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Epífora congênita nos pacientes com síndrome de Down

Congenital epiphora in patients with Down syndrome

OBJETIVO: Identificar as causas de epífora congênita em pacientes com síndrome de Down. MÉTODOS: Foram analisados os prontuários de 695 pacientes com epífora congênita, atendidos no Ambulatório de Vias Lacrimais da Clínica Oftalmológica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, de outubro de 1989 a julho de 2005. Todos foram previamente submetidos a exame oftalmológico completo e apresentavam como queixa principal epífora e/ou secreção ocular constante, uni ou bilateral, desde o nascimento. Os pacientes foram divididos em: grupo A, 30 pacientes com síndrome de Down, e grupo B, 665 pacientes controle. A avaliação das vias lacrimais foi realizada com a prova de irrigação sob anestesia geral. RESULTADOS: Os grupos A e B são semelhantes estatisticamente quanto à idade (p=0,07), sexo (p=0,63) e raça (p=0,68). As queixas bilaterais foram mais freqüentes no grupo A (p=0,0008). A obstrução anatômica das vias lacrimais foi encontrada em 32,73% do grupo A e em 85,51% do grupo B (p<0,0001). CONCLUSÃO: A maioria das causas de epífora congênita em pacientes com síndrome de Down é decorrente de bloqueio funcional da bomba lacrimal. A hipotonia da musculatura palpebral e as alterações palpebrais, comuns à síndrome de Down, são as principais hipóteses para essa disfunção, mas são necessários estudos posteriores para confirmação.

Doenças do aparelho lacrimal; Obstrução dos ductos lacrimais; Síndrome de Down; Oftalmopatias


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