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Falência microcirculatória hepática

A isquemia hepática é um problema relativamente freqüente na prática clínica, sobrevindo em situações diversas como ressecções hepáticas maciças, sepse, trauma hepático extenso, choque circulatório e transplante hepático. Durante a restauração do fluxo sanguíneo, o fígado é submetido a uma agressão adicional ainda mais intensa que aquela imposta pela isquemia. Devido à complexidade dos diversos mecanismos envolvidos na fisiopatologia da lesão por isquemia e reperfusão (I/R) hepática, esta revisão se limitará a discorrer sobre os efeitos da I/R na microcirculação sinusoidal, com ênfase para as alterações microvasculares que tomam lugar no fígado esteatótico pós-isquêmico. O desarranjo microcirculatório é apontado como um importante fator para explicar a reduzida tolerância do fígado esteatótico ao insulto isquêmico. O desenvolvimento de estratégias terapêuticas capazes de interferir diretamente com os mediadores vasoativos (óxido nítrico e endotelinas) relacionados ao déficit perfusional será determinante para a proteção do parênquima hepático frente às alterações induzidas pela I/R. Esses recursos seriam de especial interesse para o aproveitamento de fígados marginais, cuja falência microcirculatória compromete sobremaneira sua utilização para o transplante hepático.

Isquemia-Reperfusão; Fígado Esteatótico; Microcirculação


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