RESUMO
RACIONAL: Os colangiocarcinomas (CCA) são neoplasias raras, de elevada mortalidade, originadas nas vias biliares. Sua incidência é maior no oriente devido à endemia de parasitas hepáticos. Fatores como a síndrome metabólica, tabagismo e causas pró-inflamatórios também estão associados. A clínica desta entidade caracteriza-se por astenia, dor abdominal, colestase e aumento dos níveis séricos de CEA e CA19-9.
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência, sobrevida e potenciais implicações prognósticas/terapêuticas em uma coorte de pacientes com CCA, correlacionando-se dados clínico-laboratoriais e possíveis fatores de risco associados.
MÉTODOS: Análise retrospectiva por análise de dados clínicos e histológicos de pacientes diagnosticados com CCA na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, entre 2016 e 2021.
RESULTADOS: Houve uma prevalência de 56% de colangiocarcinomas em mulheres, com localização intra-hepática em 55,4% dos casos e unifocalidade em 85,6% dos pacientes. A idade média dos pacientes foi de 63 (26-89) anos, com tamanho tumoral médio de 5,5 cm. O tempo de sobrevida mediano foi de 7 meses (0 a >50). O CA 19-9 estava alterando em 81% dos pacientes, enquanto TGO/TGP estavam alterados em 62,5% dos pacientes e Gama-GT/FA/bilirrubinas em 69,1%. Houve maior mortalidade em pacientes com CCA extra-hepáticos.
CONCLUSÃO: Fatores de risco como tabagismo, colecistectomia, cirrose, litíase intra-hepática e transplante devem ser considerados individualmente pelo médico assistente para realização de acompanhamento radiológico e descoberta incidental da neoplasia. O atraso no reconhecimento pelo médico assistente pode atrasar o diagnóstico, aumentando a mortalidade.
DESCRITORES:
Doenças dos ductos biliares; Colangiocarcinoma; Epidemiologia; Patologia; Prognóstico