Acessibilidade / Reportar erro

A interferência do status de linguagem expressiva na pontuação do Autism Behavior Checklist em autistas verbais e não verbais

Resumos

Objetivo

Verificar a interferência do status da linguagem expressiva na pontuação do Autism Behavior Checklist (ABC), comparando crianças autistas não verbais e verbais.

Métodos

A amostra foi constituída por 68 crianças autistas, de ambos os gêneros, entre 3 e 12 anos, divididas em dois grupos: 28 crianças não verbais (Grupo GNV) e 40 verbais (Grupo GV). Utilizamos o ABC, composto por 57 comportamentos não adaptativos, que foi respondido pelas mães, em forma de entrevista.

Resultados

Os GNV e GV não diferiram entre si na pontuação média Total do ABC. Na área verbal, a pontuação média do GV foi maior que a do GNV. Quando se excluiu os comportamentos dessa área, a pontuação média total foi reduzida. No entanto, não houve diferença nas médias das outras áreas.

Conclusão

As crianças verbais apresentaram maior prejuízo na área Linguagem do que as crianças não verbais. Ao excluirmos todos os comportamentos não adaptativos dessa área, não houve diferença significativa entre os grupos.

Transtorno autístico; Linguagem; Comunicação; Transtornos globais do desenvolvimento infantil; Criança


Purpose

To verify the interference of status of expressive language scores on the Autism Behavior Checklist (ABC), comparing verbal and non-verbal autistic children.

Methods

The sample consisted of 68 autistic children, of both genders, between 3 and 12 years, divided into two groups: 28 non-verbal (Group GNV) and 40 verbal children (GV). We used the ABC, which includes 57 maladaptive behaviors, which was completed by the mothers during an interview.

Results

The GNV and GV did not differ in mean Total ABC score. In the verbal scale, the average score of GV was greater than that of GNV. When we excluded the behaviors in that area, the average total score was reduced. However, there was no difference in the means of other areas.

Conclusion

Verbal children showed more deficits in the language area than non-verbal children. When excluding all non-adaptive behaviors in that area, there was no significant difference between groups.

Autistic disorder; Language; Communication; Child development disorders; Pervasive; Child


INTRODUÇÃO

O Distúrbio do Espectro do Autismo caracteriza-se por prejuízos severos e persistentes nas áreas de interação social, comunicação verbal e não verbal e repertório restrito de interesses e atividades(1 American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM IV-TR. 4ª ed. Porto alegre: Artmed; 2002.,2 Santos THF, Barbosa MRP, Pimentel AGL, Lacerda CA, Balestro JI, Amato CAH, et al. Comparação dos instrumentos Childhood Autism Rating Scale e Autism Behavior Checklist na identificação e caracterização de indivíduos com distúrbios do espectro autístico. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(1):104-6. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012000100018).

Diversos são os instrumentos utilizados para identificar e caracterizar manifestações comportamentais relacionadas a essa condição. O Autism Behavior Checklist (ABC), por exemplo, é uma listagem de comportamentos não adaptativos(3 Krug D A, Arick J R, Almond PJ. Autism screening instrument for educational planning – ASIEP 2. Austin: Pro-ed; 1993.), traduzido e pré-validado para a Língua Portuguesa(4 Marteleto MRF, Pedromônico MRM. Validade do inventário de comportamentos autísticos (ICA): estudo preliminar. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000400008), que busca identificar crianças autistas.

O ABC é um dos cinco subtestes que compõem o Instrumento Autism Screening Instrument for Educational Planning-2 (ASIEP-2)(3 Krug D A, Arick J R, Almond PJ. Autism screening instrument for educational planning – ASIEP 2. Austin: Pro-ed; 1993.). É utilizado com mais frequência durante o processo diagnóstico inicial com indivíduos suspeitos de serem autistas. Os outros quatro subtestes do ASIEP avaliam comportamento vocal, interação social, velocidade de aprendizagem e rendimento escolar. O ABC pode ser aplicado a partir de 18 meses de idade até a vida adulta. Permite a descrição detalhada das características comportamentais atípicas de cada indivíduo e incorpora pontuações balanceadas (faixa de 1 a 4 pontos), que variam de acordo com a ocorrência de cada comportamento na patologia.

