RESUMO
Objetivo:
Determinar os valores de retroespalhamento luminoso central da córnea em pacientes diabéticos dependentes (IDDM) e não dependentes (NIDDM) de insulina, comparados com controles saudáveis, a partir de imagens de Scheimpflug.
Métodos:
Foram incluídos neste estudo piloto sete pacientes com IDDM (7 olhos), onze pacientes com NIDDM (11 olhos) e dezesseis indivíduos saudáveis (16 olhos). O sistema de Scheimpflug (Pentacam, Oculus Inc. Germany) foi utilizado para obter secções ópticas da córnea. Foram analisados sete meridianos para cada olho, orientados de 70º a 110º. A análise de imagem por meio de software externo permitiu a obtenção de valores da densidade óptica para os 3 e 5 mm centrais da córnea.
Resultados:
O retroespalhamento luminoso corneano foi significativamente maior em pacientes diabéticos para os 3 mm centrais (p=0,016) e para os 5 mm centrais (p=0,014) em relação ao grupo controle. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos IDDM e NIDDM para cada zona analisada (p>0,05 em ambos os casos). No grupo NIDDM, observaram-se correlações significativas para as zonas centrais de 3 mm e 5 mm, entre retroespalhamento luminoso corneano e idade (r=0,604 p=0,025 e r=0,614 p=0,022, respectivamente) e espessura central corneana (r=0,641 p=0,017; r=0,671 p=0,012, respectivamente), o que não foi encontrado no grupo IDDM (p>0,05). O teste de Kruskall-Wallis indicou que a presença de diabete tem um efeito significativo sobre a retroespalhamento central da córnea (p<0,001).
Conclusões:
Pacientes diabéticos apresentaram valores mais elevados de retroespalhamento luminoso corneano do que indivíduos saudáveis. A análise da densidade óptica corneana pode ser uma ferramenta útil para monitorar e avaliar as alterações oculares causadas pela diabete.
Descritores:
Scheimpflug, Topografia da córnea; Diabetes mellitus; Diabetes mellitus tipo 1; Diabetes mellitus tipo 2; Projetos piloto