Resumos
Foi avaliada a acurácia dos métodos laboratoriais para estimar a digestibilidade e o valor energético de dietas para bovinos de corte. As dietas experimentais foram isonitrogenadas e compostas por silagem de milho e 25, 40, 55 ou 70% de concentrado. Os valores de digestibilidade medidos in vivo foram comparados com os obtidos nos ensaios in situ, in vitro e in vitro/gases, e com valores estimados a partir de equações matemáticas baseadas na composição química das dietas. O ensaio in vivo foi realizado com quatro bovinos em delineamento em quadrado latino 4×4. Quatro animais foram usados para o ensaio in situ e quatro corridas foram realizadas para os ensaios in vitro. Não houve interação significativa de dietas versus métodos. As taxas de degradação calculadas a partir dos ensaios in situ e in vitro/gases não foram acuradas para estimar o valor nutritivo dos alimentos, e o método in vitro foi o que melhor estimou a digestibilidade das dietas. A equação de Weiss superestimou o valor nutricional das dietas por superestimar a digestibilidade da fibra e por subestimar a excreção endógena fecal, mas essa equação foi mais acurada que as equações de McDowell.
ruminante; digestibilidade; equações; in situ; in vitro; in vivo
The accuracy of laboratorial methods to estimate the digestibility and energetic value of beef cattle diets was evaluated. Experimental diets were isonitrogenous and composed by corn silage, and 25, 40, 55, or 70% of concentrate. Digestibility values measured in vivo were compared to those obtained in situ, in vitro, and in vitro/gases assays, as well to values estimated from mathematical equations based on the chemical composition of diets. The in vivo assay was carried out using four cattle in a Latin Square experimental design. Four animals were used for in situ assay and four runs were carried out for in vitro assays. Significant interaction of method vs. diet was not observed. As single indicators, degradation rates calculated from in situ and in vitro/gas assays were not accurate to estimate the nutritive value of feeds. Among all tested methods, the in vitro assay was the most accurate to estimate the digestibility of diets. Weiss equation overestimated the nutritional value of diets by overestimated fiber digestibility and by underestimated fecal endogenous excretion. However, it was more accurate than McDowell equations.
ruminant; digestibility; equations; in situ; in vitro; in vivo
ZOOTECNIA E TECNOLOGIA E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL
Avaliação de métodos laboratoriais para estimar a digestibilidade e o valor energético de dietas para ruminantes
Evaluation of laboratorial methods to estimate the digestibility and energetic value of ruminant diets
M.F. Silveira; G.V. Kozloski*; F.R. Mesquita; R. Farenzena; C.C.D. Senger; I.L. Brondani
Departamento de Zootecnia - UFMS Avenida Roraima, 1000 - Camobi 97105-900 Santa Maria, RS
RESUMO
Foi avaliada a acurácia dos métodos laboratoriais para estimar a digestibilidade e o valor energético de dietas para bovinos de corte. As dietas experimentais foram isonitrogenadas e compostas por silagem de milho e 25, 40, 55 ou 70% de concentrado. Os valores de digestibilidade medidos in vivo foram comparados com os obtidos nos ensaios in situ, in vitro e in vitro/gases, e com valores estimados a partir de equações matemáticas baseadas na composição química das dietas. O ensaio in vivo foi realizado com quatro bovinos em delineamento em quadrado latino 4×4. Quatro animais foram usados para o ensaio in situ e quatro corridas foram realizadas para os ensaios in vitro. Não houve interação significativa de dietas versus métodos. As taxas de degradação calculadas a partir dos ensaios in situ e in vitro/gases não foram acuradas para estimar o valor nutritivo dos alimentos, e o método in vitro foi o que melhor estimou a digestibilidade das dietas. A equação de Weiss superestimou o valor nutricional das dietas por superestimar a digestibilidade da fibra e por subestimar a excreção endógena fecal, mas essa equação foi mais acurada que as equações de McDowell.
