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Uma ausência no livro da história da dermatologia no Brasil: professor Sylvio Fraga

An omission in the book "The History of Dermatology in Brazil": professor Sylvio Fraga

COMUNICAÇÃO

Uma ausência no livro da história da dermatologia no Brasil - Professor Sylvio Fraga*

An omission in the book "The History of Dermatology in Brazil" - Professor Sylvio Fraga*

Aloysio Argollo Nobre

Professor adjunto aposentado da UFRJ, Ex-presidente da Regional do Rio de Janeiro da SBD

Endereço para correspondência E ndereço para correspondência Aloysio Argollo Nobre Praia dos Amores, 140 - Barra da Tijuca Rio de Janeiro RJ 22620-150 Tel: (21) 3387-5640

Recentemente estive lendo um livro sobre a história da dermatologia mundial, Historical Atlas of Dermatology and Dermatologists, escrito pelos professores americanos John Thorne Crissey e Laurence Charles Parish e pelo austríaco Karl Holubar, professor de dermatologia da Universidade de Viena. Fiquei maravilhado - gosto muito de história.

Lamentei, no entanto, não ter visto referência alguma a nossos próprios antepassados, junto àqueles de tantos outros países, no capítulo "Early Schools in Other Countries", já que não se encontra nenhuma citação referente ao Brasil ou aos dermatologistas brasileiros. Em outros capítulos, como, por exemplo, em "Recent Times", caberia menção a alguns de nossos mestres da segunda metade do século XX, que abrilhantaram a dermatologia brasileira, projetando-a no cenário internacional. Afinal, somos a segunda maior Sociedade de Dermatologia do mundo, atrás apenas da Academia Americana, em número de membros.

Consolou-me o lançamento da História da Dermatologia no Brasil, pois temos uma história a ser contada. Fiquei também maravilhado. O livro é imponente. As referências a nossos mestres foram justíssimas. Outra vez encontrei motivo para lamentação, agora pela ausência do reconhecimento, entre eles, de Sylvio Fraga.

Grande parte da história da Sociedade Brasileira de Dermatologia passou-se no Pavilhão São Miguel, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, berço de nossa dermatologia, como o livro informa. Ali, durante muitos anos, Sylvio foi o chefe do Serviço, primeiramente dividindo a posição com Francisco Eduardo Rabello, até seu afastamento, quando passou a ser o único chefe. Atraía para nossa especialidade recém-formados que por lá haviam passado durante a graduação e formou sucessivas turmas de dermatologistas, que partiam para todo o Brasil.

A intenção deste artigo é preencher essa lacuna, de forma a complementar o livro, numa parte importante da história de nossa especialidade.

Sylvio era filho de Armínio Fraga, chefe da Enfermaria 26 da Santa Casa, outro mestre que também não foi lembrado no livro da SBD. Cabem aqui, portanto, algumas informações sobre Armínio. Os primeiros registros oficiais de sua passagem na Santa Casa datam de 1918, quando se vê nomeado, em 26 de dezembro, médico adjunto gratuito do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia. No início dos anos 20, foi aperfeiçoar-se em dermatologia nos Estados Unidos, seguindo um caminho diferente de seus contemporâneos, que optavam ou pelo Hospital Saint Louis, em Paris, ou pela Universidade de Viena. De volta ao Rio de Janeiro, acabou por criar um segundo núcleo de dermatologia, como chefe de enfermaria. Era docente livre da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, onde ministrava um concorrido curso de dermatologia aos alunos da graduação, que podiam optar entre o seu e o curso de Eduardo Rabello, no Pavilhão São Miguel. Foi membro da Academia Nacional de Medicina. Tinha uma majestosa clínica particular.

Azulay faz referência, na página 162 da História da Dermatologia no Brasil, ao fato de que não teria sido aceito para estágio na enfermaria de Armínio, por ser judeu, o que veio a saber depois. Essa é uma acusação de anti-semitismo que pode não corresponder à verdade. Armínio não pode mais atribuir outras supostas razões pela recusa. Existem mesmo alguns de seus contemporâneos, médicos, que acreditam que, por parte de Armínio, a acusação não procederia, devido tanto a sua personalidade quanto a seu caráter, por todos respeitados. Um antigo clínico, também judeu, exagerando, disse-me: "Não acredito nisso, Armínio era o dermatologista de toda a colônia judaica, inclusive de minha mãe".

