RESUMO
Racional: O transplante ortotópico de fígado (TOF) é um procedimento altamente complexo, que pode ser de difícil controle intraoperatório em pacientes com coagulopatias.
Objetivos: Avaliar a administração profilática de ácido épsilon aminocapróico (EACA) para reduzir a necessidade de transfusão de hemoderivados e sua relevância para a trombose.
Métodos: Os pacientes foram randomizados em dois grupos: um grupo recebeu EACA (20 mg/kg/h) antes da incisão cirúrgica até o final do TOF, e um grupo controle recebeu um volume semelhante de solução salina a 0,9%. O sangue foi coletado para analisar fibrinólise e distúrbios de coagulação por tromboelastometria rotacional (ROTEM®).
Resultados: Vinte e quatro pacientes receberam EACA e 26 pacientes receberam solução salina. Na análise do perfil de coagulação fibrinolítico e hemostático pelo ROTEM®, a fibrinólise foi significativamente menos frequente no grupo de pacientes tratados com EACA (p<0,001) na fase anepática. Não houve diferenças significativas nas análises de tromboelastometria por outras vias extrínsecas e tromboelastometria específica para fibrinogênio. Além disso, não houve diferenças significativas entre os dois grupos em relação à média e à porcentagem de transfusão de hemoderivados, complicações pós-operatórias, pacientes que receberam alta hospitalar e aqueles que faleceram em até 3 meses após o transplante de fígado.
Conclusões: Embora a administração de EACA não tenha reduzido a transfusão de hemoderivados, este medicamento tratou eficazmente a fibrinólise e não foi associado a quaisquer complicações com aumento do risco de trombose venosa e arterial hepática ou mortalidade em até 3 meses após o transplante de fígado.
Palavras-chave:
Transplante de Fígado; Fibrinólise; Tromboelastografia; Antifibrinolíticos
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