Palavras-chave: ruminante, digestibilidade, equações, in situ, in vitro, in vivo
ABSTRACT
The accuracy of laboratorial methods to estimate the digestibility and energetic value of beef cattle diets was evaluated. Experimental diets were isonitrogenous and composed by corn silage, and 25, 40, 55, or 70% of concentrate. Digestibility values measured in vivo were compared to those obtained in situ, in vitro, and in vitro/gases assays, as well to values estimated from mathematical equations based on the chemical composition of diets. The in vivo assay was carried out using four cattle in a Latin Square experimental design. Four animals were used for in situ assay and four runs were carried out for in vitro assays. Significant interaction of method vs. diet was not observed. As single indicators, degradation rates calculated from in situ and in vitro/gas assays were not accurate to estimate the nutritive value of feeds. Among all tested methods, the in vitro assay was the most accurate to estimate the digestibility of diets. Weiss equation overestimated the nutritional value of diets by overestimated fiber digestibility and by underestimated fecal endogenous excretion. However, it was more accurate than McDowell equations.
Keywords: ruminant, digestibility, equations, in situ, in vitro, in vivo
INTRODUÇÃO
A eficiência dos sistemas de produção de ruminantes depende, entre outros, da oferta adequada de nutrientes aos animais. A qualidade nutricional de um alimento tem sido definida como o produto do seu consumo voluntário, da sua digestibilidade e da eficiência de utilização dos nutrientes digeridos. A princípio, o parâmetro mais consistente para caracterizar o potencial de um determinado alimento ou dieta em suprir as exigências nutricionais de uma determinada categoria animal, em um sistema específico de manejo, é o desempenho animal obtido com o seu uso (Coleman e Moore, 2003; Mould, 2003). Porém, experimentos desse tipo são relativamente onerosos e demandam tempo relativamente longo para a obtenção de resultados. Em razão disso, foram desenvolvidas, nas últimas décadas, várias técnicas laboratoriais alternativas (Tilley e Terry, 1963; Orskov e McDonald, 1979; Theodorou et al., 1994), assim como modelos matemáticos baseados na composição bromatológica (McDowell et al., 1974; Weiss et al., 1992), para estimar o valor nutritivo dos alimentos. Vários desses métodos alternativos têm sido comparados ou validados isoladamente com experimentos in vivo, sendo variável o grau de precisão e exatidão das estimativas (Judkins et al., 1990; Khazaal e Orskov, 1993; Nsahlai e Umunna, 1996; Adesogan et al., 1998). No entanto, não foram encontrados na literatura estudos em que esses métodos tenham sido avaliados de forma integrada em relação à sua precisão e exatidão em detectar variações no valor nutritivo de dietas fornecidas a ruminantes.
O objetivo deste estudo foi comparar, de forma integrada, vários métodos utilizados para estimar a digestibilidade e o valor energético de dietas para bovinos de corte.
MATERIAL E MÉTODOS
A digestibilidade e o valor energético de dietas constituídas de silagem de milho e 25, 40, 55 ou 70% de concentrado, obtidos em um ensaio de digestibilidade in vivo, foram comparados com valores estimados pelos métodos in situ, in vitro, in vitro/gases e com valores obtidos com uso de equações matemáticas baseadas na composição bromatológica dessas dietas. A formulação dos concentrados e a composição bromatológica das dietas são apresentadas na Tab. 1.
Os teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), nitrogênio (N), fibra bruta (FB) e extrato etéreo (EE) foram determinados de acordo com o AOAC (Official..., 1995). Os teores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), lignina em detergente ácido (LDA) foram determinados de acordo com Robertson e Van Soest (1981). Contudo, a determinação de FDN e FDA foi feita com uso de sacos de poliéster, conforme modificação de Komarek (1993). O nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e o insolúvel em detergente ácido (NIDA) foram determinados de acordo com Licitra et al. (1996).
