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Rastreamento e diagnóstico da síndrome de Cushing

A síndrome de Cushing (SC) resulta de um hipercortisolismo patológico mantido. As manifestações clínicas são variáveis e os achados mais específicos para a SC incluem distribuição anormal de gordura, particularmente nas fossas supraclaviculares e temporais, fraqueza muscular proximal, estrias purpúreas largas e interrupção do crescimento linear com ganho contínuo de peso na criança. A apresentação clínica da SC pode ser florida e, neste caso, o diagnóstico é usualmente direto. Entretanto, o diagnóstico pode ser dificultado particularmente em estados de hipercortisolismo leve ou cíclico/periódico. Vários testes baseados na compreensão das características fisiológicas do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal têm sido usados extensivamente para confirmar o diagnóstico da SC, mas nenhum deles mostrou-se totalmente capaz de distinguir todos os casos de SC dos indivíduos normais e/ou portadores de pseudo-Cushing. Três testes diagnósticos de primeira linha são atualmente empregados para rastrear SC: a medida do cortisol livre em urina de 24-horas (CLU), a supressão do cortisol por doses baixas de dexametasona (TSD) e a avaliação do ritmo circadiano do cortisol usando a dosagem do cortisol sérico ou salivar às 23-24 hs. Este artigo discute a efetividade com relação aos melhores valores de corte e a sensibilidade e especificidade destes testes no rastreamento da SC. O cortisol salivar às 23-24 hs parece ser o teste mais útil de rastreamento. O CLU e o TSD devem ser realizados na tentativa de fornecer confirmação adicional ao diagnóstico.

Síndrome de Cushing; Hipercortisolismo; Cortisol salivar; Cortisol livre urinário; Supressão com dexametasona; Ritmo circadiano


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