O instrumento contempla diversas áreas do desenvolvimento: nove comportamentos não adaptativos na área sensorial, 12 na área relacional, 12 para uso do corpo e objeto, 13 para Linguagem e 11 para a área pessoal-social.

As características comportamentais que melhor descrevem o indivíduo são marcadas e, na sequência, os pontos são somados. A partir da pontuação geral, é traçado um perfil comportamental, o que permite ao clínico analisar a severidade da patologia e acompanhar o desenvolvimento de seus pacientes.

Uma pontuação igual a 68 tem sido considerada de alta probabilidade para identificação do autismo, visto que, no estudo realizado originalmente(3 Krug D A, Arick J R, Almond PJ. Autism screening instrument for educational planning – ASIEP 2. Austin: Pro-ed; 1993.), 99% das crianças que atingiram pontuação igual ou acima de 68, tinham esse diagnóstico prévio. Entre 67 e 54 pontos, há moderada probabilidade de classificação e entre 53 a 47 pontos, a probabilidade é baixa. Neste caso, os autores recomendam o uso das outras partes que compõem o ASIEP-2.

Embora o ABC seja referido amplamente na literatura e usado na prática clinica, alguns estudos têm apontado para interferência dos itens que caracterizam a produção verbal, no grau de severidade observado no resultado final(2 Santos THF, Barbosa MRP, Pimentel AGL, Lacerda CA, Balestro JI, Amato CAH, et al. Comparação dos instrumentos Childhood Autism Rating Scale e Autism Behavior Checklist na identificação e caracterização de indivíduos com distúrbios do espectro autístico. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(1):104-6. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012000100018

Krug D A, Arick J R, Almond PJ. Autism screening instrument for educational planning – ASIEP 2. Austin: Pro-ed; 1993.

Marteleto MRF, Pedromônico MRM. Validade do inventário de comportamentos autísticos (ICA): estudo preliminar. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000400008

American Speech-Language-Hearing Association. Guidelines for speech-language pathologists for diagnosis, assessment, and treatment of autism spectrum disorders across the life span. Rockville: American Speech-Language-Hearing Associantion; 2006 [acesso em: 30 nov 2006]. Disponível em: http://www.asha.org/policy/GL2006-00049.htm http://dx.doi.org/policy.GL2006-00049#sthash.15OxSKck.dpuf
http://www.asha.org/policy/GL2006-00049....

Tamanaha AC, Perissinoto J, Chiari BM. Evolução da criança autista a partir da resposta maternal ao Autism Behavior Checklist. Pró-fono Rev Atual Cient. 2008;20(3):165-70. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300005

Miranda-Linné FM, Melin L. A comparison of speaking and mute individuals with autism and autistic-like conditions on the Autism Behavior Checklist. J Autism Dev Disord. 2002;27(3):245-64. http://dx.doi.org/10.1023/A:1025846330262

De Bildt A, Sytema S, Kraijer D, Sparrow S, Minderaa R. Adaptive functioning and behavior problems in relation to level of education in children and adolescents with intellectual disability. J Intellect Disabil Res. 2005;49(9):672-81. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2788.2005.00711.x
-9 Juneja M, Sharma S, Mukherjee SB. Sensitivity of autism behavior checklist in Indian autistic children. J Dev Behav Pediatr. 2010;31(1):48-9. http://dx.doi.org/10.1097/DBP.0b013e3181c7241a).

Pelo fato da área Linguagem ser composta por 13 itens, dos quais 7 caracterizam as inabilidades verbais em seus aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos (uso inadequado de pronomes; fala monótona e sem ritmo; raramente usa “eu” ou “sim”; usa de 0 a 5 palavras diariamente; repete constantemente, palavras ou sons; repete frases e perguntas ditas por outras pessoas; usa mais que 15 e menos que 30 frases diariamente para comunicar-se), haveria interferência no resultado geral, uma vez que as crianças autistas verbais, comparativamente às não verbais, pontuariam mais.

Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar a interferência da pontuação do ABC na área da linguagem expressiva, comparando crianças autistas não verbais e verbais.

A hipótese que consideramos neste estudo é a de que, apesar dos itens da área Linguagem contemplarem alguns comportamentos não adaptativos verbais, isto não deve interferir diretamente na pontuação final do instrumento, visto que as crianças não verbais apresentam prejuízos adaptativos mais graves que as crianças verbais, com mais comportamentos não adaptativos.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), processo n°0334/06.

Todos os responsáveis estavam cientes dos procedimentos metodológicos e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Amostra

A amostra foi constituída por 68 crianças autistas, de ambos os gêneros, na faixa etária entre 3 e 12 anos, diagnosticadas e atendidas por equipe multidisciplinar, de acordo com os critérios do DSM IV TR(1 American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM IV-TR. 4ª ed. Porto alegre: Artmed; 2002.).

Como critério de inclusão, considerou-se o diagnóstico multidisciplinar e a faixa etária. O critério de exclusão foi constituído pela presença de comorbidades envolvendo deficiências motora, visual, auditiva e/ou física.

Na avaliação psicológica, todos apresentavam comprometimento intelectual de grau leve a moderado, obtido por meio da aplicação da Stanford-Binet Intelligence Scale(1010  Thorndike RL, Hagen EP, Satter JM. Stanford Binet Intelligence Scale: fourth edition: technical manual. Chicago: Riverside; 1986.,1111  Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH, Chiari BM, Perissinoto J. Curvas de referência de pontos brutos no Stanford-Binet Intelligence Scale de crianças e adolescentes. Psico-USF. 2012;17(3):369-77. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712012000300003).

A avaliação neurológica constou de avaliação clínica e análise de exames, cujos resultados foram considerados dentro dos padrões de normalidade pelo neurologista, excetuando-se a alteração comportamental.

Na avaliação audiológica, os limiares auditivos de todos encontravam-se de acordo com os parâmetros de normalidade.

Vinte e oito crianças foram consideradas não verbais, pois apresentavam vocalizações como meio comunicativo predominante, no período do estudo, e 40 foram classificadas como verbais, pois produziam emissões verbais que envolviam pelo menos 75% de fonemas da Língua Portuguesa(1212  Fernandes FDM. Autismo infantil: repensando o enfoque fonoaudiológico: aspectos funcionais da comunicação. São Paulo: Lovise; 1996.).

Todas as crianças encontravam-se matriculadas regularmente em escolas públicas, 36 em educação infantil e 32 em ensino fundamental, sendo que, deste último grupo, duas crianças frequentavam classe especial.

As mães tinham, em média, 33 anos de idade, dez anos de escolaridade e pertenciam à classe socioeconômica C, de acordo com os critérios da ABEP(1313  Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de classificação econômica Brasil: dados com base no levantamento sócio econômico 2000. Acesso em: 20 mai 2003. Disponível em: http://www.abep.org/new/criterioBrasil.aspx
http://www.abep.org/new/criterioBrasil.a...
).

O Autism Behavior Checklist foi aplicado durante o período de avaliação fonoaudiológica da criança, em forma de questionário e respondido em forma de entrevista, para minimizar-se o efeito de escolaridade das mães. Para análise dos resultados as crianças foram divididas em dois grupos: 28 crianças não verbais (Grupo GANV) e 40 crianças verbais (Grupo GAV).

Método estatístico

Para análise dos dados, foram utilizadas medidas descritivas e o teste t-Student para comparar os escores médios dos grupos, tanto nos valores totais, quanto em cada uma das áreas do ABC. Consideramos o nível de significância em 5%.

RESULTADOS

Os grupos GANV e GAV não diferiram entre si nos escores totais e nas áreas sensorial, relacional, uso do corpo e objeto e pessoal social. Somente na área Linguagem, o GV apresentou média significativamente maior (p<0,000).

