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Reavaliação do estado glicêmico 6 a 12 semanas após o diabetes melito gestacional: uma coorte brasileira

Objetivos:

Os objetivos foram estimar a taxa de reavaliação de diabetes pós-parto em mulheres com diabetes melito gestacional (DMG) e identificar fatores associados ao retorno e à persistência das alterações glicêmicas.

Sujeitos e métodos:

Coorte prospectiva de mulheres com DMG atendidas em ambulatório de pré-natal especializado, de novembro de 2009 a maio de 2012. Todas foram orientadas a agendar o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) a partir da sexta semana pós-parto.

Resultados:

Das 209 mulheres arroladas na gestação, 108 (51,7%) foram avaliadas após o parto: 14 com glicemia de jejum, 93 com o TOTG e uma com glicemia ao acaso. O retorno para reavaliação foi associado com menor paridade (2 vs. 3, p < 0,001) e com glicemia de 2-h mais elevada no TOTG diagnóstico (165 vs. 155 mg/dL, p = 0,034). Diabetes foi diagnosticado em quatro mulheres (3,7%) e pré-diabetes em 22 (20,4%). Análise multivariada evidenciou que a história familiar de diabetes (risco relativo – RR 2,41, p = 0,050), a glicemia de 2 horas no TOTG da gestação (RR 1,01, p = 0,045), o uso de insulina na gestação (RR 2,37, p = 0,014) e a taxa de cesariana (RR 2,61, p = 0,015) foram os fatores associados à persistência da hiperglicemia.

Conclusões:

O retorno para reavaliação foi baixo, embora as alterações glicêmicas tenham sido frequentes. Como não houve fatores que indiquem quais mulheres retornarão, estratégias para aumentar a adesão são necessárias, especialmente quando há história familiar ou o DMG foi mais grave. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014;58(2):197-204

Diabetes gestacional; reavaliação pós-parto; DMG; diabetes tipo 2; teste oral de tolerância à glicose


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