OBJETIVO: Avaliar o volume testicular e a prevalência de varicocele em adolescentes e adultos jovens portadores de esquistossomose na forma hepatoesplênica associada a varizes sangrentas de esôfago. MÉTODOS: O estudo envolveu 22 adolescentes masculinos com esquistossomose na forma descrita, submetidos à esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico no grande omento quando crianças. O tempo médio de seguimento foi de 4 anos após a intervenção. O grupo de voluntários sadios foi de adolescentes de uma escola na mesma região onde os casos operados viviam. Eles foram selecionados de forma randomizada, considerando a faixa de idade, características epidemiológicas e não serem infestados por equistossomose. Todos os participantes possuíam história clínica completa e foram submetidos a exame físico e ultra-sonográfico. Foi dado atenção especial as características sexuais, ultra-sonografia testicular e dopplerfluxometria das veias espermáticas. RESULTADOS: Dos pacientes classificados como adultos pela idade cronológica, 53,8% tinham genitais com características infantis. A incidência de varicocele foi igual a 61,5% no grupo afetado e 40% no grupo controle, sem diferença estatística entre os grupos (x 2 =1,77; g.1.=1; p=0,18 3 p Fisher=0,16), acometendo predominantemente o testículo esquerdo, em ambos os grupos. CONCLUSÃO: Pacientes com doença esquistossomótica cirúrgica tinham significante déficit no desenvolvimento puberal e genital, no volume testicular, especialmente do lado esquerdo, e alta prevalência de varicocele (61.5%) sem uma associação direta com atrofia testicular.
Varicocele; Volume testicular; Esquistossomose mansônica; Criança; Adolescente; Adulto jovem; Hipertensão porta