A par de possíveis divergências na interpretação dos fatos, o ocorrido com Azulay revela sobretudo a importância do núcleo dirigido por Armínio na formação daquela geração de dermatologistas. Na Enfermaria 26, com João Ramos e Silva como chefe de clínica, fizeram sua formação, entre outros, Antar Padilha Gonçalves, Demétrio Peryassú, Everardo Marques dos Santos, Osmar Matos, Paulo Castro Barbosa, Sylvio Fraga, Carlos Alonso, alguns amplamente citados no livro.

Também seu filho Sylvio teve importante passagem na Santa Casa. Formou-se em 1953 pela Faculdade de Medicina da antiga Universidade do Brasil. Em 1955 e 56 prestou residência em Filadélfia, nos Estados Unidos, de onde trouxe sua esposa, Margareth. Três anos depois retornou para uma especialização em dermatopatologia no Armed Forces Institute of Pathology, em Washington.

Consta dos arquivos da Santa Casa que, no início dos anos 60, Sylvio Fraga recebeu de seu pai, a responsabilidade da chefia da Enfermaria 26. Criou seu próprio serviço, convidando Gabriela Lowy, José Lisboa Miranda, Danilo Filgueiras, Marcus Schor (alergista) e Antônio de Souza Marques, recém-chegado de Filadélfia, onde estivera em treinamento em dermatopatologia, por indicação do próprio Sylvio. Inicialmente, entrou como residente no Serviço Antônio Carlos Pereira Júnior; a seguir, em 1964, entraram meus colegas de turma, João Roberto Antônio, Divino Rassi, Délio Delmaestro, Roberto Doglia Azambuja, Jorge Cury e Rodolfo Cognac. Após meu internato em Clínica Médica, cheguei à Enfermaria 26, em 1965, convencido por Divino Rassi, junto a um novo grupo de residentes formado por Guilherme Quintaes, Amado Barcaui, José Lopes de Mesquita, Ignácio Obadia, Wanda Costa Pinto, Francisco Tardim, Jacqueline Meneses e Sérgio Carneiro. Nesse mesmo ano, participei pela primeira vez do Congresso Brasileiro de Dermatologia, realizado no Copacabana Palace e presidido pelo brilhante João Ramos e Silva, tendo em Sylvio Fraga seu secretário-geral.

Em 1967, Sylvio, que era docente livre da UFRJ, foi convidado por F. E. Rabello para juntar-se a ele no Pavilhão São Miguel. Fundou-se, então, o Instituto de Dermatologia da Santa Casa, um megasserviço com dupla chefia: o Pavilhão São Miguel, com quatro andares, e duas enfermarias, 11 e 26, com quase 40 leitos. Ao Pavilhão seria destinada a função de sediar o Instituto recém-fundado.

Não tenho conhecimento de outro serviço médico no Brasil, àquela época, que contasse com tanto espaço físico. Mais ainda, dava-se uma mesma direção a dois serviços, até então mantidos separados, que representavam ainda duas escolas distintas, a francesa, de Rabello, e a americana, de Sylvio Fraga.

No Pavilhão, encontravam-se trabalhando Edgar Drolhe da Costa, Cássio Nogueira, Oswaldo Portella, Cecy Mascarenhas, Osvaldo Serra, Almir Damaso, José Serruya, José Rodrigues Loivos, Absalão Filgueiras e Antônio Carlos Pereira Júnior. Do grupo da Enfermaria 26, alguns aderiram à carreira universitária, outros não. Outros ainda voltaram a seus estados de origem.

Do Pavilhão, Guilherme Quintaes, por exemplo, tomou um outro rumo, preferindo ficar dentro da própria Santa Casa. Durante muitos anos havia trabalhado em enfermaria de cirurgia geral, antes de dedicar-se à dermatologia, assim dispondo do principal requisito para ser aceito como residente em cirurgia plástica, na enfermaria de Ivo Pitanguy. Ao término desse curso, recebeu o convite para tornar-se o dermatologista daquele Serviço e criar o Setor de Cirurgia Dermatológica.

