Define-se o fenômeno de Lúcio como uma variante da reação hansênica do tipo 2. Evento raro, que ocorre na evolução da hanseníase de Lúcio e de outras formas de hanseníase virchowiana. Tem na sua fisiopatologia uma proliferação exacerbada dos bacilos de Hansen, que invadem a parede dos vasos sanguíneos e agridem as células endoteliais, causando proliferação endotelial e diminuição do lúmen vascular, fato este, que associado a reações inflamatórias e a alterações no sistema da coagulação, causa trombose vascular, isquemia, infarto e necrose tecidual, gerando as alterações histopatológicas características do fenômeno. Relatamos um caso de hanseníase virchowiana, com tratamento irregular, que desenvolveu o fenômeno de Lúcio. Recebeu tratamento com poliquimioterapia, antibióticos, corticosteróide e talidomida, evoluindo com desfecho clínico favorável.
Coagulação sanguínea; Eritema nodoso; Hanseníase Virchowiana; Quimioterapia; Terapêutica; Transtornos da coagulação sanguínea; Trombose