RESUMO
Objetivo:
Avaliar a estabilidade intraoperatória, segurança e eficácia dos 30 primeiros casos operados com um novo anel expansor de pupilas.
Métodos:
Série de casos de 30 olhos de 29 pacientes submetidos a cirurgia de catarata com Anel de Canabrava (AJL Oftalmic, SPAIN). Trata-se do primeiro anel expansor de íris produzido com indentações não alinhadas entre as regiões superiores e inferiores. Devido a isso, apresenta altura vertical de 0,4 mm, diminuindo os riscos de toque endotelial. O diâmetro pupilar dos pacientes era menor que 5 mm. Os diâmetros verticais e horizontais foram avaliados antes, durante e um mês após a cirurgia.
Resultados:
A idade média dos pacientes foi de 64 ± 11,8 (desvio padrão) anos. O anel permaneceu estável em todas as cirurgias, exceto uma. Todas as pupilas foram expandidas no intraoperatório para um diâmetro de 6,3 mm. Apesar de patologias pupilares pré-existentes, o diâmetro médio da pupila retornou a um tamanho próximo após 1 mês de cirurgia. Os tamanhos médios da pupila no pós-operatório e pré-operatório foram medidos em 4,41 e 3,77 mm, respectivamente (p<0,05). As complicações pós-operatórias ocorreram em 8 olhos: 1 reativação de toxoplasmose, 1 descolamento de retina, 1 ruptura de cápsula posterior, 1 opacificação da cápsula posterior, 4 sinéquias posteriores. Essas complicações ocorreram nos olhos com patologias traumáticas, infecciosas ou sinéquias pré-existentes.
Conclusão:
O Anel de Canabrava parece efetivo na expansão e manutenção de pupilas pequenas submetidas à cirurgia de catarata. O aumento do diâmetro da pupila pós-operatória é clinicamente pouco relevante e provavelmente pode ser atribuído à patologias pré-existentes que afetam as inervações pupilares. Outros estudos em larga escala são necessários para suportar os achados do estudo.
Descritores:
Extração de catarata; Miose; Pupila/fisiologia; Próteses e implantes; Expansão de tecido/instrumentação