Ao excluirmos todos os comportamentos desta área, as médias dos valores totais e das áreas não mostraram diferença significativa.

Os valores totais e das áreas, comparativamente entre os grupos, estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1
Valores totais e das áreas do ABC em ambos os grupos

DISCUSSÃO

Sabe-se que o estudo inicial com o ABC concentrou-se em uma nota de corte única para a identificação de risco para o autismo e não levou em consideração que os perfis comportamentais podem ser diferentes por faixa etária, sintomas e nível de severidade(2 Santos THF, Barbosa MRP, Pimentel AGL, Lacerda CA, Balestro JI, Amato CAH, et al. Comparação dos instrumentos Childhood Autism Rating Scale e Autism Behavior Checklist na identificação e caracterização de indivíduos com distúrbios do espectro autístico. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(1):104-6. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012000100018,4 Marteleto MRF, Pedromônico MRM. Validade do inventário de comportamentos autísticos (ICA): estudo preliminar. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000400008,7 Miranda-Linné FM, Melin L. A comparison of speaking and mute individuals with autism and autistic-like conditions on the Autism Behavior Checklist. J Autism Dev Disord. 2002;27(3):245-64. http://dx.doi.org/10.1023/A:1025846330262).

As crianças não verbais, por exemplo, podem não receber pontos em vários itens de linguagem expressiva (por exemplo: uso inadequado de pronomes; fala monótona e sem ritmo; raramente usa “eu” ou “sim”; usa de 0 a 5 palavras diariamente; repete constantemente, palavras ou sons; repete frases e perguntas ditas por outras pessoas; usa mais que 15 e menos que 30 frases diariamente para comunicar-se). Como resultado, essas crianças podem obter, a princípio, menores pontuações na área Linguagem, em relação às crianças verbais, o que implicaria, aparentemente, em menor prejuízo comportamental e adaptativo. No entanto, como pôde ser visto na análise dos resultados, não houve diferença entre os valores totais do ABC nos grupos GANV e GAV. O mesmo ocorreu nas áreas sensorial, relacional, uso do corpo e objeto, e pessoal/social, embora os índices das três primeiras áreas tenham mostrado tendência de maiores valores no GANV.

Com relação à área Linguagem, em que o GAV apresentou média maior, salientamos que, nesta área, a presença da verbalização ou de atipias relacionadas à fala aumentou a pontuação. Sendo assim, as crianças autistas verbais apresentaram pontuações maiores, ainda que a sua linguagem expressiva nem sempre tenha sido funcional(4 Marteleto MRF, Pedromônico MRM. Validade do inventário de comportamentos autísticos (ICA): estudo preliminar. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000400008

American Speech-Language-Hearing Association. Guidelines for speech-language pathologists for diagnosis, assessment, and treatment of autism spectrum disorders across the life span. Rockville: American Speech-Language-Hearing Associantion; 2006 [acesso em: 30 nov 2006]. Disponível em: http://www.asha.org/policy/GL2006-00049.htm http://dx.doi.org/policy.GL2006-00049#sthash.15OxSKck.dpuf
http://www.asha.org/policy/GL2006-00049....
-6 Tamanaha AC, Perissinoto J, Chiari BM. Evolução da criança autista a partir da resposta maternal ao Autism Behavior Checklist. Pró-fono Rev Atual Cient. 2008;20(3):165-70. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300005,1414  Tamanaha AC, Perissinoto, J. Comparação do processo evolutivo de crianças do espectro autistico em diferentes intervenções terapêuticas fonoaudiológicas. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;23(1):8-12. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912011000100005

15  McConachie H, Randle V, Hammal D, Le Couteur A. A controlled trial of a training course for parents of children with suspected autism spectrum disorder. J Pediatr. 2005;147(3):335-40.

16  Marteleto MRF, Menezes CGL, Tamanaha AC, Chiari BM, Perissinoto J. Aplicação do Inventário de Comportamentos Autísticos: a concordência nas observações entre pais e profissionais em dois contextos de intervenção. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(3):203-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462008000300005

17  Olivar-Parra J-S, De La Iglesia-Guttierrez M, Forns M. Training referential communicative skills to individual with Autism Spectrum Disorder: a pilot study. Psychol Rep. 2011;109(3):921-39. http://dx.doi.org/10.2466/10.11.15.28.PR0.109.6.921-939
-1818  Barbosa MRP. Identificação das variáveis do espectro do autismo [tese de doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2013.).

Ao excluirmos os comportamentos da área da Linguagem, as médias dos valores totais e das demais áreas não mostraram diferença significativa(6 Tamanaha AC, Perissinoto J, Chiari BM. Evolução da criança autista a partir da resposta maternal ao Autism Behavior Checklist. Pró-fono Rev Atual Cient. 2008;20(3):165-70. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300005,7 Miranda-Linné FM, Melin L. A comparison of speaking and mute individuals with autism and autistic-like conditions on the Autism Behavior Checklist. J Autism Dev Disord. 2002;27(3):245-64. http://dx.doi.org/10.1023/A:1025846330262), provavelmente, por ter havido tendência de maior severidade do GANV, especialmente nos valores das áreas sensorial, relacional e uso do corpo e objeto. Ou seja, apesar dos itens da área Linguagem contemplarem alguns comportamentos não adaptativos verbais e terem elevado a pontuação de crianças verbais, isto não interferiu diretamente na pontuação final das crianças da amostra.

É importante salientar que todas as mães puderam identificar os comportamentos não adaptativos de suas crianças, independentemente da presença ou ausência de comunicação verbal(4 Marteleto MRF, Pedromônico MRM. Validade do inventário de comportamentos autísticos (ICA): estudo preliminar. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000400008,7 Miranda-Linné FM, Melin L. A comparison of speaking and mute individuals with autism and autistic-like conditions on the Autism Behavior Checklist. J Autism Dev Disord. 2002;27(3):245-64. http://dx.doi.org/10.1023/A:1025846330262,1414  Tamanaha AC, Perissinoto, J. Comparação do processo evolutivo de crianças do espectro autistico em diferentes intervenções terapêuticas fonoaudiológicas. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;23(1):8-12. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912011000100005

15  McConachie H, Randle V, Hammal D, Le Couteur A. A controlled trial of a training course for parents of children with suspected autism spectrum disorder. J Pediatr. 2005;147(3):335-40.

16  Marteleto MRF, Menezes CGL, Tamanaha AC, Chiari BM, Perissinoto J. Aplicação do Inventário de Comportamentos Autísticos: a concordência nas observações entre pais e profissionais em dois contextos de intervenção. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(3):203-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462008000300005

17  Olivar-Parra J-S, De La Iglesia-Guttierrez M, Forns M. Training referential communicative skills to individual with Autism Spectrum Disorder: a pilot study. Psychol Rep. 2011;109(3):921-39. http://dx.doi.org/10.2466/10.11.15.28.PR0.109.6.921-939
-1818  Barbosa MRP. Identificação das variáveis do espectro do autismo [tese de doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2013.).

CONCLUSÃO

As crianças autistas, tanto não verbais como verbais, apresentaram comportamentos atípicos, demonstrando prejuízo severo no desenvolvimento adaptativo.

As crianças verbais apresentaram maior prejuízo na área Linguagem do que as crianças não verbais. Ao excluirmos todos os comportamentos não adaptativos dessa área, não houve diferença significativa entre os grupos.

