito de cada grupo e moderadas ou intensas em dois; em toda a amostra o clipe encontrava-se completamente fechado no 7º dia de pós-operatório; o processo inflamatório presente foi do tipo crônico, com predomínio monomorfonuclear, não se observando diferença significativa em relação ao grau do processo inflamatório entre os grupos; porém, a quantidade de colágeno tanto do tipo I quanto do tipo III foi significativamente maior no grupo 2.

Conclusões:

A lesão provocada pelo clipe de polímero em nervo simpático pode ser reversível possibilitando o retorno funcional nas áreas envolvidas na simpatectomia cervical simulada. A clipagem do nervo simpático cervical com uso de clipe de polímero não causa lesão de descontinuidade.

DESCRITORES:
Nervo simpático; Clipagem; Lesão nervosa; Bloqueio simpático; Cipe de polímero; Reversão de simpatectomia; Coelhos

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