Acessibilidade / Reportar erro

Ultra-sonografia pélvica em 140 meninas normais pré e pós-puberais

Realizamos ultra-sonografia (USG) pélvica em tempo real e de alta resolução em 140 meninas normais pré e pós-puberais, entre 2 e 18 anos incompletos, para descrever as mudanças da morfologia e do tamanho do útero e dos ovários com a idade e durante o desenvolvimento puberal. Os volumes do útero (VU) e dos ovários (VO) foram calculados, a morfologia uterina foi descrita como pré-puberal (corpo/colo <1) ou não e a estrutura ovariana foi classificada como homogênea (até 3 cistos < 9mm), microcística (4-10 cistos < 9mm), multicística (+10 cistos < 9mm), policística (+10 cistos e estroma hiperecogênico) e folicular (pelo menos uma área cística ³ 9mm). Na fase pré-puberal, os volumes do útero e ovários foram de 1,0±0,7cm³ e 0,9±0,5cm³, respectivamente, mas aumentaram com a puberdade. Consideramos como normal pré-puberal os volumes até 2DP da média (VU £ 2,5cm³ e VO £ 2,0cm³) e como sinal de puberdade os volumes maiores que 4DP da média pré-puberal (VU ³ 4cm³ e VO ³ 3cm³). A morfologia uterina, a presença de eco endometrial e a freqüência das classes ovarianas dependem do status puberal (p<0,005). Os ovários homogêneos foram encontrados somente em pré-puberes (52%); a classe microcística foi a mais comum no início (Tanner II-III, 51%) e a multicística no final da puberdade (Tanner IV-V, 47%); a estrutura policística foi achada em todos os estádios puberais (4-11%) e a folicular (6%) apenas na puberdade. O útero e os ovários aumentam progressivamente durante a infância e a puberdade. O desenvolvimento normal do ovário é contínuo e dinâmico. Ainda não é claro se a presença de ovários policísticos na infância possa representar uma predisposição futura para a síndrome dos ovários policísticos.

USG pélvica; Critérios de normalidade; Pré-puberal; Pós-puberal


Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Rua Botucatu, 572 - conjunto 83, 04023-062 São Paulo, SP, Tel./Fax: (011) 5575-0311 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: abem-editoria@endocrino.org.br