REFERÊNCIAS

  • 1
    American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM IV-TR. 4ª ed. Porto alegre: Artmed; 2002.
  • 2
    Santos THF, Barbosa MRP, Pimentel AGL, Lacerda CA, Balestro JI, Amato CAH, et al. Comparação dos instrumentos Childhood Autism Rating Scale e Autism Behavior Checklist na identificação e caracterização de indivíduos com distúrbios do espectro autístico. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(1):104-6. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012000100018
  • 3
    Krug D A, Arick J R, Almond PJ. Autism screening instrument for educational planning – ASIEP 2. Austin: Pro-ed; 1993.
  • 4
    Marteleto MRF, Pedromônico MRM. Validade do inventário de comportamentos autísticos (ICA): estudo preliminar. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000400008
  • 5
    American Speech-Language-Hearing Association. Guidelines for speech-language pathologists for diagnosis, assessment, and treatment of autism spectrum disorders across the life span. Rockville: American Speech-Language-Hearing Associantion; 2006 [acesso em: 30 nov 2006]. Disponível em: http://www.asha.org/policy/GL2006-00049.htm http://dx.doi.org/policy.GL2006-00049#sthash.15OxSKck.dpuf
    » http://www.asha.org/policy/GL2006-00049.htm
  • 6
    Tamanaha AC, Perissinoto J, Chiari BM. Evolução da criança autista a partir da resposta maternal ao Autism Behavior Checklist. Pró-fono Rev Atual Cient. 2008;20(3):165-70. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300005
  • 7
    Miranda-Linné FM, Melin L. A comparison of speaking and mute individuals with autism and autistic-like conditions on the Autism Behavior Checklist. J Autism Dev Disord. 2002;27(3):245-64. http://dx.doi.org/10.1023/A:1025846330262
  • 8
    De Bildt A, Sytema S, Kraijer D, Sparrow S, Minderaa R. Adaptive functioning and behavior problems in relation to level of education in children and adolescents with intellectual disability. J Intellect Disabil Res. 2005;49(9):672-81. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2788.2005.00711.x
  • 9
    Juneja M, Sharma S, Mukherjee SB. Sensitivity of autism behavior checklist in Indian autistic children. J Dev Behav Pediatr. 2010;31(1):48-9. http://dx.doi.org/10.1097/DBP.0b013e3181c7241a
  • 10
    Thorndike RL, Hagen EP, Satter JM. Stanford Binet Intelligence Scale: fourth edition: technical manual. Chicago: Riverside; 1986.
  • 11
    Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH, Chiari BM, Perissinoto J. Curvas de referência de pontos brutos no Stanford-Binet Intelligence Scale de crianças e adolescentes. Psico-USF. 2012;17(3):369-77. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712012000300003
  • 12
    Fernandes FDM. Autismo infantil: repensando o enfoque fonoaudiológico: aspectos funcionais da comunicação. São Paulo: Lovise; 1996.
  • 13
    Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de classificação econômica Brasil: dados com base no levantamento sócio econômico 2000. Acesso em: 20 mai 2003. Disponível em: http://www.abep.org/new/criterioBrasil.aspx
    » http://www.abep.org/new/criterioBrasil.aspx
  • 14
    Tamanaha AC, Perissinoto, J. Comparação do processo evolutivo de crianças do espectro autistico em diferentes intervenções terapêuticas fonoaudiológicas. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;23(1):8-12. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912011000100005
  • 15
    McConachie H, Randle V, Hammal D, Le Couteur A. A controlled trial of a training course for parents of children with suspected autism spectrum disorder. J Pediatr. 2005;147(3):335-40.
  • 16
    Marteleto MRF, Menezes CGL, Tamanaha AC, Chiari BM, Perissinoto J. Aplicação do Inventário de Comportamentos Autísticos: a concordência nas observações entre pais e profissionais em dois contextos de intervenção. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(3):203-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462008000300005
  • 17
    Olivar-Parra J-S, De La Iglesia-Guttierrez M, Forns M. Training referential communicative skills to individual with Autism Spectrum Disorder: a pilot study. Psychol Rep. 2011;109(3):921-39. http://dx.doi.org/10.2466/10.11.15.28.PR0.109.6.921-939
  • 18
    Barbosa MRP. Identificação das variáveis do espectro do autismo [tese de doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2013.
  • Trabalho realizado na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2014

Histórico

  • Recebido
    1 Ago 2013
  • Aceito
    8 Abr 2014
Academia Brasileira de Audiologia Rua Itapeva, 202, conjunto 61, CEP 01332-000, Tel.: (11) 3253-8711, Fax: (11) 3253-8473 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@audiologiabrasil.org.br