RESUMO
Racional:
Fístula anal tem por definição a comunicação entre o reto ou canal anal com a região perineal, trajeto este que pode encontrar-se epitelizado e tem origem criptoglandular em 90% dos casos. Há grande número de técnicas para o tratamento das fístulas transesfincterianas com sucesso de 20-85%, incluindo-se a esfincteroplastia primária, mas não está claro se o material utilizado teria influência no resultado.
Objetivo:
Analisar a eficácia dos fios de polidioxanona e polipropileno na esfincteroplastia primária pós-fistulotomia no tratamento de fístulas transesfincterianas em ratos.
Métodos:
Utilizou-se 30 ratos Wistar com transfixação do esfíncter anal com fio de aço, que permaneceu por 30 dias para desenvolvimento da fístula anal. Após esse período, este fio foi removido e foram formados quatro grupos: A (controle) sem tratamento; B (fistulotomia) submetido a tal procedimento e curetagem apenas; C (polidioxanona) em que foi feita esfincteroplastia com fio polidioxanona após a fistulotomia; D (polipropileno) submetido ao mesmo tratamento do grupo C, porém com fio de polipropileno. Após 30 dias foi praticada a eutanásia e remoção dos espécimes, para análise histopatológica qualitativa, medição da área de afastamento dos cabos musculares e avaliação do grau de fibrose local.
Resultados:
Houve persistência da fístula em todos os animais do grupo A. Não houve diferença significativa entre os grupos B, C e D quanto ao afastamento dos cabos musculares (p=0,078) e ao grau de fibrose causado pelos diferentes tratamentos (p=0,373).
Conclusões:
Não houve diferença entre os fios de polidioxanona e polipropileno na esfincteroplastia primária pós-fistulotomia, e esta técnica não foi superior à simples fistulotomia quanto ao afastamento dos cabos musculares nem apresentou diferenças em relação ao grau de fibrose local.
DESCRITORES:
Canal anal; Fístula retal; Ratos