RESUMO
Racional:
A obesidade pode ser tratada com a cirurgia bariátrica; porém, doenças da via biliar como colelitíase e coledocolitíase podem surgir, principalmente devido à grande perda de peso. A colangiopancreatografia retrógrada é procedimento diagnóstico e terapêutico dessas afecções, e pode ser dificultada pela alteração anatômica após a operação.
Objetivos:
Relatar a eficácia e a segurança da colangiopancreatografia endoscópica retrógrada assistida por videolaparoscopia nos pacientes pós-cirurgia bariátrica com derivação gástrica em Y-de-Roux.
Método:
Estudo retrospectivo entre 2007 e 2017. Foram coletados: idade, gênero, indicação cirúrgica, tempo de internamento, diagnóstico etiológico, taxa de sucesso terapêutico, intercorrências intra e pós-operatórias.
Resultados:
Sete pacientes tiveram coledocolitíase confirmada por exame de imagem, principalmente em mulheres. O intervalo entre a derivação gástrica e o procedimento endoscópico variou de 1 a 144 meses. Não houve intercorrências intraoperatórias. A canulação da papila duodenal foi obtida em 100% dos casos. A maioria dos casos de complicações foi relacionada à gastrostomia, e raramente ao procedimento endoscópico. Houve duas intercorrências pós-operatórias, um caso de dor toracoabdominal refratária às doses elevadas de morfina no mesmo dia do procedimento, além de um diagnóstico laboratorial de pancreatite aguda pós-procedimento em paciente assintomático. A permanência hospitalar máxima foi de quatro dias.
Conclusão:
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica pela gastrostomia laparoscópica é método eficaz, seguro, visto que a maioria das complicações foi relacionada à gastrostomia; ela não altera a sequência de realização da colangiopancreatografia convencional.
DESCRITORES:
Endoscopia; Derivação gástrica; Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica