FUNDAMENTOS:
A Dermatite Atópica cursa com alteração da barreira cutânea e colonização bacteriana; a relação deste último fator com a gravidade da doença e a frequência das exacerbações não é completamente conhecida.
OBJETIVOS:
Verificar a gravidade da Dermatite Atópica e o número de consultas ocasionadas pela dermatose, comparando pacientes colonizados e não colonizados pelo Staphylococcus aureus (S. aureus). Verificar a frequência de colonização por Staphylococcus aureus meticilina resistentes da comunidade.
MÉTODOS:
Estudo de coorte, com 12 meses de acompanhamento, em amostra de pacientes da rede pública de Porto Alegre, RS. Realizaram-se culturais de lesões ativas e fossas nasais e testes de sensibilidade à meticilina para o S. aureus. A gravidade da Dermatite Atópica foi estabelecida pelo Eczema Area and Severity Index.
RESULTADOS:
Incluídos 93 pacientes, 43% femininos e 56% masculinos, 26 colonizados por S. aureus na região nasal, 56 em lesão cutânea. A média do Eczema Area and Severity inicial foi 5,5 e a do final 3,9. O Eczema Area and Severity Index inicial dos pacientes colonizados por S. aureus em lesão cutânea e nas fossas nasais foi maior que o dos pacientes não colonizados (p< 0,05). Em um ano, seis consultas por paciente ocorreram, em média. Houve correlação linear entre o número de consultas em um ano e o Eczema Area and Severity Index inicial (r = 0,78). Não houve encontro de Staphylococcus aureus meticilina resistentes da comunidade.
CONCLUSÃO:
Há uma importante influência da colonização estafilocócica na gravidade da Dermatite Atópica e no número de consultas por sua exacerbação. A resistência à meticilina entre os S. aureus não parece constituir-se como problema emergente, nesta amostra brasileira.
Dermatite atópica; Escala de gravidade do ferimento; Índice de gravidade de doença; Staphylococcus aureus