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Danos no plexo nervoso subbasal corneano em pacientes com ceratite bacteriana utilizando a microscopia confocal in vivo

RESUMO

Objetivo:

Relatar as alterações no plexo nervoso corneano subbasal em pacientes com ceratite infecciosa de origem bacteriana utilizando a microscopia confocal in vivo.

Métodos:

Treze olhos de 13 pacientes com ceratite bacteriana unilateral e 12 indivíduos saudáveis como grupo controle foram incluídos prospectivamente no estudo. A microscopia confocal in vivo foi realizada em todos os pacientes em 2 momentos: na fase aguda da ceratite infecciosa e após 28 ± 0,6 meses da resolução da infecção.

Resultados:

A densidade dos nervos no plexo subbasal foi de 5,15 ± 1,03 mm/mm2 na fase aguda da ceratite infecciosa (comparada com o grupo controle: 19,02 ± 1,78 mm/mm2, p<0,05). Apesar de significativa regeneração dos nervos corneanos ao longo de um intervalo de 28 meses após a resolução da infecção, a densidade dos nervos se manteve significativamente reduzida (9,73 ± 0,93 mm/mm2) quando comparada com o grupo controle (19,02 ± 1,78 mm/mm2, p<0,05). Além disso, as imagens obtidas com a microscopia confocal mostraram áreas de hiperreflectividade referente ao tecido corneano cicatricial com ramos de nervos, afinados e tortuosos, se regenerando nessas áreas.

Conclusões:

Foi observado regeneração parcial dos nervos do plexo corneano subbasal durante os primeiro 28 meses após a resolução da fase aguda da ceratite infecciosa. Além disso, os nervos corneanos regenerados se mantiveram morfologicamente alterados quando comparados ao grupo controle. Esses resultados podem ser relevantes para o acompanhamento clínico e planejamento cirúrgico desses pacientes.

Descritores:
Córnea/inervação; Nervo oftálmico; Infecções ocu lares virais; Ceratite herpética; Microscopia confocal

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