Racional:
Mecanismos imunológicos e inflamatórios desempenham papel-chave no desenvolvimento e progressão do diabete melito tipo 2.
Objetivo:
Levantar a hipótese de que alterações nos parâmetros imunológicos ocorrem após operação duodenojejunal combinada com interposição ileal sem gastrectomia, e influenciam o metabolismo da insulina das células beta.
Métodos:
Dezessete pacientes com diabete melito tipo 2 sob manejo clínico foram submetidos à cirurgia e amostras de sangue foram coletadas antes e seis meses após para avaliação do perfil de sorológico de citocinas pró-inflamatórias (IFN-γ, TNF-α, IL-17A) e anti-inflamatórias(IL-4, IL-10). Além disso, parâmetros antropométricos, glicemia e uso de insulina foram avaliados em cada paciente.
Resultados:
Não ocorreram alterações no padrão de expressão de citocinas pró-inflamatórias observadas antes e depois da operação. Em contraste, houve diminuição significativa na expressão de IL-10, que coincide com redução da dose diária de insulina, com o controle glicêmico e redução do IMC dos pacientes. Apresentação precoce de alimentos para o íleo pode ter induzido a produção das incretinas tais como GLP-1 e PYY, que, juntamente com o controle da glicemia, contribuíram para a perda de peso, remissão do diabete e o bom prognóstico consequente cirúrgico. Além disso, o controle de síndrome metabólica foi responsável pela redução da expressão de IL-10 nestes doentes.
Conclusão:
Baixo grau de inflamação estava presente nesses pacientes no pós-operatório, certamente pelo adequado controle glicêmico e ausência de obesidade, o que contribuiu para bom resultado cirúrgico.
Citocinas; Diabete melito; Cirurgia