Como Rabello não se sentisse atraído pelas funções administrativas, coube a Sylvio assumir a direção completa de todo o Serviço, agora unificado.

No início dos anos 70, Sylvio foi encarregado pela direção da Faculdade de Medicina de criar a pós-graduação stricto sensu da área médica em geral. Foi, portanto, o responsável pela implantação desse grau de ensino em toda a Faculdade. Criou, nessa oportunidade, a pós-graduação em dermatologia, com mestrado e doutorado. Foi nesse contexto que se deu o fato, referido no livro História da Dermatologia no Brasil, de Carlos Clay Coelho, originário de Vitória, ter conquistado o primeiro título de mestre em dermatologia no Brasil.

A prática do Pavilhão passou a refletir a orientação que Sylvio irradiava de sua clínica particular, em nada menos majestosa do que aquela que tivera seu pai, a partir da criação do Serviço de Cirurgia Dermatológica, por iniciativa do próprio Sylvio.

Tão tarde quanto 1967, no Pavilhão São Miguel, assim que chegavam os pacientes com CA da pele, eram logo encaminhados para a Radioterapia, no terceiro andar do prédio, conforme a rotina adotada à época. Compreendendo que se tratava de um procedimento superado, Sylvio Fraga convidou o cirurgião plástico Henrique Bulcão para criar o Serviço de Cirurgia Dermatológica, como antes fizera João Ramos e Silva com Virmar Ribeiro Soares na Policlínica Geral do Rio de Janeiro e, posteriormente, Sampaio com Benjamin Golkman no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Os pacientes com tumor da pele eram dirigidos, então, para a chamada "Clínica de Tumores". Ali decidia-se seu destino, se seriam encaminhados para cirurgia ou radioterapia. Gradativamente, os aparelhos de radioterapia foram sendo desativados.

Sylvio era ele mesmo um excelente cirurgião dermatológico. Pude observar seus enxertos e retalhos quando era seu assistente em consultório, em início de carreira, sucedendo a Guilherme Quintaes naquela função. Depois, foram para o consultório José Ramon Varela Blanco e posteriormente Pedro Briggs.

Por muito tempo, Sylvio manteve-se, no Rio de Janeiro, como pioneiro na cirurgia dermatológica, simultaneamente a Luiz Henrique Camargo Pascoal, em São Paulo.

O novo Serviço de Cirurgia Dermatológica instalou-se numa parte da Enfermaria 11, do Instituto de Dermatologia, mantendo uma dupla função, uma parte atendendo aos doentes internados, a outra, chefiada por Bulcão, fazendo o atendimento cirúrgico. Este, por sua vez, mantinha dupla especialização, a cirurgia dermatológica e a cirurgia plástica, tendo esta última acabado por prevalecer. Razão de ter sido criado, bem mais tarde, outro Setor de Cirurgia Dermatológica, dentro do Pavilhão, onde antes funcionavam os aparelhos de radioterapia. Bulcão acreditava que o bom exercício da cirurgia dermatológica dependia de treinamento prévio em cirurgia geral.

Em 1978, houve a mudança do Serviço de Dermatologia para o Hospital Universitário, na Ilha do Fundão. Rabello, já aposentado, afastou-se, e Sylvio entregou a chefia da pós-graduação ao competente Absalom Filgueiras, que a coordena até hoje. A UFRJ, criando seu próprio hospital, podia agora dispensar as dependências da Santa Casa.

Sylvio permaneceu no Pavilhão São Miguel como chefe único do Serviço, dando seqüência à residência em dermatologia e contando com a ajuda de Emerson Ribeiro. Seus residentes não tinham mais relação com a UFRJ e passaram a ser alunos de pós-graduação em dermatologia da PUC, da qual Sylvio era o professor titular.

