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Prevalência e suscetibilidade antibiótica de Staphylococcus aureus resistente à meticilina em infecções oculares

OBJETIVO: Estudar a prevalência do Staphylococcus aureus resistente à meticilina nas infecções oculares causadas por S. aureus em um centro de saúde terciário no Brasil e comparar o perfil de suscetibilidade antimicrobiana entre as cepas de Staphylococcus aureus resistente à meticilina e S. aureus susceptível à meticilina MÉTODOS: Foi realizada uma análise retrospectiva dos arquivos do laboratório de microbiologia ocular da Universidade Federal de São Paulo e selecionados todos os casos de conjuntivite, ceratite e endoftalmite com cultivo positivo para S. aureus, durante um período de 10 anos (entre janeiro de 2000 e dezembro de 2009). Foi avaliada a prevalência de Staphylococcus aureus resistente à meticilina e comparado o perfil de susceptibilidade antimicrobiano dos Staphylococcus aureus resistente à meticilina e S. aureus susceptível à meticilina. RESULTADOS: Quinhentos e sessenta e seis isolados de S. aureus foram identificados. Desses, 56 (9,9%) apresentaram resistência à meticilina. Durante o período de 10 anos estudado, Staphylococcus aureus resistente à meticilina mostrou uma tendência significante de aumento de 7,6% para 16,2% entre as infecções oculares causadas por S. aureus em geral (p=0,001) e de 3,7% para 13,2% nas conjuntivites (p=0,001). A mesma tendência não foi observada entre as amostras de ceratite (p=0,38). Os isolados de Staphylococcus aureus resistente à meticilina mostraram maiores taxas de resistência à tobramicina, gentamicina, ciprofloxacino, gatifloxacino e moxifloxacino em comparação com os isolados de S. aureus susceptível à meticilina (p<0,001). Todos os casos foram susceptíveis à vancomicina. CONCLUSÃO:Foi observada uma tendência de aumento na prevalência do Staphylococcus aureus resistente à meticilina nas infecções oculares causadas por S. aureus, bem como taxas de resistência significantemente maiores aos antibióticos comumente utilizados na prática oftalmológica. Nossos dados alertam para a necessidade de constante vigilância de resistência bacteriana a antimicrobianos e devem ser considerados na eleição do tratamento empírico das infecções oculares.

Conjuntivites; Ceratites; Endoftalmites; Staphylococcus aureus resistente à meticilina; Fluoroquinolonas


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