RESUMO
Objetivo
Analisar a autopercepção de esforço vocal, sinais e sintomas vocais e fadiga vocal em professores antes e durante a pandemia da COVID-19; e os fatores relacionados a dados sociodemograficos e ocupacionais que pudessem prever a autopercepção durante a pandemia.
Métodos
Participaram do estudo 263 professores brasileiros que estavam trabalhando em home office durante a pandemia. Eles responderam um questionário sobre dados sociodemográficos e ocupacionais, escala de Borg CR10-BR adaptada para classificação de esforço vocal, Lista de Sinais e Sintomas Vocais e Índice de Fadiga Vocal. Os questionários de autoavaliação vocal foram respondidos duas vezes, considerando antes e durante a pandemia.
Resultados
A autopercepção de esforço vocal, sinais e sintomas vocais e fadiga vocal durante a pandemia em professores foi menor do que antes da pandemia. Na comparação dos desfechos por queixa vocal, os professores sem queixa vocal apresentaram valores menores do que aqueles com queixa vocal. Professores com queixas vocais durante a pandemia apresentaram maior autopercepção de fadiga vocal. Professores de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio relataram mais sinais e sintomas vocais antes do que durante a pandemia.
Conclusão
Em geral, os professores relatam diminuição do esforço vocal e dos sinais e sintomas vocais durante a pandemia de COVID-19. Professores com queixas vocais apresentam maior percepção de esforço vocal, sinais e sintomas vocais e fadiga vocal. A presença de queixas vocais e as variáveis relacionadas à demanda vocal durante a pandemia estão relacionadas à percepção de esforço vocal, sinais e sintomas vocais e fadiga vocal.
Palavras-chave:
COVID-19; Pandemia; Professor; Voz; Distúrbios da voz