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"Pai de santo doutor": escolaridade, gênero e cor nos terreiros baianos

Resumos

O artigo examina algumas categorias como escolaridade, cor, gênero e ocupação em terreiros baianos, através de dados produzidos no mapeamento dos candomblés na cidade de Salvador. O mapeamento teve como objetivo realizar um censo desse universo buscando dados relativos às lideranças religiosas como cor, escolaridade, gênero e ocupação, assim como dados sobre os terreiros. Analisamos a dinâmica dos terreiros baianos e como isto pode ser vista em relação à presença de lideranças com educação superior, através de categorias como cor e gênero, principalmente com a entrada em cena de indivíduos que se autoclassificaram como brancos.

terreiros de candomblé; Salvador; cor; escolaridade; gênero


This article examines some categories such as level of education, gender, race, and occupation in Afro-Bahian religions, through data produced by mapping of Candomblé terreiros/temples in Salvador, Bahia, Brazil. The mapping had as an objective to carry out a census of this universe searching for data related to religious leaderships such as race, level of education, gender, and occupation, as well as other data on these terreiros. We analyze the dynamics of the Afro-Bahian terreiros and how this can be observed in relation to the presence of leaderships with higher education, through categories like race and gender, mainly with the entrance of leadership that classified themselves as white.

Afro-Bahian temples; Salvador; race; level of education; gender


  • 1
    1O Alabama, 2 de setembro de 1868.
  • 2
    2O Alabama, 2 de setembro de 1868.
  • 3
    3 Xavier Marques, O feiticeiro, São Paulo: Edições GRD/Instituto Nacional do Livro, 1975, p. 19.
  • 4
    4 Nina Rodrigues, O animismo fetichista dos negros baianos, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1935, p. 97.
  • 5
    5 Artur Ramos, O negro brasileiro, Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, 1988, p. 51 e passim;
  • Sobre os ogãs, ver Júlio Braga, A cadeira de ogã e outros ensaios, Rio de Janeiro: Pallas, 1999.
  • 6 Donald Pierson, Brancos e pretos na Bahia, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971, p. 306.
  • 7 Ruth Landes, A cidade das mulheres, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967, p. 83.
  • 8 João da S. Campos, "Costumes e crenças dos afro-baianos", Revista de Sociologia, v. XI, n. 4 (1949), p. 442.
  • Para uma análise mais desenvolvida sobre o terreiro do Gantois e a ascensão de Menininha do Gantois, ver Jocélio T. dos Santos, "Menininha do Gantois: a sacralização do poder",in Vagner G. da Silva (org.), Caminhos da alma: memória afro-brasileira (São Paulo: Summus, 2002), pp.133-52.
  • 9 Marques, O feiticeiro, p. 30.
  • 10 Rodrigues, O animismo fetichista dos negros baianos, p. 70.
  • 11 João J. Reis, Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX, São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
  • 12 Os percentuais divergem dos que podem ser calculados com os dados da Tabela 1 devido ao fato do total de terreiros da tabela (1.104) ser menor que o encontrado pela pesquisa (1.162). Isso ocorre em razão da recusa de alguns informantes em atribuir raça ou cor a liderança religiosa ou informar o ano de fundação do terreiro. Sobre o mapeamento, ver Jocélio T. dos Santos, Mapeamento dos terreiros de Salvador, Salvador: Ceao, 2008.
  • 15
    15 Florismar M. Borges, "Acarajé - tradição e modernidade" (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Bahia, 2008).
  • 16
    16 Sobre o acarajé na simbologia afro-religiosa, ver Vivaldo da Costa Lima, "As dietas africanas no sistema alimentar brasileiro", in C. Cardoso, e J. Bacelar (orgs.), Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização (Rio de Janeiro/ Salvador: Pallas, 1999), pp. 319-26.
  • 17
    17 Vagner G. da Silva e Rita de Cássia Amaral, "A cor do axé. Brancos e negros no candomblé de São Paulo", Estudos Afro-Asiáticos, n. 25 (1993), pp. 99-124;
  • Pedro A. Oro, "As relações raciais nos terreiros do Rio Grande do Sul", Estudos Afro-Asiáticos, n. 33 (1998), pp. 31-50
  • 18 Pierson, Brancos e pretos na Bahia, p. 312.
  • 19 Landes, A cidade das mulheres

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Abr 2014
  • Data do Fascículo
    Dez 2013

Histórico

  • Recebido
    19 Jan 2013
  • Aceito
    19 Abr 2013
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