RACIONAL:
A incidência significante, a dificuldade diagnóstica, a relevância clínica e a eficácia terapêutica associada ao pequeno número de publicações sobre os distúrbios motores primários do esôfago, motivou a realização do presente estudo.
OBJETIVO:
Verificar a prevalência desses distúrbios em manometrias e relacioná-las aos achados endoscópicos e clínicos.
MÉTODOS:
Estudo retrospectivo de 2614 pacientes sendo 1529 (58,49%) do gênero feminino e 1085 (41,51%) do masculino. A partir de 299 exames manométricos com diagnóstico de distúrbio motor esofagiano primário, procuraram-se os dados clínicos (pirose, regurgitação, disfagia, odinofagia, dor torácica não cardíaca, globo faríngeo e sintomas extra-esofageanos) e/ou endoscópicos (hérnia de hiato, esofagite erosiva, resíduos alimentares) que motivaram a realização da manometria.
RESULTADOS:
Foram encontrados 49 casos de acalásia, 73 de espasmo difuso, 89 de esôfago em quebra-nozes, 82 de motilidade esofagiana ineficaz, e seis de esfíncter esofagiano inferior hipertensivo. Em relação às correlações, observou-se em 119 pacientes analisados que, na clínica associada às afecções, a disfagia foi mais encontrada na acalásia do que nas outras afecções; na relação entre os achados endoscópicos e as afecções não houve relevância estatística entre os dados.
CONCLUSÃO:
Os achados clínicos e endoscópicos têm pequeno valor na caracterização das doenças motoras primárias do esôfago, evidenciando ainda mais a necessidade da manometria, particularmente no pré-operatório da doença do refluxo gastroesofágico.
Transtornos da motilidade esofágica; Endoscopia; Manometria