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Composição de corpos estranhos intraoculares: estudo experimental da apresentação ultrassonográfica

OBJETIVO: Investigar a confiabilidade da ultrassonografia em determinar a dimensão e identificar as características ultrassonográficas e os artefatos gerados por corpos estranhos intraoculares de materiais diferentes. MÉTODOS: Estudo experimental, utilizando 36 olhos enucleados de origem suína. Fragmentos de nove diferentes composições (madeira, vidro, plástico, papelão, ferro, alumínio, chumbo, pólvora e concreto) e de dimensões similares (4 mm) foram implantados cirurgicamente via incisão escleral na cavidade vítrea de 36 olhos porcinos, 4 olhos para cada tipo de material. O exame ultrassonográfico foi realizado em todos os olhos utilizando-se a técnica de contato, gel condutor e transdutor de 10 MHz (EZScan, Sonomed). RESULTADOS: Considerando os fragmentos dos materiais pólvora, chumbo, concreto, alumínio, madeira e vidro, a dimensão determinada pela ultrassonografia foi considerada estatisticamente similar à dimensão real. O material ferro apresentou dimensão ultrassonográfica estatisticamente menor que sua dimensão real. Papelão e plástico demonstraram medida maior que o real. Todos fragmentos de corpos estranhos intraoculares demonstraram interfaces hiper-refletivas, independentemente da sua composição. Considerando os artefatos gerados pelos diferentes materiais, verificou-se que os materiais ferro, alumínio e chumbo apresentaram reverberação de grande extensão. O material madeira não apresentou reverberação. O comprimento do artefato de reverberação dos materiais ferro, vidro, alumínio e papelão foi menor quando comparado aos outros materiais. Todos materiais apresentaram artefato de sombreamento posterior, com exceção do alumínio. CONCLUSÃO: A ultrassonografia foi considerada uma técnica confiável para determinar a dimensão de corpos estranhos intraoculares em porcinos, com pouca influência causada pela sua composição. Artefatos gerados à ultrassonografia foram considerados material-dependentes e podem auxiliar o examinador a identificar a natureza de um corpo estranho de etiologia desconhecida. O auxílio diagnóstico nestes casos permite ao cirurgião identificar, localizar e dimensionar o corpo estranho intraocular, orientando um planejamento cirúrgico adequado.

Corpo estranho intraocular; Corpo estranho intraocular; Artefatos; Suínos


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