FUNDAMENTOS:
A histopatologia e as respostas imunológicas do processo de cura da leishmaniose são ainda pouco estudadas.
OBJETIVOS:
Este estudo teve como objetivo avaliar os aspectos histopatológicos e imunológicos das lesões de pacientes com leishmaniose tegumentar, antes e após diferentes métodos terapêuticos.
MÉTODOS:
Foram estudados 23 indivíduos agrupados de acordo com os tratamentos: Glucantime, Glucantime + Leishvacin e Glucantime + Leishvacin associado com Bacilo Calmette-Guerin. Para a análise das alterações histopatológicas presentes na derme e epiderme, cortes histológicos foram corados com hematoxilina e eosina. Para avaliar a expressão de interferon (IFN)-γ, interleucina (IL) 12, IL-10 e IL-4 foi utilizada a técnica de imuno-histoquímica antes e após o tratamento.
RESULTADOS:
Antes do tratamento houve um intenso infiltrado de células mononucleares, após o tratamento, mesmo com um diagnóstico de cura clínica, apresentou-se ainda um moderado processo inflamatório. Na análise imuno-histoquímica, notamos uma diferença entre as citocinas, com expressão aumentada de citocinas IFN-γ e IL-12 em comparação com IL-10 e IL-4 tanto antes quanto depois do tratamento, e comparativamente, a diferença nesta expressão mostrou-se mais intensa antes do tratamento. No entanto, a expressão das citocinas analisadas por grupo de tratamento não mostraram diferenças estatisticamente significativas.
CONCLUSÃO:
Concluímos que uma cura clínica nem sempre coincide com a cura histopatológica, e que antes do tratamento há uma predominância de citocinas Th1. Para os tratamentos, não houve diferença na progressão da cura para todos os três tipos de tratamento, indicando a equivalência clínica dos tratamentos.
Citocinas; Histologia; Imunoistoquímica; Leishmaniose; Leishmaniose cutânea