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Linfadenite tuberculosa associada ao HIV: a importância da reação em cadeia de polimerase (PCR) como ferramenta complementar para o diagnóstico da tuberculose - estudo de 104 pacientes

FUNDAMENTOS: A linfadenite é comum em pacientes HIV-positivos. O diagnóstico das infecções associadas a essa condição é complexo, especialmente em relação à tuberculose. A detecção rápida e específica do Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) é essencial para o tratamento adequado. Além disso, frequentes causas de linfadenites tais como as relacionadas a linfoma, histoplasmose, e outras, devem ser afastadas. OBJETIVOS: Avaliar a importância da biópsia cirúrgica excisional das linfadenites e realização dos exames histopatológicos, exames baciloscópicos (Ziehl-Neelsen), cultura (Lowenstein-Jensen) e reação em cadeia da polimerase (PCR) com finalidade diagnostica MÉTODOS: Desenvolveu-se um protocolo para biópsias excisionais de linfonodos, adotando-se os seguintes procedimentos: exame direto de esfregaços corados pelo método de Ziehl-Neelsen, cultura em meio de Lowenstein-Jensen, exame anátomo-patológico e PCR. RESULTADOS: Ao todo foram incluídos 104 pacientes, e o exame histopatológico evidenciou 36% (n = 38 pacientes) de casos de linfadenite crônica inespecífica, 26% (n = 27) de linfadenite tuberculosa, 10,5% (n =11) de linfoma e 8,7% (n = 9) de histoplasmose. Através da cultura no meio de Lowenstein-Jensen, os casos positivos para linfadenite tuberculosa aumentaram para 30%. A PCR detectou M. tuberculosis em 6 das 38 amostras de linfadenite crônica inespecífica. Três desses pacientes foram acompanhados, exibiram sintomas de tuberculose e foram curados após tratamento específico. CONCLUSÃO: Os dados obtidos neste trabalho sugerem que em todos os casos de linfadenopatia deve-se realizar exame histopatológico, cultura em Lowenstein-Jensen ou Ogawa e reação em cadeia da polimerase. A reação em cadeia da polimerase pode ser útil na detecção precoce e acurada de casos de TB extrapulmonar nos pacientes HIV-positivos com linfadenopatias, evitando-se o uso de tratamentos empíricos e o eventual desenvolvimento de cepas resistentes.

HIV; Infecções oportunistas relacionadas com a AIDS; Tuberculose; Tuberculose dos linfonodos


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