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Carcinoma basocelular: perfil epidemiológico e terapêutico de uma população urbana

OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico dos portadores de carcinoma basocelular e , avaliar o tratamento instituído no Serviço de Residência de Cirurgia Plástica do Hospital Jaraguá. MÉTODOS: Foi realizado um estudo prospectivo de 202 pacientes, nos quais foram diagnosticados 253 lesões por exame anátomo-patológico como carcinoma basocelular no período de janeiro de 2001 a setembro de 2003, no Serviço de Residência de Cirurgia Plástica do Hospital Jaraguá. Foram abordados fatores de susceptibilidade do hospedeiro, fatores ambientais, características das lesões, o tratamento instituído e sua eficácia. Os dados encontrados foram submetidos à análise estatística. RESULTADOS: A incidência de carcinoma basocelular encontrada foi de 126 casos/ 100.000 pacientes em 32 meses (36casos/100.000 pacientes/ano). Os pacientes se distribuíram de forma semelhante entre os sexos masculino (48%), e feminino (52%), com uma incidência maior na faixa etária entre 60 e 80 anos (69%), com média de 64,0 anos. A amostra apresentou fatores de susceptibilidade como a raça branca e fototipos I e II em 95,5% dos pacientes. A exposição à radiação ultravioleta foi informada por 77% dos pacientes, e a localização mais freqüente dos tumores foi a face, em 71,2% dos casos. A ceratose actínica e a história de câncer de pele anterior estavam presentes em 43,6% e 25,8%, respectivamente. O tratamento instituído foi o cirúrgico em 99,4% dos casos, sendo que um caso foi tratado com radioterapia por falta de condições clínicas. No anátomo-patológico foram encontradas 20 lesões (8%) com margens comprometidas pelo tumor. A taxa de recidiva no acompanhamento pós-operatório foi de 2% (5 casos). Não houve casos de metástase ou óbito. CONCLUSÕES: Os fatores relacionados ao desenvolvimento do carcinoma basocelular que estão presentes de forma significante na população estudada são: idade avançada,raça branca, fototipos I e II, presença de ceratose actínica, história anterior de câncer de pele não-melanoma e exposição aos raios ultra-violetas tanto de forma recreacional quanto ocupacional.O tratamento instituído foi efetivo com taxas de margens comprometidas e recidivas comparáveis com as da literatura.

Neoplasia de Células Basais; Neoplasias Cutâneas; Estudos Epidemiológicos; População Urbana


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