Não sei o número exato de tantos residentes, mestres e doutores que se formaram em seu Serviço em todos aqueles anos de história da dermatologia do Pavilhão São Miguel. O livro História da Dermatologia no Brasil cita a relação dos dermatologistas aprovados nos primeiro e segundo "Concursos para Título de Especialista". Na página 89, lê-se que, dos 11 aprovados em 1967, sete foram seus alunos e, na página 90, que, dos 18 aprovados em 1968, cinco foram seus alunos. Suponho, porém, que durante todos os anos de sua prática como orientador, foram numerosíssimos todos aqueles que diretamente tiveram a marca de seu trabalho. Sua influência ultrapassou os limites de sua ação acadêmica, chegando a atingir a própria Sociedade, no Rio e em todo o Brasil, alcançando também os congressos e o desenvolvimento da especialidade.

Sylvio Fraga indicou seu ex-aluno Délio Delmaestro para organizar e presidir o Congresso Brasileiro de 1973, no Espírito Santo, realizado em Guarapari. O Conselho Deliberativo da SBD aceitou em princípio a sugestão, porém, por proposta de um de seus membros, considerando que Délio era jovem para aquela qualificação, decidiu pela separação casuística das presidências, ficando a presidência do Congresso Brasileiro de Dermatologia desmembrada da presidência da SBD. Essa situação não durou, e, no ano seguinte, Sampaio foi o presidente da SBD e do Congresso Brasileiro em São Paulo. Délio Delmaestro não foi presidente da SBD, mas foi o motor da dermatologia no Espírito Santo, tornando-se professor titular e chefe do Serviço na Universidade Federal do Espírito Santo. Tendo sido citado apenas de passagem no livro da SBD, merecia no entanto o destaque que outros tiveram ao serem abordados os serviços regionais. Passados exatamente 30 anos daquele Congresso, seus conterrâneos acabam de homenageá-lo como "Presidente de Honra" do Congresso Brasileiro de Dermatologia em Vitória, a se realizado neste ano de 2003.

Apenas em 1995 houve outra separação das presidências, dessa vez elaborada por uma comissão, segundo os novos estatutos da SBD, e sua presidência passou a ser determinada por eleição direta e voto por correspondência, certamente uma forma mais democrática.

Sylvio acompanhou, de perto e por muitos anos, a parte administrativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sobre a qual exerceu grande influência. E como ser diferente, se foi dentro de seu Serviço que a SBD tinha sua sede até 1988, e por muitos anos foi ele seu secretário-geral?

Sylvio publicou numerosos trabalhos no Brasil e no exterior, orientou várias teses. Com Rabello, foi autor de um Atlas de Dermatologia.

Tendo sido um dos mais jovens membros eleitos da Academia Nacional de Medicina, quando entrou, já eram membros os dermatologistas João Ramos e Silva, Francisco Eduardo Rabello, Antar Padilha Gonçalves, Rubem David Azulay e Sebastião de Almeida Prado Sampaio. Depois dele, dois outros foram eleitos, Jarbas Anacleto Porto e Antônio Carlos Pereira Júnior.

Sylvio foi professor muito admirado pelos alunos da graduação da Faculdade de Medicina. Por anos sucessivos foi eleito "homenagem" e "homenagem especial" das várias turmas de formandos, incluindo-se a minha, em 1964. Essa honraria era capitalizada para a Dermatologia, pois muitos de seus alunos decidiram-se por nossa especialidade, após a passagem pelo curso. Alguns de seus alunos chegaram a professor titular de dermatologia, chefe de serviço, presidente da SDB, presidente do Congresso Brasileiro, como Antônio Carlos Pereira Júnior (RJ), Délio Delmaestro (ES), João Roberto Antônio (SP), Divino Miguel Rassi (GO), Iphis Campbell (DF), Marcius Peyassú (RJ), Ênio Mainard (BA), Alcidarta Gadelha (AM).

Sua arrastada enfermidade afastou-o progressivamente das atividades acadêmicas. O acidente trágico com sua filha no Aterro do Flamengo agravou sua situação. Durante o Congresso Brasileiro de 1991, no Rio de Janeiro, a exemplo da bem-sucedida Associação dos Ex-Alunos do Professor Azulay, o presidente do Congresso, Antônio Carlos Pereira Júnior, reuniu numerosos ex-alunos para a criação da Associação dos Ex-Alunos do Professor Sylvio Fraga. João Roberto Antônio foi indicado para ser o primeiro presidente. Sylvio Fraga estava radiante e agradecido. Sua saúde, contudo, impediu que esse projeto prosperasse.

