OBJETIVO: Investigar se o alfa-tocopherol tem um efeito protetor na mucosa após uma obstrução intestinal e avaliar as relações potenciais entre a peroxidação lipidica e a translocação bacteriana. MÉTODOS: Dez ratos foram submetidos a uma laparotomia (simulação) e seis outros foram utilizados como grupo controle. Empreendeu-se uma obstrução no intestino delgado de dezesseis animais e dentre eles, oito foram pré tratados com alfa-tocopherol. Quarenta-oito horas depois foram obtidas amostras de linfonodos mesentéricos, baço, fígado e culturas de sangue e da mucosa ileal. Os níveis das substâncias reativas do ácido tiobarbiturico (TBARS) foram determinados, assim como efetuada avaliação histológica intestinal. RESULTADOS: A translocação bacteriana aumentou, significativamente, nos ratos obstruídos quando comparados aos dos grupos controle, simulação e pré tratados com antioxidante (p < 0,05). O TBARS (nmol/100mg) em ratos com obstrução e sem tratamento aumentou de 49,0 ± 13,3 no grupo de controle para 128,8 ± 40, depois de 48 horas de obstrução intestinal e alcançou 72,3 ± 24,6 no grupo tratado com o alfa-tocoferol (p < 0,05). A aderência bacteriana a superfície das células do epitélio intestinal e a necrose da mucosa aumentaram, de modo significativo, nos ratos obstruídos, comparados aqueles sem a intervenção cirúrgica. CONCLUSÃO: O alfa-tocoferol reduz os efeitos deletérios do TBARS sobre a mucosa intestinal, circunstância esta que sugere a possibilidade da associação entre a translocação bacteriana e a peroxidação lipídica, após uma obstrução intestinal.
Radicais livres; Translocação bacteriana; Peroxidação lipídica
