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Erradicação do Helicobacter pylori não influencia a doença do refluxo gastroesofágico: estudo prospectivo, paralelo, randomizado, aberto e controlado

CONTEXTO: Existem trabalhos associando a erradicação do Helicobacter pylori à piora da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). OBJETIVO: Avaliar o efeito da erradicação do H. pylori em pacientes com DRGE. MÉTODOS: Estudo prospectivo, randomizado, controlado em que se avaliaram clínica, endoscopia digestiva alta, histologia, manometria e pHmetria de pacientes com DRGE. Pacientes infectados pelo H. pylori foram randomizados para: 1) erradicação da infecção seguida de tratamento com inibidor de bomba protônica, ou 2) tratamento com inibidor de bomba protônica apenas. Os não-infectados constituíram grupo-controle negativo. Após 3 meses, os pacientes foram reavaliados. RESULTADOS: A pressão do esfíncter inferior do esôfago, medida pela pressão expiratória máxima, foi significativamente maior em pacientes H. pylori negativos. Houve redução significativa na proporção de ondas hipotensivas e aumento significativo na proporção de ondas normotensivas nos pacientes que permaneceram Helicobacter pylori positivos. Todos os escores de sintomas foram reduzidos significativamente em comparação ao período inicial, para valores semelhantes, entre os três grupos, no pós-tratamento. Esofagite erosiva foi significativamente menos frequente no período pós-tratamento no grupo não-erradicado. CONCLUSÃO: Os achados manométricos, clínicos e endoscópicos não mostram benefício em se erradicar a infecção em pacientes com DRGE. Este estudo apoia a hipótese de que a erradicação do H. pylori não influencia a DRGE.

Infecções por helicobacter; Refluxo gastroesofágico


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