RESUMO
Os autores relatam os três primeiros casos comprovados de ceratite por Acanthamoeba sp no Rio Grande do Sul. Todos os pacientes eram usuários de lentes rígidas gás-permeáveis, usando água corrente para higiene das mesmas. Um paciente teve resolução do quadro clínico após 4 meses de tratamento intensivo com neomicina, biguanida, metronidazol e dexametasona tópicos. Os outros pacientes necessitaram de ceratoplastia penetrante, um após 2 meses e o outro após 14 meses de tratamento clínico intensivo (neomicina, biguanida, propamidine e dexametasona tópicos) sem sucesso. Não houve recidiva da infestação por Acanthamoeba em nenhum dos casos durante o período de seguimento (16, 5 e 22 meses). O diagnóstico etiológico foi realizado pela identificação de cistos e trofozoítos de Acanthamoeba no exame direto do raspado da úlcera de córnea em dois pacientes e no exame anátomo-patológico dos botões corneanos dos que se submeteram ao transplante de córnea.
Palavras-chave: Úlcera de córnea; Acanthamoeba sp