Acessibilidade / Reportar erro

Epidemiologia e previsibilidade no diagnóstico clínico de ceratite microbiana no sudeste do Brasil

OBJETIVO: Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) mostrar epidemiologia da ceratite microbiana (CM) no sudeste do Brasil, 2) para comparar as diferenças epidemiológicas entre ceratites fúngicas (CF) e bacterianas (CB) e 3) avaliar a frequência com que os oftalmologistas distinguem com precisão ceratite fúngica de ceratite bacteriana baseado no diagnóstico clínico. MÉTODOS: Uma análise retrospectiva de todas as ceratites microbianas diagnosticadas clinicamente apresentando entre outubro de 2003 e setembro de 2006 foi realizada. As características demográficas, relativas ocular e de laboratório, e informações aos fatores de risco e evolução clínica foram registrados. RESULTADOS: Dentre 118 pacientes consecutivos com diagnóstico clínico de ceratite microbiana, a taxa de cultura positiva foi de 61%. Os patógenos predominantes de bactérias e fungos isolados foram S. epidermidis e Fusarium spp. O trauma de córnea foi mais frequente entre os casos de ceratite fúngica do que ceratite bacteriana (p<0,0001). A coexistência de doenças sistêmicas, doenças oculares e cirurgia ocular prévia foram mais frequentes entre os casos de ceratite bacteriana (p=0,001, p=0,001, p=0,004, respectivamente). Os seguintes achados clínicos foram mais frequentes em ceratite bacteriana: hipópio, vascularização periférica da córnea superficial e área de ulceração >20 mm² (p<0,05). O diagnóstico foi corretamente estimado em 81,6% dos casos de CB e em 48,1% dos casos de CF. CONCLUSÃO: A presunção clínica do agente da ceratite microbiana é possível baseada em dados clínicos e epidemiológicos, mas é mais difícil para infecção fúngica. Assim, esses dados não podem ser a única base para o diagnóstico de suspeita de ceratite microbiana, mas a suspeita clínica orientada com base nesses dados pode ser benéfica para orientar o tratamento antimicrobiano e terapia precoce.

Infecções oculares bacterianas; Infecções oculares bacterianas; Infecções oculares bacterianas; Infecções oculares fúngicas; Infecções oculares fúngicas; Infecções oculares fúngicas; Fatores de risco


Conselho Brasileiro de Oftalmologia Rua Casa do Ator, 1117 - cj.21, 04546-004 São Paulo SP Brazil, Tel: 55 11 - 3266-4000, Fax: 55 11- 3171-0953 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: abo@cbo.com.br