O ensaio de digestibilidade in vivo foi realizado com quatro bovinos canulados no rúmen (peso vivo médio de 620kg), em um delineamento em quadrado latino 4×4, em quatro períodos de 15 dias, sendo os primeiros 10 dias destinados à adaptação dos animais às dietas e os cinco últimos dias à coleta de dados e amostras. Durante o período experimental, os animais receberam alimentação duas vezes ao dia em quantidades restritas a 90% do menor consumo voluntário observado em um período pré-experimental de três semanas. As fezes eram pesadas e amostradas diariamente (aproximadamente 10% do peso total). Amostras representativas das dietas foram coletadas uma vez em cada período experimental. Todas as amostras foram secas em estufa de ar forçado a 55°C durante, pelo menos, 72 horas, moídas (peneira com porosidade de 1mm) e armazenadas para posterior análise. A digestibilidade aparente da MO (DapMO) foi calculada como a quantidade desta fração consumida menos a excretada nas fezes, e a digestibilidade verdadeira da MO (DvMO) foi calculada como a quantidade de MO consumida menos a excreção fecal de FDN (Mulligan et al., 2001). O teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) foi calculado somando as frações digestíveis da proteína bruta (N×6,25), carboidratos (CHO) e do EE, sendo este último multiplicado por 2,25. O teor de CHO das amostras foi calculado como: CHO = MO (PB + EE).
A digestibilidade in vitro da MO (DIVMO) das amostras das dietas foi determinada por um método adaptado de Tilley e Terry (1963). Aproximadamente 300mg de amostras previamente secas e moídas foram pesadas em saquinhos de poliamida (3×4cm, porosidade de 50µ), os quais foram selados e incubados anaerobicamente em frascos de vidro (capacidade de dois litros) vedados com tampa plástica dotada de válvula de Bünsen, contendo solução tampão/mineral1 e inóculo ruminal (proporção de 4:1), a 39ºC em banho-maria durante 48h, com agitação lenta. O fluído ruminal foi obtido de dois bovinos fistulados no rúmen mantidos em pastagem de azevém em estágio vegetativo (Lolium multiflorum). Foram utilizados quatro frascos, cada um representando uma repetição, sendo que em cada um deles foram incubadas amostras em triplicata de todas as dietas. Após 48h de incubação, os saquinhos foram tratados com solução detergente neutro (Goering e Van Soest, 1970), em autoclave a 120°C durante 60 minutos, lavados com água corrente e acetona, secos em estufa a 105°C durante pelo menos oito horas e pesados. A seguir, foram queimados em mufla a 550°C durante duas horas para determinação da MO residual.
As dietas também foram analisadas pela técnica semiautomatizada de produção de gases in vitro (Maurício et al., 1999). Foram realizadas quatro corridas, sendo que as amostras das dietas foram incubadas em triplicatas em cada corrida. Aproximadamente 1g de amostra foi incubada anaerobicamente a 39°C com 100ml de fluido ruminal tamponado (relação tampão/fluido de 8:2) (Theodorou et al., 1994) em frascos de vidro (capacidade de 160ml) vedados com tampas de borracha. O fluido ruminal foi obtido dos mesmos bovinos descritos anteriormente. As leituras de pressão (psi) no interior dos frascos foram feitas com um transdutor de pressão nos tempos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48, 72 e 96 horas após a incubação. A cada leitura, os gases do interior dos frascos eram liberados até pressão nula. Os valores de pressão foram convertidos em volume de gás utilizando-se uma equação previamente determinada (Senger, 2005). A produção de gás em cada tempo foi corrigida para a produção de gás média obtida de frascos contendo fluido ruminal tamponado sem amostra. Os valores de produção de gás ao longo do tempo de incubação foram ajustados ao modelo logístico uni-compartimental de Schofield et al. (1994).
O ensaio in situ foi conduzido com os mesmos quatro animais utilizados no ensaio in vivo, mas alimentados ad libitum com uma dieta única constituída de 70% de silagem de milho e 30% de farelo de trigo. Cinco gramas de amostra parcialmente seca e moída de cada dieta foram pesadas em sacos de poliéster (10 × 16cm e porosidade de 50µ), os quais foram selados e incubados em duplicatas no rúmen dos animais durante 3, 6, 9, 12, 24, 36, 72 e 96h. Após retirados do rúmen, os sacos foram lavados extensivamente até a água fluir límpida. Sacos adicionais contendo amostras não incubadas também foram lavados para estimar a fração solúvel (tempo 0). Posteriormente, todos os sacos foram mantidos submersos por 24h a 4°C em uma solução de dissociação das bactérias (Whitehouse et al., 1994), lavados, colocados em estufa a 105°C durante pelo menos oito horas e pesados. Os valores do desaparecimento da MS das amostras ao longo do tempo de incubação foram ajustados ao modelo de Orskov e McDonald (1979). A degradabilidade efetiva (DE) foi calculada considerando taxas de passagem de 2, 5 ou 8%/h.
