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Determinação dos níveis do antígeno carcinoembriônico no sangue periférico e no efluente venoso em doentes com carcinoma colorretal

RACIONAL: O problema da relação entre os níveis de CEA no sangue e o conteúdo de CEA tissular no carcinoma colorretal e os mecanismos de liberação do CEA das células neoplásicas nos tecidos vizinhos à neoplasia e sua conseqüente entrada dentro do sangue periférico são importantes para o entendimento da biologia do carcinoma colorretal. Ainda não foi convenientemente elucidado se o CEA no sangue é drenado principalmente pelo sangue do sistema portal ou pelos linfáticos para o ducto torácico ou, ainda, por ambos os sistemas. OBJETIVO: Estudar o comportamento dos níveis do CEA no sangue periférico (CEA-p) e no sangue do efluente venoso (CEA-d) de doentes com tumores colorretais operados curativamente. MÉTODO: foram estudados 28 doentes, sendo 12 (42,9%) homens e 16 (57,1%) mulheres. A média de idade foi de 66,1 anos (43 a 84 anos). Imediatamente após a laparotomia, o sangue venoso periférico foi extraído por punção venosa antecubital e o sangue do efluente venoso coletado da veia principal de drenagem das lesões. Os valores de CEA-p, CEA-d e do gradiente entre o CEA-d e CEA-p abaixo de 5,0 ng/mL foram considerados normais. RESULTADOS: Oito (28,6%) doentes foram classificados no estádio A de Dukes, 9 (32,1%) no estádio B e 11 (39,3%) no estádio C. A neoplasia estava localizada no reto em 14 (50,0%), no cólon transverso em 5 (17,9%), no cólon sigmóide em 4 (14,3%), no ceco e/ou cólon ascendente em 3 (10,7%), e no cólon descendente em 2 (7,1%) enfermos. O exame histopatológico revelou adenocarcinoma bem diferenciado em todos os enfermos. Em apenas um (3,6%) doente a neoplasia, estadiada como Dukes C, exibia invasão venosa. O gradiente entre os níveis de CEA-p e de CEA-d estava normal em 25 (89,3%) doentes e elevado em 3 (10,7%). O valor médio do CEA-p foi de 3,8 ± 4,1 ng/mL (0,1 a 21,1 ng/mL) e do CEA-d foi de 4,5 ± 4,3 ng/mL (0,3 a 20,2 ng/mL), sem diferença significativa entre esses valores. Houve diferença significativa entre a média dos valores dos níveis do CEA-p e do CEA-d maiores que 5 ng/mL. CONCLUSÃO: Os níveis de CEA-p e do CEA-d nos doentes com carcinoma colorretal não se mostraram diferentes. Os resultados deste estudo sugerem que, nas neoplasias colorretais sem invasão venosa, o CEA não é drenado expressivamente pelo sangue do efluente venoso portal do tumor.

Antígeno carcinoembrionário; Neoplasias colorretais; Neoplasias do cólon; Sistema porta


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