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Do hiperparatiroidismo primário leve ao severo: a experiência brasileira

Na maioria dos relatos da literatura recente, o hiperparatiroidismo primário apresenta-se, com freqüência, na forma assintomática. Em nossa instituição utilizamos a determinação rotineira do cálcio sérico há 23 anos. Em nossa série de 124 casos consecutivos, 45% não apresentavam sintomas relacionados com a doença, 25% tinham envolvimento esquelético intenso com osteíte fibrosa cística, 25% tinham nefrolitíase sem envolvimento ósseo severo, e 2% apresentavam a síndrome neuro-psiquiátrica típica. Esse mesmo padrão tem sido observado na cidade de São Paulo. Na doença severa são freqüentes as fraturas patológicas, especialmente nos ossos longos dos membros inferiores, como também a reabsorção da lâmina dura dos dentes e o aspecto em "sal e pimenta" nas radiografias do crânio. A densidade mineral óssea mostra-se extremamente reduzida nesses pacientes, mas em geral exibe melhora marcante após a cura cirúrgica. O PTH no soro e os marcadores bioquímicos da remodelação óssea estão significativamente mais altos nos pacientes com doença severa, os quais freqüentemente apresentam deficiência de vitamina D e localização mais fácil da lesão paratiroideana, quando comparados aos pacientes assintomáticos. Ao exame anátomo-patológico, 87% tiveram confirmação de adenoma único, 6,4% hiperplasia glandular difusa e 3,8% carcinoma.

Hiperparatiroidismo; Osteoporose; Marcadores ósseos; Densidade óssea; Vitamina D


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