Perfil dos fonoaudiólogos que atuam em câncer de cabeça e pescoço no Brasil

RESUMO

Objetivo  caracterizar o perfil dos fonoaudiólogos brasileiros que atuam com pacientes com câncer de cabeça e pescoço.

Métodos  estudo descritivo, exploratório e transversal, realizado pelo Comitê de Fononcologia da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia em parceria com a Universidade de São Paulo. Utilizou-se um formulário eletrônico semiestruturado, com blocos sobre dados sociodemográficos, formação e atuação em fononcologia, áreas de aprofundamento e o significado de atuar na área.

Resultados  participaram 128 fonoaudiólogos brasileiros identificados como atuantes em câncer de cabeça e pescoço. A maioria era do sexo feminino (85,9%), com idade entre 31 e 50 anos, atuando, sobretudo, nas Regiões Sudeste e Nordeste, com certificações de especialista (principalmente em disfagia, voz e/ou motricidade orofacial) e/ou formações de curta duração em diversas áreas. Entre os participantes, 43,75% possuíam mestrado ou doutorado. A maior parte relatou trabalhar em mais de um ambiente (hospital, consultório, etc.), sendo os vínculos autônomos e formais os mais comuns. A maioria (92,2%) atuava em oncologia e em outras áreas, e quase metade também exercia atividades de pesquisa, ensino e/ou gestão. Os principais interesses de aprofundamento foram técnicas fonoaudiológicas e cuidados paliativos. As palavras mais citadas sobre o significado da atuação foram: “qualidade de vida”, “reabilitação”, “ressignificar” e “desafio”.

Conclusão  a atuação em Fononcologia é marcada por diversidade de contextos, múltiplas funções e busca por qualificação contínua. Os dados apontam para um campo em expansão que demanda políticas estruturadas de formação e trabalho, alinhadas às exigências clínicas, éticas e humanas da reabilitação em fononcologia.

Palavras-chave:
Fonoaudiologia; Neoplasias de cabeça e pescoço; Capacitação profissional; Perfil profissional; Especialização