RESUMO
Racional:
Pancreatectomia distal laparoscópica (PDL) é a abordagem de escolha para ressecção de tumores no pâncreas distal devido a suas muitas vantagens sobre a abordagem laparotômica.
Objetivo:
Analisar e comparar os resultados em curto e longo prazo da PDL realizada por meio de duas técnicas diferentes: com esplenectomia vs. preservação esplênica e preservação dos vasos esplênicos.
Método:
Cinquenta e oito pacientes foram operados e subsequentemente divididos em dois grupos: grupo 1, PDL com esplenectomia (PDLE) e grupo 2, PDL com preservação esplênica e dos vasos esplênicos (PDLPEVE).
Resultados:
As características epidemiológicas foram similares entre os dois grupos (idade, gênero, IMC e tamanho da lesão). Ambas as médias de tempo operatório (p=0,04) e de sangramento intraoperatório (p=0,03) foram maiores no grupo 1. A média de linfonodos ressecados também foi maior no grupo 1 (p<0.000). Não houve diferença em relação a conversão, morbidade ou mortalidade pós-operatória precoce. A média de internação hospitalar foi similar entre os grupos. Fístula pancreática (graus B e C) foi similar entre os grupos. A média de seguimento global foi 37,6 meses (5-96). Complicações tardias foram similares entre os grupos.
Conclusão:
Ambas as técnicas foram superponíveis, entretanto a PDLE apresentou respectivamente maiores sangramento intraoperatório, tempo cirúrgico e número de linfonodos ressecados. Não foram observadas diferenças de infecções ou neoplasias relacionadas com esplenectomia durante o período de seguimento. Manutenção do baço evitou imunizações periódicas na PDLPEVE. Ela pode ser indicada em lesões pancreáticas pequenas com curso indolente.
DESCRITORES:
Pancreatectomia distal; Esplenectomia; Laparoscopia; Preservação esplênica; Cirurgia; Neoplasias pancreáticas