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Valor da repunção aspirativa na doença nodular benigna de tireóide

O presente estudo teve por objetivo verificar se um novo exame de punção aspirativa com agulha fina (PAAF) deve ser realizado em pacientes que já foram submetidos a tal procedimento e tiveram o diagnóstico citopatológico compatível com doença nodular benigna de tireóide. Quarenta e um pacientes com o diagnóstico clínico e laboratorial de bócio nodular foram submetidos a duas PAAFs, com intervalo mínimo de seis meses, e comparados quanto aos seus laudos e características citopatológicas. Além do resultado das punções, foram observadas as seguintes características (média±DP): idade= 44,3±13,1 anos; início do aparecimento do nódulo= 5,1±8,1 anos (mediana= 2,0 anos); volume nodular= 18,6±21,6ml (mediana= 9,6ml) e volume tireoidiano= 42,8±30,8ml (mediana= 33,5ml), ambos baseados na ecografia; captação de 131I em 24h= 13,2±5,4%; níveis de triiodotironina (T3)= 142,0±34,5ng/dl, de tiroxina (T4)= 8,6±1,5µg/dl, de hormônio tireoestimulante (TSH)= 1,7±1,0mUI/L e de tireoglobulina (TG)= 59,3±47,8ng/ml. O estudo demonstrou predominância do sexo feminino (40 de 41); nódulo misto (23 de 41) e frio (29 de 41), com padrão multinodular (23 de 41). Na avaliação citopatológica, o segundo laudo foi idêntico ao primeiro em 40 de 41 pacientes (97,6%), embora houvessem características citopatológicas distintas em 39 dos 41 pacientes estudados (95,1%), apontando para a própria heterogeneidade do nódulo colóide. Concluímos que a PAAF é um método diagnóstico seguro na doença nodular de tireóide. A não concordância nos detalhes citopatológicos das punções seqüenciais revela a grande heterogeneidade da morfologia do bócio colóide.

Punção aspirativa com agulha fina; Nódulo; Tireóide; Repunção; Citopatologia


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