Sylvio queria que seu filho Armínio Fraga Neto fosse também um dos nossos, em uma terceira geração de dermatologistas em sua família. Ficou triste quando Armínio informou-lhe que se decidira pela economia. Foi ele o último presidente do Banco Central no Governo Fernando Henrique Cardoso, e o pai não pôde presenciar o sucesso de seu filho.

Ao conquistar o cargo de professor titular da Faculdade de Medicina Souza Marques, que usa parte das dependências da Santa Casa para seu curso médico, Azulay foi acolhido por Sylvio Fraga e passou a dividir com ele o Serviço, o que, segundo Dahas Zarur, que comanda a Santa Casa do Rio de Janeiro, consistiu numa medida satisfatória para ambos.

Sylvio Fraga faleceu num hospital norte-americano em setembro de 1997, 30 anos após sua chegada ao Pavilhão São Miguel. Desde então, Rubem Azulay herdou a chefia única do Serviço e a orientação dos residentes, que, já desde 1978, com Sylvio, são egressos da pós-graduação em dermatologia da PUC do Rio de Janeiro. Assim, o Pavilhão São Miguel continua sua bela trajetória, agora, nas mãos de Azulay com seus competentes filhos, Luna e David.

Em resumo, a memória de Sylvio relata a história de um professor de dermatologia que formou sucessivas gerações de dermatologistas e dirigiu por muitos anos um importante serviço da especialidade, que tem, no prédio em que funcionava, o mais importante símbolo da dermatologia brasileira.

O Pavilhão São Miguel teve sua fotografia como capa do livro História da Dermatologia no Brasil, sendo sua importância reconhecida sem, no entanto, fazer justiça ao nome de Sylvio Fraga, que, durante 30 anos, foi sua figura central.

Nesse sentido, acuso no texto do livro da SBD as seguintes informações equivocadas, para as quais este artigo busca a devida reparação, pelos leitores especializados. Verifique-se na página 162, a declaração de que "Rubem David Azulay herdou a responsabilidade de continuar as atividades do histórico Pavilhão São Miguel, da Santa Casa do Rio de Janeiro, quando a Cátedra e o Serviço de Dermatologia da UFRJ se transferiram para o Hospital Universitário da Ilha do Fundão, a partir de 1978". Deixa-se aí uma confusão implícita de datas, pois, se é bem verdade que a UFRJ se transferiu para o Fundão em 1978, não é menos verdade que Sylvio Fraga, ainda por muitos anos, continuaria sua missão como chefe de Serviço e orientador dos residentes.

Nas páginas 106 e 107, René Garrido, referindo-se à sede da SDB, no Pavilhão São Miguel, comenta: "Nesse final dos anos 80, o Professor Rubem David Azulay, como acontece até hoje, trabalhava lá, ministrando um curso de aperfeiçoamento dermatológico e utilizando as mesmas instalações da antiga clínica da UFRJ, que há dez anos se transferira para a Ilha do Fundão". Esquece apenas de mencionar que, nesse mesmo período, era Sylvio Fraga o chefe do Serviço e que os alunos formavam-se pela PUC, da qual Sylvio era o professor titular de dermatologia.

Estranho que justamente os dois únicos representantes do Rio de Janeiro na comissão de revisão do texto original do livro tenham deixado passar a impropriedade desses esquecimentos, faltando a uma memória, que colocaria nossa escola em posição mais privilegiada na história da dermatologia no Brasil.

AGRADECIMENTO

Agradeço pelas informações prestadas quanto a fatos e datas a Dahas Zarur, escrivão da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro; a Clementino Fraga Filho, professor emérito da Faculdade de Medicina da UFRJ e chefe das Enfermarias 4 e 20 da Santa Casa; e a Amado Barcaui, meu colega de residência na Enfermaria 26.

Recebido em 21.01.2003.

Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 10.03.2003.

  • E
    ndereço para correspondência
    Aloysio Argollo Nobre
    Praia dos Amores, 140 - Barra da Tijuca
    Rio de Janeiro RJ 22620-150
    Tel: (21) 3387-5640
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Nov 2003
    • Data do Fascículo
      Abr 2003
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