RESUMO
RACIONAL:
A ressecção cirúrgica é o principal fator determinante na sobrevida de pacientes com câncer gástrico, mas não é indicada na presença de doença metastática. O peritônio é local comum de metástase, porém os métodos de imagem ainda falham na sua detecção.
OBJETIVO:
Avaliar o papel da Laparoscopia Diagnóstica no estadiamento de pacientes com câncer gástrico avançado em um centro oncológico ocidental terciário.
MÉTODOS:
Foram avaliados 130 pacientes com adenocarcinoma gástrico submetidos a Laparoscopia Diagnóstica de 2009 a 2020, a partir de um banco de dados prospectivo. As características clínico-patológicas foram analisadas para identificar fatores associados à presença de metástase peritoneal. Foram também avaliadas a acurácia e concordância entre a tomografia computadorizada e a Laparoscopia Diagnóstica na detecção de metástase peritoneal e na mudança de conduta após a Laparoscopia Diagnóstica.
RESULTADOS:
As metástases peritoneais foram identificadas em 66 pacientes (50,76%). A sensibilidade, especificidade e acurácia da tomografia computadorizada na sua detecção foram de 51,5%, 87,5% e 69,2%, respectivamente. De acordo com o coeficiente Kappa, a concordância entre a Laparoscopia Diagnóstica e a tomografia computadorizada foi de 38,8%. Na análise multivariada, ascite (p=0,001) e suspeita de metástase peritoneal na tomografia computadorizada (p=0,007) foram estatisticamente correlacionadas com metástase peritoneal. Em 40 pacientes (30,8%), o estadiamento e as estratégias de tratamento mudaram após a Laparoscopia Diagóstica (32 pacientes evitaram laparotomia e 8 pacientes, anteriormente considerados estágio IVb, foram tratados cirurgicamente).
CONCLUSÕES:
A Laparoscopia Diagnóstica demonstrou um papel importante no diagnóstico de metástases peritoneais, mesmo com métodos de imagem avançados.
DESCRITORES:
Neoplasias Gástricas; Laparoscopia; Estadiamento de Neoplasias; Neoplasias Peritoneais