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Bioquímica clínica de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) de resgate: soro ou plasma heparinizado?

RESUMO

Nos últimos anos, um número crescente de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) debilitados vem sendo resgatado e encaminhado aos centros de reabilitação do litoral sul do Brasil para cuidados clínicos e posterior avaliação de reintrodução. Este trabalho teve como objetivo comparar a viabilidade do plasma heparinizado com a do soro para análises bioquímicas, em condições de reabilitação. Amostras de sangue de 31 pinguins de resgate fisicamente saudáveis foram processadas em amostras pareadas de soro e plasma heparinizado, e 12 parâmetros bioquímicos foram analisados: alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (ALP), aspartato aminotransferase (AST), colesterol (CHOL), creatina quinase (CK), gamaglutamil transpeptidase (GGT), glicose (GLU), lactato desidrogenase (LDH), proteínas totais (TP), triglicérides (TG), ureia (UR) e ácido úrico (UA). Os resultados mostraram que seis amostras pareadas apresentaram sinais visuais de hemólise (escore hemolítico visual≥1), das quais quatro ocorreram exclusivamente no soro. Observaram-se diferenças significativas (P≤0,5) entre os tipos de amostra em CHOL (3%), GLU (6%) e TG (52%), sendo apenas TG considerado clinicamente relevante (>10%). Todos os resultados de médias e medianas situaram-se dentro dos intervalos de referência disponíveis fornecidos pela Associação de Zoológicos e Aquários (AZA). Como conclusão, verificou-se que o plasma heparinizado é uma amostra viável para a bioquímica clínica de pinguins-de-magalhães de resgate, produzindo resultados compatíveis com os do soro. Além disso, a adoção dessa prática favorece uma recuperação mais rápida dos animais, ao diminuir o volume de sangue amostrado, e otimiza os recursos materiais, ao permitir o aproveitamento do mesmo tubo de colheita de hematologia.

Palavras-chave:
pinguim; reabilitação; colheita de sangue; heparina; otimização de recursos

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