Valores de digestibilidade e de NDT foram também estimados a partir da composição química das dietas utilizando as equações de McDowell et al. (1974) e de Weiss et al. (1992).
Os dados de digestibilidade ou degradabilidade efetiva obtidos pelos métodos in vivo, in situ, in vitro foram submetidos à análise de variância e, em cada um desses métodos, analisados por regressão. Quando médias foram comparadas, o teste Tukey a 5% de probabilidade do erro Tipo I foi usado. A unidade experimental (repetição) nos métodos in vivo e in situ foi o animal e, nos métodos in vitro, a corrida. As médias de digestibilidade, degradabilidade efetiva ou do teor de NDT obtidas pelos diferentes métodos foram comparadas pelo teste t para dados pareados. Foram realizadas ainda, análises de correlação entre os parâmetros da cinética de degradação ruminal in situ, produção de gás in vitro, digestibilidade e/ou teor de NDT das dietas. Para essas análises, utilizou-se o programa estatístico SAS/2004.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As digestibilidades das dietas obtidas pelos diferentes métodos são apresentadas na Fig. 1. Pelo método in situ, os valores de DE estimados utilizando diferentes taxas de passagem foram sempre inferiores às digestibilidades observadas pelos demais métodos. Em função disso, foram incluídos nesse trabalho somente os valores mais altos de DE estimados com a menor taxa de passagem (2%/h).
Não foi observada interação significativa de dietas versus métodos. Em todos os métodos, as digestibilidades da MS ou da MO aumentaram linearmente com o aumento do nível de concentrado (P<0,05). No entanto, pelo método in vivo, apesar de a regressão linear ter sido significativa, quando o nível de concentrado aumentou de 40 para 55%, ambos, DapMO e DVMO, tenderam à estabilidade, aumentando novamente com o incremento do nível de concentrado para 70%. Isso ocorreu porque a digestibilidade da FDN reduziu de 62 para 54% (P<0,05) quando o teor de concentrado na dieta aumentou de 40 para 55 ou 70% (Fig. 2). Na dieta com 70% de concentrado, a redução da digestibilidade da FDN afetou menos a digestibilidade da MO total devido ao baixo teor de FDN nesta dieta. O efeito depressivo da adição de suplementos energéticos sobre o consumo e a digestibilidade de volumosos tem sido amplamente citado na literatura e, em geral, está associado à queda do pH ruminal (Mould e Orskov, 1983; Grant e Mertens, 1992). No entanto, ela pode ser também afetada negativamente pela presença de carboidratos solúveis per se, especialmente por exercerem efeito adverso sobre a taxa da degradação da fibra (Arroquy et al., 2005). Os mecanismos dessa inibição, contudo, não são conhecidos.
Os resultados da comparação entre métodos são apresentados na Tab. 2. A DE obtida pelo método in situ subestimou (P<0,05) a digestibilidade das dietas quando comparada à DapMO obtida pelo método in vivo. Os parâmetros resultantes do modelo matemático utilizado nesta técnica (i. e., de Orskov e McDonald, 1979) podem não ter estimado adequadamente o processo real de digestão ruminal.
A validade do uso de um método alternativo para estimar o valor nutricional de um alimento depende não somente do seu grau de exatidão médio, mas principalmente da precisão e correlação dos dados estimados com os observados, os quais, neste estudo, são representados por aqueles obtidos no ensaio de digestibilidade in vivo. Os resultados de literatura em relação a esse aspecto são discrepantes. Em alguns estudos, foram observadas altas correlações entre os métodos in vivo, in situ e in vitro (Judkins et al., 1990; Khazaal e Orskov, 1993), mas em outros, não (Nsahlai e Umunna, 1996; Adesogan et al., 1998). No presente trabalho, entre os métodos testados, somente a DVMO in vitro correlacionou-se positiva e significativamente (P<0,05) com a DVMO e com o NDT obtidos pelo método in vivo (Tab. 3).
