RESUMO
Racional:
A hematopoiese extramedular depende de mecanismos fisiopatológicos complexos, havendo relação destas células-tronco hematopoiéticas com proteínas mediadoras da inflamação. A identificação de células hematopoiéticas fora da medula óssea no adulto, situação que ocasionalmente pode acompanhar a resposta inflamatória era considerada ocorrência secundária, mas estudos biomoleculares modificaram este conceito.
Objetivo:
Descrever agrupamentos de células precursoras das plaquetas (megacariócitos) e células da resposta inflamatória, na parede abdominal e no baço de ratos com hérnias incisionais induzidas experimentalmente e reparadas com diferentes próteses sintéticas.
Métodos:
Vinte e cinco ratos com hérnias incisionais previamente realizadas foram distribuídos em grupos com cinco animais: Grupo 1, reparo do defeito herniário sem implante de prótese; Grupo 2, reparo com prótese de polipropileno; Grupo 3, reparo empregando polipropileno com baixa gramatura; Grupo 4, utilização de prótese de polipropileno e poliglecaprone; Grupo 5, prótese de polipropileno e poliglactina. Todas as próteses foram recortadas na forma de losangos com área de 2,625 cm². Os animais foram reoperados após 10 dias, as paredes abdominais foram retiradas em bloco com as vísceras a elas aderidas e o material foi processado em rotina histológica.
Resultados:
Foram evidenciados nichos de megacariócitos na parede abdominal e no baço coletado juntamente com as aderências em animais com implante de próteses, além de reação inflamatória significativa.
Conclusão:
A intensa reação inflamatória, local e sistêmica em relação às próteses com polipropileno em sua composição, foi desproporcional à resposta esperada, requerendo aprofundamento do estudo com avaliação da imunofenotipagem e painéis específicos de anticorpos monoclonais para melhor esclarecimento.
DESCRITORES:
Hérnia incisional; Células-tronco; Hematopoiese extramedular; Telas cirúrgicas; Efeitos adversos