RESUMO
CONTEXTO
Doentes submetidos a gastrostomia endoscópica percutânea apresentam desnutrição energético-proteica. Os elementos traço são necessários em pequenas quantidades e o Cromo (Cr) tem um papel importante no metabolismo.
OBJECTIVO
Pretendeu-se avaliar os níveis séricos de Cr e sua relação com as proteínas séricas, índice de massa corporal (IMC) e as doenças subjacentes nos primeiros 3 meses de alimentação por gastrostomia endoscópica percutânea.
MÉTODOS
Estudo prospetivo observacional durando 3 meses: avaliações no momento do procedimento (T0), após 4 (T1) e 12 semanas (T3). A avaliação inicial incluiu: idade, gênero, doença subjacente, Nutricional Risk Screening 2002 , IMC, concentração sérica de Cr, albumina e transferrina. Em T1 e T3, colheu-se sangue para Cr, albumina e transferrina. Para avaliação do Cr, utilizou-se espectrometria de absorção atómica em forno de grafite. Classificaram-se os doentes em dois grupos: neoplasias cervicofaciais (NCF) e disfagia neurológica (DN). Todos foram alimentados com alimentos de preparação doméstica.
RESULTADOS
Avaliaram-se 129 doentes (80 homens), entre 26-95 anos: NCF-52; DN-77. Encontraram-se valores baixos do IMC-71; Cr-8, albumina-70, transferrina-85 e 57 com ambas as proteínas baixas. Identificou-se correlação com significado estatístico entre a albumina e Cr (r=0,217, P =0,012) e entre a albumina e tempo de sobrevivência ( P =0,024). Foi observada boa evolução do Cr e proteínas, não sendo encontrados valores baixos de Cr em T3.
CONCLUSÃO
O Cr baixo é raro em doentes com gastrostomia endoscópica percutânea, sem relação com outros parâmetros, incluindo o tipo de doença subjacente. Para a minoria dos doentes com Cr baixo antes da gastrostomia, refeições de preparação doméstica parecem ser adequadas.
DESCRITORES
Gastrostomia; reabilitação; Endoscopia gastrointestinal; Cromo; deficiência; Nutrição enteral