Não foi observada correlação significativa entre os parâmetros de degradação in situ ou da fermentação in vitro/gases com os resultados de digestibilidade in vivo (Tab. 4). Nogueira et al. (2006) também verificaram que a produção de gás in vitro foi inadequada para estimar a digestibilidade da MS do milho e de vários tipos de forrageiras. A técnica in vitro/gases estima o valor nutricional dos alimentos pela medida dos gases (CO2 e CH4) produzidos a partir da fermentação de carboidratos (Theodorou et al., 1994). No entanto, não inclui amônia e, desse modo, não considera adequadamente a degradação das proteínas. Diversos autores observaram alta correlação entre digestibilidade in vivo e produção de gás in vitro (Blümell e Orskov, 1993; Khazaal e Orskov, 1993). Contudo, esses autores avaliaram forrageiras com teores de proteína mais baixos (9,5% PB) que o teor presente nas dietas experimentais (12% PB) do presente trabalho. Além disso, o volume total de gás produzido in vitro é resultado da incubação das amostras durante 96 horas em um meio estático. No animal, de outra forma, a digestibilidade dos alimentos é consequência da taxa de degradação, mas também é inversamente relacionada à taxa de passagem pelo trato digestivo (Van Soest, 1994). De fato, isso indica que dados de cinética de degradação, tanto in situ quanto in vitro, são válidos somente quando utilizados em modelos que incluam também, além das taxas de degradação, as taxas de passagem para estimar a digestibilidade das dietas (Fox et al., 2004; Dijkstra et al., 2005).
Na rotina dos laboratórios, o método mais comumente utilizado para estimar o valor nutricional dos alimentos é o uso de equações matemáticas baseadas na composição bromatológica dos alimentos. Neste estudo, o teor de NDT médio de todas as dietas estimado pela equação de McDowell et al. (1974) foi similar ao obtido in vivo (Tab. 2). No entanto, os coeficientes de correlação entre os valores médios individuais de NDT de cada dieta estimados por estas equações com os valores de NDT ou de digestibilidade obtidos in vivo foram os mais baixos entre os métodos comparados (Tab. 3). Esta equação tendeu a superestimar o teor de NDT das dietas com 25 e 40% de concentrado e subestimar o das dietas com 55 e 70% de concentrado (Fig. 3). A equação de Weiss et al. (1992) superestimou o valor energético de todas as dietas (P<0,05), principalmente por superestimar a digestibilidade da FDN, mas foi mais correlacionada com o método in vivo que a equação de McDowell et al. (1974). Pela equação de Weiss et al. (1992), a digestibilidade da FDN é inversamente relacionada ao teor de lignina. No entanto, ela não considera o efeito associativo entre alimentos, ou seja, o efeito negativo do amido, açúcares solúveis e pH sobre a digestibilidade da fibra no rúmen. Além disso, a equação de Weiss assume que a fração endógena representa 7% da matéria orgânica fecal, enquanto no presente estudo esta fração foi de 14,4%. Senger (2005) também verificou que a equação de Weiss superestimou a digestibilidade de silagens de milho quando comparada com a digestibilidade verdadeira da matéria orgânica obtida in vitro.
CONCLUSÕES
A digestibilidade in vivo de dietas à base de silagem e concentrado pode ser estimada precisamente pelo método in vitro. A equação de Weiss superestima o valor energético destas dietas por superestimar a digestibilidade da fibra e por subestimar a fração endógena fecal. No entanto, é mais precisa que as equações baseadas na análise proximal dos alimentos. As taxas de degradação estimadas pelos métodos in situ e in vitro/gases isoladamente não são úteis para estimar o valor energético dos alimentos.
Recebido em 17 de junho de 2008
Aceito em 4 de fevereiro de 2009
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
06 Jul 2009 -
Data do Fascículo
Abr 2009
Histórico
-
Aceito
04 Fev 2009 -
Recebido
17 Jun 2008