Objetivos:
Avaliar as frequências do estrabismo e as características cronológica, etiológica e morfológica das cataratas pediátricas.
Método:
Estudo retrospectivo dos prontuários de crianças atendidas no Ambulatório de Catarata Congênita do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo no período entre 2001 e 2011. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de catarata congênita ou de desenvolvimento. Foram excluídos os pacientes com catarata traumática; secundárias a uveíte, radiação ou medicamentos; pacientes operados em outro serviço; pacientes com glaucoma; leucocorias não cristalinianas (retinoblastoma, retinopatia da prematuridade, leucocorias pré-cristalinianas), e com sub-luxação do cristalino. Foram avaliadas: as frequências cronológicas, etiológicas e morfológicas das cataratas; a lateralidade e a ocorrência de estrabismo associado nestes pacientes.
Resultados:
Foram incluídos 207 pacientes. Cento e dezessete (56,5%) apresentavam catarata congênita e 90 (43,5%) apresentavam catarata de desenvolvimento. Cento e nove (52,6%) pacientes eram portadores de catarata unilateral. Quanto à morfologia, 72 crianças (33,8%) apresentavam catarata zonular e 66 (31,9%) apresentavam catarata total. A etiologia idiopática foi a mais frequente (72,5%) afetando 150 pacientes. Foram observados 108 pacientes (52,2%) com estrabismo associado, especialmente endotropias secundárias.
Conclusões:
A etiologia idiopática foi a mais frequente neste estudo. O tipo morfológico zonular foi o mais frequentemente diagnosticado. Cataratas unilaterais ocorreram mais frequentemente em pacientes com persistência da vasculatura fetal. O estrabismo associado ocorreu em 52% dos pacientes. A análise dos resultados deste estudo pode contribuir para diagnosticar a catarata pediátrica precocemente e de modo mais preciso.
Catarata/congênito; Catara/diagnóstico; Estrabismo; Síndrome da persistência do padrão de circulação fetal; Humanos; Criança